A Páscoa é uma celebração repleta de significados - religiosos, familiares e simbólicos - e um dos costumes mais doces (literalmente) é a tradição de presentear com ovos e chocolates. Mas… de onde vem essa tradição?
📜 Origem da tradição dos ovos de Páscoa
Muito antes do chocolate, os ovos já eram símbolo de vida nova, fertilidade e renascimento em várias culturas antigas. Com o tempo, a Igreja Cristã adotou o ovo como representação da ressurreição de Cristo, já que dele nasce uma nova vida.
Na Idade Média, era comum pintar ovos cozidos e presentear durante a Páscoa, especialmente após o período de jejum da Quaresma.
🍫 Do ovo real ao ovo de chocolate
Foi só no século XIX, na Europa, que surgiu a ideia de fazer ovos de chocolate, graças aos avanços na produção de chocolate moldável. Os franceses e os alemães foram pioneiros, e logo a tradição se espalhou.
No Brasil, a indústria do chocolate abraçou com entusiasmo essa tradição. A Páscoa se tornou uma das datas mais importantes para o comércio, com ovos de todos os tipos, tamanhos e recheios — um verdadeiro festival de criatividade doce!
🐰 E o coelho?
O coelho da Páscoa também vem de tradições pagãs como símbolo de fertilidade e renovação. Como ele é um animal que se reproduz rapidamente, tornou-se um ícone da vida nova, muito associado à chegada da primavera no hemisfério norte.
No Brasil, a imagem do coelhinho foi adotada com carinho — e hoje ele é o "mensageiro" oficial dos ovos de chocolate.
❤️ Mais que chocolate: um momento de afeto
Presentear com ovos de chocolate na Páscoa é mais que tradição — é um gesto de carinho, um modo de celebrar a vida, a renovação e o amor entre pessoas queridas.
É o sabor da infância, da partilha e da memória afetiva.
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17.4.25
🍫🐰 A Tradição dos Chocolates na Páscoa
A Páscoa é uma celebração repleta de significados - religiosos, familiares e simbólicos - e um dos costumes mais doces (literalmente) é a tradição de presentear com ovos e chocolates. Mas… de onde vem essa tradição?
Coelhinho da Páscoa...
"Por que o coelho traz os ovos na Páscoa, se coelho nem põe ovo?"
Essa tradição mistura elementos pagãos e cristãos, que ao longo do tempo foram se unindo até formar o imaginário que temos hoje da Páscoa com ovos de chocolate trazidos por um coelhinho fofo.🐇 O coelho como símbolo da fertilidade e vida novaO coelho é conhecido por sua capacidade de reprodução rápida, e por isso, em antigas culturas germânicas e pagãs, ele era símbolo de fertilidade, renovação e abundância.Essas festas aconteciam na primavera (no hemisfério norte), marcando o renascimento da vida após o inverno — muito parecido com o que a Páscoa celebra em termos de espiritualidade: renascimento e esperança.🥚 Os ovos na simbologia da PáscoaO ovo sempre representou vida nova em várias culturas.No cristianismo, passou a simbolizar a ressurreição de Cristo, já que do ovo nasce uma nova vida, como a pedra do túmulo que se abre.Antigamente, os ovos eram cozidos e pintados à mão, sendo oferecidos como presente na Páscoa.🐰+🥚 Como essas ideias se juntaram?Acredita-se que a união do coelho com os ovos tenha surgido na Alemanha, entre os séculos XVII e XVIII.Os imigrantes alemães levaram essa tradição para os Estados Unidos e América Latina, onde ela se popularizou e, com o tempo, os ovos de chocolate surgiram como forma comercial e deliciosa de celebrar!Hoje em dia o coelho da Páscoa virou o símbolo querido das crianças, trazendo ovos de chocolate escondidos pelos jardins ou deixados em ninhos improvisados.É um personagem mágico que representa a vida, a alegria e a renovação, unindo tradição, fé e afeto.
Texto / Imagens Google
15.3.25
Pintura da Igreja
A melhor vista da Igreja Matriz de Lavras é a dos clientes da Telúrica!
Reza a lenda que há alguns anos, o pároco da cidade pediu aos fiéis que escolhessem
Reza a lenda que há alguns anos, o pároco da cidade pediu aos fiéis que escolhessem
a cor que a igreja deveria ser pintada e deixou as opções no quadro de avisos.
Um cliente da Telúrica, o Marcelão (in memoriam),
protestou, argumentando veementemente, que, quem deveria escolher a
nova cor da Igreja eram, justamente, os frequentadores mais assíduos
da pizzaria, e, não, os fiéis! Concordo com isso! Faz todo o sentido!
29.7.21
Minha "Marca de Copas"
Essa marca, desenhada no Certificado, pertencia ao irmão mais moço do meu pai, Walter, e era registrada no município de São Gabriel.
É uma longa história, mas o desenho de "copas", nas marcas do gado, sempre foi usado pela família Teixeira, em vários formatos e derivações.
Quando vim morar em Lavras, meu pai trouxe um ferro, com a marca do Tio Walter, me mostrou e disse que queria que eu usasse. O Tio Walter, muito querido por todos nós, não teve filhos, e faleceu há alguns anos, e ninguém da família a estava usando.
Então eu precisava registrá-la, na Prefeitura de Lavras. Por coincidência, o Ricardo era, na época, Secretário do Meio Rural - justamente o setor da prefeitura que cuidava desses registros.
Resultado: o meu certificado foi assinado pelo Ricardo. E vai ser devidamente emoldurado e colocado numa parede do nosso galpão.
"Marca de copas no couro, queimada prá toda a vidarazão de tempo e lida, com os motivos de encantoquem tem a marca escrita, na memória deste pagoé tempo enraizado, história e herança no entanto"
- Versos: Ricardo Félix Haas
22.8.20
Chimarrão compartilhado?
Tempos de Covid19 ou cada um tem sua mania, na hora de tomar o chimarrão?
Qual a resposta certa? 😅
Fiquei lembrando que a minha mãe e o meu pai todas as manhãs tomavam mate juntos, mas em cuias diferentes!
Ele numa cuia grandona, com a água na chaleira.
Ela numa cuia menor, com água na garrafa térmica.
O pai reclamava que não dava pra tomar mate com a mãe porque ela usava "de microfone", andava pela casa, não sossegava...
Ela dizia que ele tomava mate frio e ruim! kkkk Devia ser, mesmo: sempre que podia ele roubava uma água mais quente da garrafa dela!! Se flagrado, levava uma bronca!!
7.7.18
Escrito em 07/07/2009, para o "Blog Amigos de Pelotas"
Crônica: Amo esta cidade

Ana Lúcia Bulcão Teixeira
Advogada e blogueira
Hoje, 07 de julho de 2009, Pelotas completa 197 anos. Moro aqui desde 1982. Em todos estes anos aconteceram tantas coisas que, se fosse contar, nem saberia por onde começar. O que sei é que só ultimamente descobri a cidade. Não me refiro aos prédios antigos, às ruas bem desenhadas, às praças, ao Laranjal, mas aos recantos menos óbvios, bairros menos movimentados, praias mais desconhecidas. Meu primeiro apartamento foi na Anchieta, pertinho do Capitólio. Foi deste ponto que decidi começar a conhecer a cidade, a pé, no primeiro inverno que passei aqui.
Todos os dias, depois do almoço, escolhia uma rua e ia caminhando, bem devagar, olhando os prédios com suas fachadas cheias de detalhes, as calçadas de ladrilhos hidráulicos, as pessoas apressadas, que pareciam não perceber toda a beleza ao seu redor, as vitrines... Lamento não existir câmera digital naquela época. Teria muitos registros!
Depois mudei para uma casa, ainda na Anchieta, pertinho da Catedral e do Colégio Gonzaga. Ali criei meus filhos e, através deles, minha interação com a cidade aumentou. Eles frequentavam a escolinha, íamos ao teatro Sete de Abril sempre que tinha alguma peça infantil, comprávamos livros na Mundial, lanchávamos no Centro... Tão bom passear pelas ruas próximas e sentar nos bancos do entorno da Catedral para tomar sol! Via a cidade através dos olhos deles, descobrindo tudo, com um prazer imenso!
O tempo foi passando, minha vida acontecendo, trabalhei, fiz muitos amigos, mudei para um bairro afastado do centro e tudo se foi modificando. Aprendi a ver a cidade com olhos maduros e sei o quanto foi bom ter vivido aqui todos estes anos.
É engraçado... Nunca fui boa com datas, números, estas coisas; então, fico perdida, tentando fazer uma retrospectiva de tudo o que aconteceu nesse tempo todo! Mas sou boa em lembranças, sentimentos, emoções e todas as experiências que vivi aqui me fizeram amar esta cidade e valorizar tudo de bom que ela tem.
Talvez por não ter nascido aqui, talvez pelo meu jeito de observar e sentir a cidade, sempre fico com a impressão de que ela não é valorizada como deveria, cuidada como merecia, tratada com carinho pelos próprios pelotenses.
Tudo tão antigo, tão sedimentado! Velhos hábitos, comportamentos que se repetem há décadas! E isso na política, nos meios culturais, no comércio, no cotidiano da cidade! Como se qualquer coisa que pudesse mudar o que já existe fosse ameaçador ou inadequado.
Acho que vou reler "Satolep", do Vitor Ramil, desta vez de trás pra frente, como inspira o título. Quando li, pela primeira vez, senti como se tudo, finalmente, fizesse sentido. Li devagar e não consegui fazer de outro jeito, apesar de querer devorar cada página. “Satolep” precisa ser lido assim, lentamente. Saboreando cada palavra, digerindo cada sensação... Este livro construiu, em mim, um passado que não vivi aqui.
Há pouco dei uma caminhada. Noite com neblina, mas com uma lua enorme espiando entre as nuvens. Gosto daqui. Amo esta cidade. Quero guardar cada paisagem, cada ângulo, cada detalhe. Acredito que é hora de olhar Pelotas com carinho. Retribuir tudo o que ela nos dá. Tanta beleza, tanta história, tantos talentos...
Respirei profundamente, enquanto sentia a umidade na minha pele, e agradeci o privilégio enorme que é morar aqui, pertencer a este lugar.
Postado por Rubens Filho
Marcadores: Crônicas
17.8.15
Que feio, Ana!
Tirar a maquiagem para dormir?
Nem pensar!
Eu retoco!
Outro dia postei esta foto, do panda, no Facebook e rendeu boas risadas!
Pois é. Nunca tiro o rímel para dormir. # Pronto. Falei.
O que não significa que não tome banho! Imagino que não entenderam desta forma! Humpf!
Tomo, sem molhar o cabelo nem borrar a maquiagem! Praticamente uma Sophia Loren!
Demaquilante?
Claro que uso! Pela manhã, quando acordo, com a tal "cara de panda", néammm?
Gosto desses dois:
Por isso, provavelmente, não seja muito cuidadosa com esses rituais de limpar a pele, hidratar, etc.
Mas adoro estar produzida, maquiada...
Se não morresse de preguiça, andava (e dormia!) sempre assim:
Ai, ai...
***
28.4.15
Os flamboyants, por Rubem Alves
Recomendo a leitura.
"A manhã estava linda: céu azul, ventinho fresco. Infelizmente, muitas obrigações me aguardavam. Coisas que eu tinha de fazer. Aí, lembrei-me do menino-filósofo chamado Nietzsche que dizia que ficar em casa estudando, quando tudo é lindo lá fora, é uma evidência de estupidez. Mandei as obrigações às favas e fui caminhar na lagoa do Taquaral.
Bem, não fui mesmo caminhar. Meu desejo não era médico, caminhar para combater o colesterol. Caminhar, para mim, é uma desculpa para ver, para cheirar, para ouvir… Caminho para levar meus sentidos a dar um passeio. Tanta coisa: os patos, os gansos, os eucaliptos, as libélulas, a brisa acarinhando a pele — os pensamentos esquecidos dos deveres. Sem pensar, porque, como disse Caeiro, “pensar é estar doente dos olhos”. Aí, quando já me preparava para ir embora, já no carro, vejo um amigo. Paramos. Papeamos. Ele, com uma máquina fotográfica. Andava por lá, fotografando. Não tenho autorização para dizer o nome dele. Vou chamá-lo de Romeu, aquele que amava a Julieta. Me confidenciou: “Vou fazer uma surpresa para a Julieta. Ela adora os flamboyants. E eles estão maravilhosos. Vou fazer um álbum de fotografias de flamboyants para ela… Você não quer vir até a nossa casa para tomar um cafezinho?”
Fui. Mas ele me advertiu: “Não diga nada para ela. É surpresa…” Esta história tem sua continuação um pouco abaixo. Recomeço em outro lugar.
As crianças da 3ª série do Parthenon, escola linda, me convidaram para uma visita. Elas tinham estado fazendo um trabalho sobre um livrinho que escrevi, O Gambá Que Não Sabia Sorrir. Queriam me mostrar. Foi uma gostosura. É uma felicidade sentir-se amado pelas crianças. Eu me senti feliz. Aí aconteceu uma coisa que não estava no programa. Uma menininha, na hora das perguntas, disse que ela havia lido a minha crônica "Se Eu Tiver Apenas Um Ano a Mais de Vida"…
Espantei-me ao saber que uma menina de nove anos lia minhas crônicas. Lia e gostava. Lia e entendia. Aí ela acrescentou: “Recortei a crônica e trouxe para a professora…” Confirmou-se aquilo de que eu sempre suspeitara: as crianças são mais sábias que os adultos. Porque o fato é que muitos adultos ficaram espantados e não quiseram brincar de fazer de contas que eles tinham apenas um ano a mais para viver. Ficaram com medo. Acharam mórbido.
As crianças, inconscientemente, sabem que a vida é coisa muito frágil, feito uma bolha de sabão. Minha filha Raquel tinha apenas dois anos. Eram seis horas da manhã. Eu estava dormindo. Ela saiu da caminha dela e veio me acordar. Veio me acordar porque ela estava lutando com uma ideia que a fazia sofrer. Sacudiu-me, eu acordei, sorri para ela, e ela me disse: “Papai, quando você morrer você vai sentir saudades?” Eu fiquei pasmo, sem saber o que dizer. Mas aí ela me salvou: “Não chore porque eu vou abraçar você…”
As crianças sabem que a vida é marcada por perdas. As pessoas morrem, partem. Partindo, devem sentir saudades — porque a vida é tão boa! Por isso, o que nos resta fazer é abraçar o que amamos enquanto a bolha não estoura.
Os adultos não sabem disso porque foram educados. Um dos objetivos da educação é fazer-nos esquecer da morte. Você conhece alguma escola em que se fale sobre a morte com os alunos? É preciso esquecer da morte para levar a sério os deveres. Esquecidos da morte, a bolha de sabão vira esfera de aço. Inconscientes da morte aceitamos como naturais as cargas de repressão, sofrimento e frustração que a realidade social nos impõe. Quem sabe que a vida é bolha de sabão passa a desconfiar dos deveres… E, como disse Walt Whitmann, “quem anda duzentos metros sem vontade, anda seguindo o próprio funeral, vestindo a própria mortalha”.
O pessoal da poesia está levando a sério a brincadeira. Eu mesmo já fiz vários cortes drásticos em compromissos que assumi. Eram esferas de aço. Transformei-os em bolhas de sabão e os estourei. Pois o pessoal da poesia decidiu que, no programa de um ano de vida apenas, num dos nossos encontros não haveria leitura de poesia: haveria brinquedos e brincadeiras. Cada um trataria de desenterrar os brinquedos que os deveres haviam enterrado.
Obedeci. Abri o meu baú de brinquedos. Piões, corrupios, bilboquês, iô-iôs e uma infinidade de outros brinquedos que não têm nome. Seria indigno que eu levasse piões e não soubesse rodá-los. Peguei um pião e uma fieira e fui praticar. Estava rodando o pião no meu jardim quando um cliente chegou. Olhou-me espantado. Ele não imaginava que psicanalistas rodassem piões. Psicanalista é pessoa séria, ser do dever. Pião é coisa de criança, ser do prazer.
Acho que meus colegas psicanalistas concordariam com meu paciente. A teoria diz que um cliente nada deve saber da vida do psicanalista. O psicanalista deve ser apenas um espaço vazio, tela onde o paciente projeta suas identificações. Mas a minha vocação é a heresia. Ando na direção contrária. “Você sabe rodar piões?”, eu perguntei. Ele não sabia. Acho que ficou com inveja. A sessão de terapia foi sobre isso. E ele me disse que um dos seus maiores problemas era o medo do ridículo. Crianças são ridículas. Adultos não são ridículos. Aí conversamos sobre uma coisa sobre a qual eu nunca havia pensado: que, talvez, uma das funções da terapia seja fazer com que as pessoas não tenham medo das coisas que os “outros” definem como ridículo. Quem não tem medo do ridículo está livre do olhar dos outros.
Preparei o encontro de poesia de um jeito diferente. Nada de sopas sofisticadas. Fui procurar macarrão de letrinha, coisa de criança. Não encontrei. Encontrei estrelinhas. Fiz sopa de estrelinhas. E toda festa de criança tem de ter cachorro-quente. Fiz molho de cachorro-quente. E nada de vinho. Criança não gosta de vinho. Gosta é de guaraná.
Foi uma alegria, todo mundo brincando: iô-iôs, piões, corrupios, bilboquês, quebra-cabeças, pererecas (aquelas bolas coloridas na ponta de um elástico)… Rimos a mais não poder. Todo mundo ficou leve. Aí tive uma idéia que muito me divertiu: que na sala de visitas das casas houvesse um baú de brinquedos. Quando a conversa fica chata, a gente abre o baú de brinquedos e faz o convite: “Não gostaria de brincar com corrupio?” E a gente começa a brincar com o corrupio e a rir. A visita fica pasma. Não entende. “Quem sabe, ao invés do corrupio, um bilboquê?” E a gente brinca com o bilboquê. Aí a gente estende o brinquedo para a visita e diz: “Por favor, nada de acanhamentos! Experimente. Você vai gostar…” São duas as possibilidades. Primeira: a visita brinca e gosta e dá risadas. Segunda: ela acha que somos ridículos e trata de se despedir para nunca mais voltar…
Pois a Julieta — aquela do Romeu — me trouxe uma pipa de presente. Vou empinar a pipa em algum gramado da Unicamp. E aí ela nos contou da surpresa que lhe fizera o Romeu. Fotografias de flamboyants vermelhos — que coisa mais romântica! Árvores em chamas, incendiadas! Cada apaixonado é um flamboyant vermelho! E nos contou das coisas que o Romeu tivera que fazer para que ela não descobrisse o que ele estava preparando.
Mas o mais bonito foi o que ele lhe disse, na entrega do presente. Não sei se foi isso mesmo que ele disse. Sei que foi mais ou menos assim: “Sabe, Julieta, aquela história de ter um ano apenas a mais para viver… Pensei que você gostava de flamboyants e que você ficaria feliz com um álbum de flamboyants. E concluí que, se eu tiver um ano apenas a mais para viver, o que quero é fazer as coisas que farão você feliz…”
Um ano apenas a mais para viver: aí os sentimentos se tornam puros. As palavras que devem ser ditas, devem ser ditas agora. Os atos que devem ser feitos, devem ser feitos agora. Quem acha que vai viver muito tempo fica deixando tudo para depois. A vida ainda não começou. Vai começar depois da construção da casa, depois da educação dos filhos, depois da segurança financeira, depois da aposentadoria…
As flores dos flamboyants, dentro de poucos dias, terão caído. Assim é a vida. É preciso viver enquanto a chama do amor está queimando…"
"Quem não tem medo do ridículo está livre do olhar dos outros."
28.7.11
A Estância da Guitarra
.

Foi desse modo que Pedro Martín Ureta exteriorizou seu amor pela sua Graciela, falecida há 34 anos. O fazendeiro, hoje com 70 anos, usou 7.000 mudas para compor o bosque em homenagem a ela."

Recebi um email, do Alcides, sobre o Taj Mahal Argentino e fiquei impressionada. Pesquisei e achei um blog que conta toda a história:
"Quando sobrevoam esses campos nas Pampas argentinas, os pilotos observam com curiosidade as alamedas desenhadas com eucaliptos e ciprestes compondo o enorme instrumento de cordas, tão ligado ao folclore da região.
Foi desse modo que Pedro Martín Ureta exteriorizou seu amor pela sua Graciela, falecida há 34 anos. O fazendeiro, hoje com 70 anos, usou 7.000 mudas para compor o bosque em homenagem a ela."
Leia o texto na íntegra no Jardim das Idéias. É uma história muito bonita.
10.9.10
Recado de marinheiro para sereia
Mário Pirata
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(Imagem do Google.)
"Acontecia-me ficar assustado com o jeito como decifravas e mostravas a rota para minhas palavras e meus gestos. Com facilidade tiravas coisas lindas minhas, aos borbotões. Precisavas apenas de calma, e de segurança, para os teus mimos. Que eu pegasse tuas mãos com firmeza e te mandasse sossegar o facho, te fizesse parar de rebolar as tranças.
Eu deveria ter te aninhado no colo, te dado umas palmadas e calado tua boca com beijos e enfiado apenas poesia em teus ouvidos – te escutado mais, te observado com mais cuidado. E me preocupado menos com os meus desejos e aflições.
Fiquei ansioso e confuso, desconfiado com a beleza tamanha da nossa façanha de amor. Pisei na bola, chutei pra fora! Você também, também correu assustada entre as marés.
Teu olhar se afastou de mim, afastei teu olhar do meu, e desde então me sinto um barco perdido. Felizmente, carrego o tesouro das coisas que ganhei das tuas mãos.
A pele guardava sob o desejo as especiarias da emoção de duas pessoas fortes, e também frágeis. E lindas. Essas me fazem continuar navegando na direção do sol. Conheci e tive ao meu lado quem eu precisava, queria e merecia. Isso me faz bem alegre.
Já fiz na vida um tanto de coisas, umas boas, outras nem tanto. Mas deixar a mulher da minha vida voar para longe foi uma das maiores bobagens que cometi. O barco segue na direção do horizonte. Velas içadas, a bandeira no mastro, desfraldada.
Mas a paisagem já não é a mesma. E os golfinhos já não me acompanham. Sequer as gaivotas."
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(Imagem do Google.)
10.7.09
Tão bom!
Reencontrei o "Zico" (Marcos), através do meu Guestbook e descobri que ele está morando em Canoas, RS! Estas coisas que a internet nos proporciona não tem preço!
O Zico sempre foi dedicado, talentoso e eu torço pelo seu sucesso!
Ele trabalhou muitos anos, conosco, tempos atrás, quando compramos uma casa de sucos naturais, que ficava na Galeria Satte Alan, em Pelotas!
Nessa época, nosso amigo Carlos já tinha a Feira, e nos incentivou muito.
Bons tempos em que estávamos começando a vida, aqui, cheios de sonhos e expectativas! Trabalhar com lancheria, naquela época, parecia apenas uma forma de custear nossos estudos, enquanto nos preparávamos para as profissões que pretendíamos seguir. A vida tomou outros rumos, vendemos o Natural... e o resto é outra história!
Mas estes reencontros são verdadeiros presentes e só me resta agradecer e muito, por cada um deles!
1.7.09
Que dia!
Tudo o que eu queria, ontem...
Depois de ter viajado no final de semana e de ter ficado toda a segunda-feira em casa, sem poder fazer nada, porque chovia sem parar e a "secreta" não apareceu, acumulei mil coisas para terça!
O dia amanheceu ensolarado e com a bela notícia de que o Dude e a Isara estavam vindo para Pelotas e vinham almoçar aqui em casa!
E com a má notícia que a minha empregada não viria, novamente, trabalhar!
Tinha tanta coisa para fazer que nem sabia por onde começar: pilha de louça na pia, malas cheias de roupas para desfazer e lavar, compras para o almoço, escolher a cor do quarto do neném. Os pintores já estavam chegando para continuar a restaurar os móveis do quarto e terminarem de pintar a parte externa da casa.
Foi quando as coisas começaram a complicar...
Eu não funciono sem café preto e, mal acordei, fui por água para aquecer.
Só que simplesmente não saía água nas torneiras da cozinha!!
Fui no tanque e tava tudo normal, então liguei a máquina de lavar roupas e aproveitei para encher a chaleira e fazer meu café. O dia prometia!
Como faço todas as manhãs, vim para o computador, ainda de pijama e roupão.
Tentei finalizar o post sobre a Festa Junina da Turma de Lavras, que tinha começado a fazer. Como não tinha acordado direito, ao invés de "salvar", publiquei, sem nem ler direito ou revisar. Quando me dei conta, faltou luz! (A Rosamaria até comentou, no post incompleto! Heheheh!)
Achei que voltaria logo, queria tomar banho, para fazer as minhas coisas!
Sem água na cozinha, sem luz e sem internet e sem a Nice, fiquei sem saber o que fazer! Me vesti, sem banho mesmo, porque os pintores estavam chegando!
A manhã estava passando rapidamente e euzinha feito barata tonta!
Dude ligou que não viria almoçar (acho que ele adivinhou que o almoço estava complicado! Heheheh!), mas precisava fazer almoço pra Kika e Joaquim.
Kika acordou e ficou na torcida para a luz voltar logo! Joaquim também! Confesso que, nestas alturas, eu estava levemente mal humorada!
Fui comprar o que faltava para o almoço e fiz o melhor que podia, no meio do caos, sem água na cozinha! Heheheh!
Almoçamos e, para minha surpresa, dois dos pintores se demitiram! Eles terminaram de pintar a parte externa, mas disseram que não continuariam a pintar dentro de casa, porque tinham perdido muito tempo, por causa da chuva e pela dificuldade de horário dos vizinhos (dependíamos deles, para pintar a parte dos fundos) e tinham compromisso em outro lugar, para o dia seguinte.
Tudo bem... Dá-se um jeito... Pelo menos o pintor do quarto do neném continuava trabalhando! Ele é ótimo e está pintando os móveis e a parede, tudo perfeito!
Então fui comprar a tinta para o quarto. (Me sentindo esquisita, porque não tinha tomado banho e tinha vestido a primeira roupa que achei pela frente! Hehehe!)
Tinta escolhida, passei no caixa para pagar e meu cartão deu problemas. Putz! Não acreditei!! Joaquim me salvou e voltamos pra casa com a tinta, mas estava cada vez mais estressada!
Continuava sem luz e sem água. E sem internet, óbvio! E sem ânimo para fazer tudo o que precisava ser feito.
Foi quando as coisas começaram a se resolver!
A Nice, minha empregada, apareceu, lá pelas duas da tarde, depois que ela ligou e eu falei que o Dude e a Isara vinham jantar!
(Ela também sente falta do Dude! Na verdade a Nice já tinha trabalhado aqui casa, durante uns oito anos, quando Dude e a Kika eram crianças, e voltou a trabalhar aqui, meses atrás, quando soube que a Kika estava grávida! Gostamos muito dela!)
O Joaquim desmontou as torneiras e descobriu que tinham pedrinhas, obstruíndo a passagem da água! Muitas pedras e areia(?!)! Deduzimos que foi em consequência de um cano que tinha quebrado, lá no jardim, e sido consertado, na semana passada.
Fiquei mais tranquila, com a Nice lavando toda a louça e preparando o jantar! Parte do problema resolvido!
Lá pelas quatro da tarde a luz voltou! Finalmenteeee!
E fomos organizando tudo e o quarto do neném está ficando pronto e o Dude já ia chegar e fui ficando animada, de novo!
Quando anoiteceu a casa estava arrumada, a mesa do jantar posta, tinha sopa de capeleti no fogo e "enroladinho de presunto, com creme de milho verde", que o Dude e a Isara adoram, no forno, só esperando para gratinar!
Tão bom quando eles chegaram! Meu Dude tão lindo! Tão amado! Que saudadeeee!
Estufa ligada, casa quentinha e noite maravilhosa, com todo mundo embolado no sofá, conversando, matando as saudades, comendo chocolate, rindo de tudo, fazendo planos...
Lá pelas duas da manhã, quando finalmente deitei, banho tomado, cama aquecida pelo lençol elétrico, ar condicionado ligado, concluí que todas as contrariedades não tiveram a menor importância! Que estava tudo bem, estava tudo perfeito...
Mas que a vida fica bem melhor com luz, água e internet, fica! Ah! E, de preferência, com a ajuda preciosa da Nice e com o cartão do banco funcionando, para poder pagar as contas! Heheheh!
(Aquelas coisinha básicas que a gente só vê como são importantes quando faltam!)
Final feliz! Mas... que dia!!
O dia amanheceu ensolarado e com a bela notícia de que o Dude e a Isara estavam vindo para Pelotas e vinham almoçar aqui em casa!
E com a má notícia que a minha empregada não viria, novamente, trabalhar!
Tinha tanta coisa para fazer que nem sabia por onde começar: pilha de louça na pia, malas cheias de roupas para desfazer e lavar, compras para o almoço, escolher a cor do quarto do neném. Os pintores já estavam chegando para continuar a restaurar os móveis do quarto e terminarem de pintar a parte externa da casa.
Foi quando as coisas começaram a complicar...
Eu não funciono sem café preto e, mal acordei, fui por água para aquecer.
Só que simplesmente não saía água nas torneiras da cozinha!!
Fui no tanque e tava tudo normal, então liguei a máquina de lavar roupas e aproveitei para encher a chaleira e fazer meu café. O dia prometia!
Como faço todas as manhãs, vim para o computador, ainda de pijama e roupão.
Tentei finalizar o post sobre a Festa Junina da Turma de Lavras, que tinha começado a fazer. Como não tinha acordado direito, ao invés de "salvar", publiquei, sem nem ler direito ou revisar. Quando me dei conta, faltou luz! (A Rosamaria até comentou, no post incompleto! Heheheh!)
Achei que voltaria logo, queria tomar banho, para fazer as minhas coisas!
Sem água na cozinha, sem luz e sem internet e sem a Nice, fiquei sem saber o que fazer! Me vesti, sem banho mesmo, porque os pintores estavam chegando!
A manhã estava passando rapidamente e euzinha feito barata tonta!
Dude ligou que não viria almoçar (acho que ele adivinhou que o almoço estava complicado! Heheheh!), mas precisava fazer almoço pra Kika e Joaquim.
Kika acordou e ficou na torcida para a luz voltar logo! Joaquim também! Confesso que, nestas alturas, eu estava levemente mal humorada!
Fui comprar o que faltava para o almoço e fiz o melhor que podia, no meio do caos, sem água na cozinha! Heheheh!
Almoçamos e, para minha surpresa, dois dos pintores se demitiram! Eles terminaram de pintar a parte externa, mas disseram que não continuariam a pintar dentro de casa, porque tinham perdido muito tempo, por causa da chuva e pela dificuldade de horário dos vizinhos (dependíamos deles, para pintar a parte dos fundos) e tinham compromisso em outro lugar, para o dia seguinte.
Tudo bem... Dá-se um jeito... Pelo menos o pintor do quarto do neném continuava trabalhando! Ele é ótimo e está pintando os móveis e a parede, tudo perfeito!
Então fui comprar a tinta para o quarto. (Me sentindo esquisita, porque não tinha tomado banho e tinha vestido a primeira roupa que achei pela frente! Hehehe!)
Tinta escolhida, passei no caixa para pagar e meu cartão deu problemas. Putz! Não acreditei!! Joaquim me salvou e voltamos pra casa com a tinta, mas estava cada vez mais estressada!
Continuava sem luz e sem água. E sem internet, óbvio! E sem ânimo para fazer tudo o que precisava ser feito.
Foi quando as coisas começaram a se resolver!
A Nice, minha empregada, apareceu, lá pelas duas da tarde, depois que ela ligou e eu falei que o Dude e a Isara vinham jantar!
(Ela também sente falta do Dude! Na verdade a Nice já tinha trabalhado aqui casa, durante uns oito anos, quando Dude e a Kika eram crianças, e voltou a trabalhar aqui, meses atrás, quando soube que a Kika estava grávida! Gostamos muito dela!)
O Joaquim desmontou as torneiras e descobriu que tinham pedrinhas, obstruíndo a passagem da água! Muitas pedras e areia(?!)! Deduzimos que foi em consequência de um cano que tinha quebrado, lá no jardim, e sido consertado, na semana passada.
Fiquei mais tranquila, com a Nice lavando toda a louça e preparando o jantar! Parte do problema resolvido!
Lá pelas quatro da tarde a luz voltou! Finalmenteeee!
E fomos organizando tudo e o quarto do neném está ficando pronto e o Dude já ia chegar e fui ficando animada, de novo!
Quando anoiteceu a casa estava arrumada, a mesa do jantar posta, tinha sopa de capeleti no fogo e "enroladinho de presunto, com creme de milho verde", que o Dude e a Isara adoram, no forno, só esperando para gratinar!
Tão bom quando eles chegaram! Meu Dude tão lindo! Tão amado! Que saudadeeee!
Estufa ligada, casa quentinha e noite maravilhosa, com todo mundo embolado no sofá, conversando, matando as saudades, comendo chocolate, rindo de tudo, fazendo planos...
Lá pelas duas da manhã, quando finalmente deitei, banho tomado, cama aquecida pelo lençol elétrico, ar condicionado ligado, concluí que todas as contrariedades não tiveram a menor importância! Que estava tudo bem, estava tudo perfeito...
Mas que a vida fica bem melhor com luz, água e internet, fica! Ah! E, de preferência, com a ajuda preciosa da Nice e com o cartão do banco funcionando, para poder pagar as contas! Heheheh!
(Aquelas coisinha básicas que a gente só vê como são importantes quando faltam!)
Final feliz! Mas... que dia!!
28.9.08
Subindo pelas paredes!!
Por falar em Túlio Oliver e seus cursos de pintura, lembrei que, durante alguns anos, eu frequentei um curso de pintura matérica, aqui em Pelotas.
Minha professora era a Harly Couto e, frequentavam este curso, muitas senhoras, da sociedade pelotense.
Entre elas a Iara, uma pessoa formidável! Viúva, filhos criados, nenhum problema financeiro.
Ela era animada, estava sempre planejando uma viagem, uma compra, um passeio! Ocupava seu tempo com coisas prazerosas, tratava de viver bem! Frequentava as livrarias, ia sempre ao teatro, andava às voltas com medicina ortomolecular, cuidava da pele e tinha uma vitalidade e um senso de humor invejáveis! Há muito tempo não falo com ela, mas espero que ela mantenha o mesmo pique!
A história que vou contar é verdadeira, pude acompanhar cada passo!
A Iara resolveu mudar da casa, onde vivia há muito tempo, para um apartamento, mais seguro, pelo fato dela estar morando sozinha e pelas suas constantes viagens.
Então ela contratou uma decoradora. Queria, principalmente, valorizar as obras de arte que colecionou ao longo de sua vida.
Foi planejada, então, uma iluminação especial, com focos de luz, tetos de gesso, lâmpadas embutidas, spots, enfim, tudo para realçar cada quadro na parede! Aliás, as paredes foram um capítulo à parte: depois de cuidadosamente preparadas, lixadas, niveladas, finalmente foram pintadas, com as cores escolhidas. Tudo pronto para receber os quadros.
Aos poucos o apartamento foi sendo mobiliado: chegaram os tapetes, os móveis que ela queria conservar, devidamente restaurados, enquanto os quadros continuavam todos no chão, esperando a vinda da decoradora para definir os lugares definitivos.
Só que isso demorou um pouco, os dias foram passando, e os quadros continuavam, lá no chão.
(Esqueci de contar que a minha amiga tinha uma empregada antiga, que a acompanhava pela vida inteira.)
Um belo dia, a Iara chega em casa, cheia de sacolas, louca para tomar um suco (foi assim que ela contou a história, lá na aula de pintura) e a empregada abre a porta, toda feliz, e diz:
"-Surpresa!! Botei todos os quadros na parede para a senhora!!"
A Iara disse que, num primeiro momento não acreditou no que estava acontecendo, mas era verdade! A mais pura verdade! Os quadros estavam todos na parede!
A secretária, munida de de pregos e martelo, foi botando um do lado do outro, do jeito que alcançava e achava bonito!
A Iara disse que perdeu o a ar. Perdeu a fala. Ficou sem ação. Soltou as sacolas no chão. Precisou sentar.
Quando finalmente recobrou a voz e a cor, desistiu do suco e pediu uma água com açucar! Hehehehe!
E tudo recomeçou: pintores de volta à cena, paredes sendo lixadas, nova pintura...
A empregada não foi demitida, claro. Estava tão bem intencionada!
Ainda por cima, a Iara disse que o maior problema foi explicar porque precisou pintar as paredes novamente! A "secreta" simplesmente não conseguia entender porque a Iara mandou refazer todo o "serviço" dela!!
.Minha professora era a Harly Couto e, frequentavam este curso, muitas senhoras, da sociedade pelotense.
Entre elas a Iara, uma pessoa formidável! Viúva, filhos criados, nenhum problema financeiro.
Ela era animada, estava sempre planejando uma viagem, uma compra, um passeio! Ocupava seu tempo com coisas prazerosas, tratava de viver bem! Frequentava as livrarias, ia sempre ao teatro, andava às voltas com medicina ortomolecular, cuidava da pele e tinha uma vitalidade e um senso de humor invejáveis! Há muito tempo não falo com ela, mas espero que ela mantenha o mesmo pique!
A história que vou contar é verdadeira, pude acompanhar cada passo!
A Iara resolveu mudar da casa, onde vivia há muito tempo, para um apartamento, mais seguro, pelo fato dela estar morando sozinha e pelas suas constantes viagens.
Então ela contratou uma decoradora. Queria, principalmente, valorizar as obras de arte que colecionou ao longo de sua vida.
Foi planejada, então, uma iluminação especial, com focos de luz, tetos de gesso, lâmpadas embutidas, spots, enfim, tudo para realçar cada quadro na parede! Aliás, as paredes foram um capítulo à parte: depois de cuidadosamente preparadas, lixadas, niveladas, finalmente foram pintadas, com as cores escolhidas. Tudo pronto para receber os quadros.
Aos poucos o apartamento foi sendo mobiliado: chegaram os tapetes, os móveis que ela queria conservar, devidamente restaurados, enquanto os quadros continuavam todos no chão, esperando a vinda da decoradora para definir os lugares definitivos.
Só que isso demorou um pouco, os dias foram passando, e os quadros continuavam, lá no chão.
(Esqueci de contar que a minha amiga tinha uma empregada antiga, que a acompanhava pela vida inteira.)
Um belo dia, a Iara chega em casa, cheia de sacolas, louca para tomar um suco (foi assim que ela contou a história, lá na aula de pintura) e a empregada abre a porta, toda feliz, e diz:
"-Surpresa!! Botei todos os quadros na parede para a senhora!!"
A Iara disse que, num primeiro momento não acreditou no que estava acontecendo, mas era verdade! A mais pura verdade! Os quadros estavam todos na parede!
A secretária, munida de de pregos e martelo, foi botando um do lado do outro, do jeito que alcançava e achava bonito!
A Iara disse que perdeu o a ar. Perdeu a fala. Ficou sem ação. Soltou as sacolas no chão. Precisou sentar.
Quando finalmente recobrou a voz e a cor, desistiu do suco e pediu uma água com açucar! Hehehehe!
E tudo recomeçou: pintores de volta à cena, paredes sendo lixadas, nova pintura...
A empregada não foi demitida, claro. Estava tão bem intencionada!
Ainda por cima, a Iara disse que o maior problema foi explicar porque precisou pintar as paredes novamente! A "secreta" simplesmente não conseguia entender porque a Iara mandou refazer todo o "serviço" dela!!
Outra história da Iara aqui!
29.7.08
Mãe e filha.
Em 1976 fui fazer a Faculdade de Direito em Santa Maria. Meu quarto era em tons de lilás e eu uma menina de 17 anos que gostava de contemplar o mundo pela janela. Dalí via a Rua Venâncio Aires, o casarão onde morava o Dr. Mariano, o relógio da Catedral, as pessoas sempre com pressa....
Em 2005 voltei lá e constatei que agora, quem andava depressa, na minha janela, era o tempo. Eu senti medo, mas não podia me permitir ir até a janela e chorar. Tinha que tomar conta de uma outra menina, mais bonita do que qualquer paisagem, vista de qualquer janela. Sentamos juntas, na frente do espelho, ficamos conversando, e, olhando nossa imagem refletida, me senti profundamente feliz.
O apartamento da minha "fase lilás" não existe mais. Foi vendido.
Já a menina, da janela do quarto lilás, continua dento de mim, por mais que os espelhos mostrem que ela está cada vez mais distante. E é ela, a "minha menina" quem sem vê, agora, na minha filha. Como um reflexo doce, de quem se identifica, de quem compreende, de quem ama.
Sei que ainda vou me deslumbrar em muitas outras janelas. Provavelmente algumas paisagens me convidem a sair. Talvez eu ainda sinta medo. Talvez sinta vontade de chorar.
Mas, qualquer que seja a paisagem e o tempo lá fora, ainda quero me olhar no espelho e não me perder de vista. Não perder a lucidez.
O apartamento da minha "fase lilás" não existe mais. Foi vendido.
Já a menina, da janela do quarto lilás, continua dento de mim, por mais que os espelhos mostrem que ela está cada vez mais distante. E é ela, a "minha menina" quem sem vê, agora, na minha filha. Como um reflexo doce, de quem se identifica, de quem compreende, de quem ama.
Sei que ainda vou me deslumbrar em muitas outras janelas. Provavelmente algumas paisagens me convidem a sair. Talvez eu ainda sinta medo. Talvez sinta vontade de chorar.
Mas, qualquer que seja a paisagem e o tempo lá fora, ainda quero me olhar no espelho e não me perder de vista. Não perder a lucidez.
Me empenho em não repetir a história da minha mãe. Eu e ela nunca sentamos juntas, no espelho. Me dói, cada vez mais, olhar para ela e não a reconhecer. Eu, que passei a vida inteira tentando entendê-la!
18.7.08
The fallen butiás out of my pockets!
Traduzindo: "Me caiu os butiá dos bolso!" Hehehehe!
:)
:)
Esta expressão não significa, rigorosamente, coisa nenhuma! Quer dizer, é engraçada, mas completamente sem sentido!
Só que, aqui no Rio Grande do Sul, é usada para expressar espanto com algo inusitado. Simples assim. Sem plural nos butiá nem nos bolso!!
.
Estas fotografias, aí de cima, são do "Rancho da Cachoeira", casa dos meus avós maternos, Augusto e Electra. Foi lá que a minha mãe cresceu e era onde eu passava as minhas férias de verão. Quando eu tinha uns 5 anos meus avós se mudaram para a casa nova, que construíram num lugar próximo, e o rancho, de barro, existiu (ou resistiu) até pouco tempo. Bem perto dali tem uma pequena cachoeira "encravada" na pedra e era uma delícia tomar banho na água que se represava logo abaixo.
Sempre ia tomar banho lá, à cavalo, com meu avô. No trajeto incontáveis butiazeiros, com seus cachos alaranjados atraindo os pássaros e as abelhas. Lembro do zumbido nos meus ouvidos, do capim alto no chão e do forte calor, até cairmos na água!
O Vô Augusto era uma pessoa formidável e eu já sabia disso, desde sempre. Aproveitei cada segundo da sua companhia. Abria mão das férias em Lavras para ficar com eles, lá fora, mesmo durante a minha adolescência - época de bailes, namoros e outros atrativos, na cidade..
Ele fumava palheiro, contava histórias, não parava um segundo, a não ser para "sestear" depois do almoço. Tédio absoluto até ele acordar e começar tudo de novo.
Saíamos para campo, à cavalo e ele ia ensinando tudo. Sem simplificar, sem banalizar, de uma forma inteligente e fácil de entender.
Ele tinha uma carpintaria com todas ferramentas possíveis! Fazia brinquedos de madeira para mim e me deixava mexericar, desde que devolvesse cada instrumento para seu devido lugar. E fazia palitos! Desses de pôr em salgadinhos! Heheheh! Fabricava milhares deles, todos os dias um pouco depois do almoço e outro tanto depois do jantar! Presenteava os amigos, sempre!
Tinha uma horta linda! Plantava de tudo, de forma ordenada. Os canteiros retinhos, tudo brotando da terra preta e indo direto para a cozinha! Eu ajudava a regar, prestava atenção nas formigas e nas etiquetas cuidadosamente colocadas em cada tipo de verdura ou legume.
Tomates imensos, vermelhinhos, era o que eu mais gostava! Mas aprendi a gostar de quiabo, de vagem, alface, couve...
Meu avô "fabricava" extrato de tomate (era como ele dizia) e conservas de pimenta. Fazia linguiças e presunto defumado e eu adorava acompanhar todo aquele processo. E fazia "Butiazol" - uma espécie de licor com cachaça e butiá, claro!
Já a minha avó deixava eu dar milho para as galinhas e me ensinava a fazer manteiga. A comida era deliciosa! Tinha sempre muitas frutas e pão de casa! Saudade do chocolate quentinho que ela me levava na cama, de manhã!! Ah! E ela me contava histórias, que eu adorava. E aproveitava para dar conselhos! E recomendações!!
O Vô dizia "pode"! A Vó dizia "cuidado"!! Era ela quem impunha os limites, as regras! Hehehehe!
Nós fazíamos pandorgas (pipas), e eu via o vô tirar leite, e ele me ensinava sobre o barômetro, e termomêtro, e mercúrio, e satélites, e jogávamos damas, e colhíamos frutas e caminhávamos quilômetros na volta da casa naqueles dias intermináveis!! E, lá pelos meus 13 anos, o Vô me ensinou a dirigir e saíamos de fusca a visitar os vizinhos (adoráveis!) e eu era a pessoa mais feliz do mundo!!
Claro que me perdi e fugi completamente da história dos butiás! Ia contar que os butiazeiros estão com risco de extinção e que isso me fez lembrar da minha infância!
Outro dia conto mais. Tenho fotos da cachoeira, do rancho... Agora me deu um nó na garganta e uma saudade absurda de tanta coisa boa e da doce lembrança dos meus avós!!
.
Li, sobre o risco de extinção dos butiazeiros no Diário Popular:
"O butiazeiro integra a lista de espécies ameaçadas de extinção, conforme o Decreto Estadual 42.099/2003. A maior concentração da palmeira, que cobria toda a área limítrofe à Lagoa Mirim, era no município de Santa Vitória do Palmar. Hoje, a concentração da frutífera é bastante escassa, devido ao avanço de atividades agrícolas, como o arroz irrigado, e da pecuária. O butiazeiro (Butia capitata) é uma frutífera e se constitui em espécie nativa do Rio Grande do Sul. Seus frutos se prestam tanto para o consumo in natura quanto para o preparo de sucos, licores e sorvetes. A polpa do fruto possui em média 39,13 miligramas de ácido L-ascórbico (vitamina C) em cada 100 gramas. O ciclo, número de dias entre a floração e a colheita, é de aproximadamente 85 dias. A floração ocorre de novembro a março e a colheita dos frutos se estende de fevereiro a junho."
"O butiazeiro integra a lista de espécies ameaçadas de extinção, conforme o Decreto Estadual 42.099/2003. A maior concentração da palmeira, que cobria toda a área limítrofe à Lagoa Mirim, era no município de Santa Vitória do Palmar. Hoje, a concentração da frutífera é bastante escassa, devido ao avanço de atividades agrícolas, como o arroz irrigado, e da pecuária. O butiazeiro (Butia capitata) é uma frutífera e se constitui em espécie nativa do Rio Grande do Sul. Seus frutos se prestam tanto para o consumo in natura quanto para o preparo de sucos, licores e sorvetes. A polpa do fruto possui em média 39,13 miligramas de ácido L-ascórbico (vitamina C) em cada 100 gramas. O ciclo, número de dias entre a floração e a colheita, é de aproximadamente 85 dias. A floração ocorre de novembro a março e a colheita dos frutos se estende de fevereiro a junho."
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