23.5.07

Obrigada!

Obrigada por todas as mensagens de esperança e de carinho! Foram importantes demais!
Me assustei com o diagnóstico - ou prognóstico - da doença da minha mãe (depressão, síndrome do pânico, esclerose, senilidade - tudo misturado, tudo recheado de muuuuita ansiedade), mas agora estou mais calma e com esperanças de que ela possa melhorar.
Tem sido dias difíceis.Ela pede ajuda sem parar, mas não se ajuda. Só lamenta, reclama, caminha pela casa, fala coisas difíceis de se ouvir, pede remédios milagrosos, pede pra ir para o hospital, se queixa de dores pelo corpo. Não quer comer, não quer tomar banho, não assiste TV, não lê, não se distrai, não quer sair para rua, não quer que eu saia de perto dela... Acende um cigarro atrás do outro (odeio cigarros!!)... Parece ressentida, magoada... Acusa, reclama, sente raiva... Argumenta de forma inteligente, tem plena consciência de tudo, a memória permanece intacta.
Enfim, tudo muito duro de ser vivido e compreendido. Tem ocasiões em que parece que ela vai melhorar, como aconteceu no dia do aniversário do meu pai. Nesses momentos se tem a impressão de que, para isto acontecer, falta só um detalhe, um impulso, que é uma questão de vontade. Mas em seguida ela volta a se comportar de um jeito estranho, doente, repetindo as mesmas frases e caminhando sem parar, pela casa.
Tento não misturar meus sentimentos, manter a calma e ajudá-la. Não tá morto quem peleia, não é?
Esta foto foi tirada domingo. Saímos pra passear, depois dela ter ficado três dias internada, fazendo uma série de exames (cintilografia, tomografia, eletrocardiograma, raio-X de pulmão, ultrassonografia da carótida, exames de sangue etc). Felizmente o resultado dos exames clínicos foram bons: D.Célia, fisicamente, está muito bem.
Eu fiquei todo o tempo no hospital com ela, e, enquanto estava lá, peguei uma virose que me derrubou: náusea, febre, dores pelo corpo... Quando tudo parecia já estar ruim o suficiente ainda me acontece isto. Felizmente tudo passou.
Vou tentar me reorganizar, voltar a fazer as minhas coisas, achar um tempinho pra ler os blogs e brincar no Orkut! Vir aqui, na Net, é sempre uma terapia!
Beijos em cada um de vocês, com todo meu carinho e gratidão!
.
Fotos antigas aqui.

17 comentários:

Telejornalismo Fabico disse...

*



essa nova realidade vai exigir tempo de adaptação, Ana. e não vai ser fácil, vc já sentiu isso.

com o tempo vcs vão descobrir qual a melhor forma de lidar com isso. e o que funciona e o que precisa de maior atenção.

agora, uma coisa é certa: se irritar, brigar e até ficar com raiva em alguns momentos, são sentimentos que precisarão ser compreendidos sem culpa. porque quem está em volta não tem como abdicar da própria vida, de crenças, de sentimentos, pra compreender todo tempo alguém que se torna incompreensivel em alguns momentos.

talvez essa seja a maior dificuldade: aceitar que somos humanos e sentir angústia e até ficar irado, mas sem isso significar desamor.

desejo toda a sorte e paciência do mundo pra vocês. tomara que o dia-a-dia consiga criar uma rotina de traqüilidade.



*

Unknown disse...

Ana, o Sean disse tudo que eu penso só que de uma maneira que não sei dizer.

To contigo.

Bjão.

Anônimo disse...

Bacanérima
O Xôn falou muuuito e de uma forma bem clara. Realmente, essa nova fase da tua mãe precisa de muita dedicação e também da ajuda do máximo de pessoas possível, pois fica muito difícil pra uma pessoa só.
E quando o desânimo e/ou a falta de paciência chegar, não te reprime e nem te censura, procura a ajuda das pessoas que te amam.

Acho também que deves ter momentos somente teus, por isso mesmo que é tão importante poderes contar com outras pessoas para cuidarem da tua mãe.

Desejo que Deus dê muita fé e força a ti e a teu pai para vencerem mais esse desafio. E também a tua mãe para que ela possa curtir todo o amor que ela recebe de vocês.

Um abraço carinhoso

Marcia disse...

muita calma nesta hora.
e serenidade para lidar com a sua potência, os seus limites e a sua vida.

é difícil ter este distanciamento, para ver o outro, especialmente quando este outro é alguém que amamos tanto e que não reconhecemos.

mas você vai encontrar o ponto de equilíbrio, sem se perder em culpas sobre o que não é sua culpa e sem querer controlar aquilo que não pode controlar.

só não vou sugerir canja de galinha por motivos óbvios. :D

Anônimo disse...

Ana, não tenho muito o que dizer, tudo de racional e equilibrado já foi dito, receitas foram dadas...sei q é inteligente e sabe q é preciso ter calma, etcetc

Mas, preciso te dizer q estou sofrendo contigo. Primeiro pq conheço a Tia Célia e tenho sempre viva na minha cabeça a mulher engraçada e cheia de vida, mesmo que na intimidade, muitas vezes, tenha lutado com ela mesma. Segundo, pq doença é uma "m...", a morte é uma "m...", a verdade é essa!!!! Xingo mesmo, adoecer é uma *¨¨&*&.
Então, o melhor é fazer uma catarse, gritar, fz terapia aqui, e se sentir acarinhado por aqueles que te amam de longe...todos nós torcemos muito por ti, sabe disso, né?

Q droga! A gente devia ser filho dos nossos pais sempre! Não deveríamos trocar de papéis, dói tanto...

Um beijo bem grande e um abraço daqueles bem apertados e que esquentam o coração!!!

Silvinha (e Fernando, esqueceu q estou em "kit"?)

Thelma disse...

Ana, a incapacidade que tua mae apresenta para realizar suas atividades diárias, seus medos, agitaçao, ansiedade ou depressao sao sintomas de degeneraçao do cérebro. Acompanhar um familiar nesta situaçao é muito difícil e triste, porque o deterioro mental impede que a pessoa domine suas emoçoes e que reconheça seus antigos hábitos ou padroes de comportamento. O funcionamento mental vai se modificando lentamente. Se este fôr o caso, ela é consciente de suas mudanças de comportamento, mas nao consegue fazer diferente. É tudo completamente involuntário, embora em algumas ocasioes possamos confundir suas atitudes com manipulaçao.
Neste caso, o mais importante é dar segurança e carinho a ela. Ela necessita sentir segurança e ter um sentido de estabilidade completa. A rotina em todos os seus movimentos – desde a hora de acordar – ajuda muito. Ela tem que saber qual será o próximo passo. A partir de agora, é melhor nao movê-la muito de uma casa para outra.
Entendo teus sentimentos, guria. Como entendo! É realmente perturbador. Me solidarizo contigo. Estou disponível para te ajudar no que fôr necessário. Tu necessitas de muito apoio agora. E todos os teus amigos querem estar contigo. Minha casa está aberta para que venhas descansar e espairecer desta situaçao. Lembra que o descanso é indispensável para os familiares e cuidadores.
Um super abraço.

Anônimo disse...

Ana,
Realmente tudo já foi dito.Mas acho que ter paciência, encontrar um ponto de equilibrio é fundamental.São coisas que fogem ao teu controle.Não assuma culpas.
Bjos

Adriana disse...

Ana, entendo perfeitamente o que esta sentindo...eu tenho a minha mae que fez 78 anos vivendo no Brasil que esta com azhemeir, o deterioro mental dela deixa a todos angutiados, nao tem vontade de comer, muitas vezes nem banho toma...ja chorei muito pois eu estou longe e parece tudo piro do que realmente e...minhas irmas estao tentando ficar serenas, estao indo em um psicanalista que trabalha com familias que tem o mesmo problema da minha mae...estao otimos pois no caso da minha mae nao existe soluçao...mas pode-se tentar que ela tenha melhor qualidade de vida.
Força...muita calma e serenidade neste momento...
Eu desde aqui do outro lado do oceano te envio muita energia positiva e oraçao.
beijos carinhosos do outro lado do oceano

Graziana Fraga dos Santos disse...

Ana
estamos passando pelo mesmo problema aqui em casa, minha avó tem os mesmo sintomas que tua mãe, além de tudo come sem parar, está super pesada e mal consegue caminhar.
é muito dificil ver alguém que não se ajuda, ela não se ajuda de nenhuma forma. já nos irritamos, já nos desesperamos, já nos desentendemos, a familia acaba doente junto. mas sei que é preciso ter força, muita força e também muita fé Ana. Com o tempo a gente acaba conseguindo conviver melhor com a situação, mas tem as crises, mais problemas, por isso não podemos desistir de tentar mehorar o quadro, continuar agindo com fé.
Força Ana, te desejo também toda paciência do mundo!
beijocas
Grazi

Anônimo disse...

Força

Ana disse...

Sean
É verdade: dá raiva, irritação, cansaço e uma culpa imensa quando acabo perdendo a paciência. Mas não é desamor, de jeito nenhum. Obrigada por me ajudat a ter esta clareza...

Rosinha
Tão bom poder contar com vocês! Meu coração fica aquecido...

Cidinha
O médico me disse exatamente a mesma coisa: temos que ter ajuda, principalmente o meu pai, já que não moro na mesma cidade em que ele eles moram. É mais uma barreira a ser vencida, mas necessária, e que pode dar uma amenizada nestas dificuldades que estamos sentindo. Obrigada por esta sugestão e pelo carinho.

Márcia
"Não reconhecer alguém aque amamos" é mesmo muito dolorido! É como uma morte, uma perda, uma coisa estranha demais.
Acho que esta constatação de que não temos o controle nem a responsabilidade do que está acontecendo significa um grande alívio, sim. Precisamos elaborar tantos sentimentos, rever tantos conceitos...
Vou tentar manter a calma! (Sem canja de galinha que, aliás, eu adoro! :))

Sivinha!"A gente devia ser filho dos nossos pais sempre!" É bem isso! Dá vontade de xingar, sim! Que coisa!
Me sinto realmente acarinhada e é impressionante como ler tudo o que vcs escreveram aqui foi importante! Meu Deus! Aprendizado da melhor qualidade, lições de vida!
Beijos no Kit, com todo o meu carinho!

Thelma
" ...ela é consciente de suas mudanças de comportamento, mas nao consegue fazer diferente. É tudo completamente involuntário, embora em algumas ocasioes possamos confundir suas atitudes com manipulaçao." É exatamente assim! Tem horas em que não sei o que pensar, é como um jogo, uma coisa maluca, parece que não está acontecendo... Bom ter esta consciência... Obrigada por me ajudar entender melhor tudo o que está acontecendo. É como se vcs estivessem repetindo as coisas que o médico explicou e todas as suas recomendações. Vejo tudo com mais clareza, na medida em que vou compreendendo como ela se sente. Beijos, Guriazinha!

Clarice
Manter o equilíbrio é fundamental, sim. Já me desesperei, mas agora estou tentando manter a calma e entender tudo.
Beijos!

Adriana
Obrigada pelos comentários do outro lado do oceano! Depois vou lá, no teu blog!
Lamento saber da tua mãe... A gente vai descobrindo que tantas famílias vivem esta mesma situação, não é? A troca de experiências ajuda muito, é impressionante!
Beijos!

Graziana
Realmente "a familia acaba doente junto". Infelizmente não sabemos lidar com este tipo de doença e uma boa orientação médica é fundamental.
Minha mãe é bipolar, então a vida inteira nossa família sofreu com seus altos e baixos, mas agora está sendo ainda pior.
Sabe? Ter fé, acreditar, manter as esperanças é tudo! Obrigada por lembrar!
Beijoca!

Léo
Obrigada pela "força"!
Vamos precisar!
Beijos!

Zeca La-Rocca disse...

muitas doses de carinho, Ana, muito carinho!

Pra ti, D. Célia... todos vcs!

bjossss

Unknown disse...

Obrigada, Zequinha!
Vou dizer a ela!
Grande beijo!

isa disse...

oi, ana! estava pensando: será que tua mãe já tomou florais de Bach? pode ajudar, e não tem problema de tomar com outros medicamentos. posso fazer, se quiseres. beijos, isabel.

Unknown disse...

Ana, vou me meter:
os florais de Bach me ajudaram muito em uma ocasião crítica da minha vida e consegui dar a volta por cima.
se ela não aceitar, podes dar em chás ou sucos que ela nem se dá conta.
ainda mais que tens uma amiga a tua disposição para descobrir qual o melhor e fazer.

espero que dê certo.

bjããoo.

Ana disse...

Isa e Rosamaria
Obrigada! Ela tá tomando florais, sim. Começou agora - recomendação do geriatra. Espero que ela se sinta melhor!
Beijos!

Lu disse...

Ana, isso é realmente muito difícil de entender e dos outros aceitarem. Se ela tá deprimida, tem que tratar mesmo, tem que insistir, persistir. Minha mãe já passou por isso uma vez, não tão forte que nem a tua mãe, mas dá pra entender e é difícil de lidar mesmo. A familia mais do que nunca tem que buscar forças seja de onde for, na fé, no positivismo, sei lá. Sei que falar é fácil, mas eu sempre sou muito positiva e não gosto de entregar os pontos sem lutar até o fim. Acho que tu também és assim, como mesmo dizes: não tá morto que peleia.
Um abraço (mesmo que virtual) beeeeemmmmmm apertado, daqueles de faltar o ar, mas de aliviar um pouco a dor e a angústia.
Bjs

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