25.2.06
Lupicínio Rodrigues
Quem não conhece Felicidade, de Lupicínio Rodrigues?
Sempre soube que ele compôs esta música, originalmente, em homenagem ao VG, com esta letra:
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Na folia
Brinca pula e se diverte
Com alegria
E é por isso que este bloco
É infernal e não existe aqui na terra
Outro igual.
O carnaval é coisa linda
É coisa louca
De deixar cabeça oca
De quem nele vem brincar
E o nosso bloco,
Que é bloco de respeito,
Porque é de Qualquer JGeito
Nele vem pra enfezar.
Paixão Cortes escreveu um artigo no Correio do Povo, onde questionava o nascimento do samba do Rio Grande do Sul e cita como primeiras notas uma canção feita por Lupicínio Rodrigues para o Bloco Vai de Qualquer Geito. Esta canção tem a seguinte letra:
Vai de Qualquer Geito,
Vai de Qualquer Geito,
Vai de Qualquer Geito,
Vai de Qualquer Geito,
Vai, Vai
Abre a Janela minha bela,
Vem ouvir o meu cantar.
Quem viu um carnaval
Como eu já vi na minha Lavras,
Nunca mais pode ver Carnaval!
Não, Não , Não, Não, Não, me convides;
Não quero ir brincar,
Não leve a mal!
Quem viu um carnaval como
Eu já vi na minha Lavras,
Nunca mais pode ver Carnaval!
Ouvir um clarim a tocar assim:
Vai de Qualquer Geito,
Vai de Qualquer Geito,
Vai de Qualquer Geito,
Vai de Qualquer Geito.
"45 Carnavais sua história e tradições" de Mario Antônio Luchsinger Teixeira
"Lavras do Sul - Na bateia no tempo" de Edilberto Teixeira
Ah, as mulheres...
Para Luciane, que amamenta lindamente a Valentina.
Com beijos para o Renato e para a Isadora...
21.2.06
Homenagens que relembro com carinho
Transcrevo, aqui, palavras recebidas num momento de profunda dor, mas que me remetem à alegria...
COM AMOR, TE SAÚDA O VAE DE QUALQUER GEITO
"Acordamos hoje muito mais tristes do que já estávamos ontem. Acordamos e nos conscientizamos de que não era um pesadelo, como gostaríamos que fosse, mas sim, a mais dura realidade: perdemos dolorosamente o filho, o marido, o pai, o irmão, o grande amigo de incontáveis amigos... Perdemos o “PIGUE DO VAE DE QUALQUER JEITO”. Um esteio vivo do nosso bloco, aquele com quem podíamos contar incondicionalmente, se foi... Deve ter sido recebido - folião que era - ao som de "Vai, vai, vai, vai, vai de qualquer jeito, vai..." pelos maiores foliões que nosso bloco já teve (por meu pai, quem sabe, e por muitos outros que também já deixaram o "Dom Pedrito" do Clube Comercial mais vazio).
Por aqui, ele fará muita falta e deixará uma profunda saudade, mas, enquanto nossos filhos e os filhos dos nossos filhos fizerem carnaval na nossa Lavrinha, saberemos que ele estará vivo pulsando como parte que é no coração do nosso VG.
- PIGUE, ONDE TU ESTIVERES TE SAÚDA COM AMOR E RESPEITO, HOJE E SEMPRE, O VAE DE QUALQUER GEITO.
Néka Machado (Pelo VG) em 28/05/2005"
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POR QUE CHORAM OS PALHAÇOS
"É incrível, mas faz parte da figura da maioria dos palhaços, uma lágrima no rosto. O nosso palhacinho, símbolo dos Relaxados, não tem, ou melhor, não tinha. No próximo carnaval ele terá. Embaixo do olho alegre haverá uma lágrima e todo lavrense saberá por que o palhacinho chora...
Homenagem do “Grupo dos Relaxados” ao “Bloco Vae de Qualquer Geito” e a toda comunidade lavrense pela perda enorme que todos passamos.
“Onde tu estiver, nós te beijamos, PIGUE!"
Grupo dos Relaxados, 01/06/2005"
20.2.06
Adolescência da terceira idade
Daí desabo!!! Crise, dúvidas, medo, ansiedade!!!
Logo eu, que imaginei que, passados os quarenta, teria todas as respostas, estaria levando uma vida com um mínimo de estabilidade emocional e financeira!!
Droga!!
Tenho todo o tempo do mundo, pra fazer o que sempre quis e não fiz por falta de tempo: caminhar, arrumar gavetas, olhar vitrines e tomar banhos demorados... Ler, cuidar de mim, ver os amigos...
Não faço nada disso!
Fuga!!
Viajo na Internet, na maionese, vou pra Ilha da Fantasia, pra Terra do Nunca... Auto piedade. Autocomiseração. Loucura total.
Preciso de terapia. Preciso me ocupar, achar o que fazer.
Penso, logo existo. Penso, logo desisto!
Tanta coisa pra fazer e eu aqui, paralisada.
Tem que ter uma luz no fim do túnel.
Coragem. Objetivos. Metas.
Socorro!!!
(Escrito em 05/11/2004 – às 17:10.)
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O que mudou de lá pra cá??!
É que agora eu sei o que quero.
E tô calma. Estranhamente calma...
19.2.06
Espelho e desejo
"Uma amiga me diz que não suporta mais se olhar no espelho. Ela está se
achando gorda, feia, desprezível. Antigamente, eu talvez dissesse a ela que está na hora de fazer uma dieta e dar uma ajeitada no visual, mas hoje em dia aconselho outra coisa: está na hora, isso sim, de trocar de espelho.Ela está apenas um pouco acima do peso ideal, e feia não é de jeito nenhum. É uma mulher inteligente, divertida, bacana. O problema é que está totalmente focada no trabalho, não tem se relacionado com ninguém. Não namora. Não quer nem pensar em seduzir ou ser seduzida, fechou pra balanço. É é justamente este o espelho que está lhe faltando pra ver-se com olhos mais generosos.
A gente se apaixona por si próprio à medida que nos enxergamos através dos olhos dos outros. Isolados numa ilha - ou trancados num apartamento - a tendência é não enxergarmos grandes atrativos em nós. Mesmo sabendo que somos pessoas legais, quem confirma isso? Ok, com a auto-estima em dia, não dependemos tanto assim da apreciação alheia. Mas ninguém consegue manter-se em alta por muito tempo sem comprovar que é amado, gostado. Em suma, desejado.Todo ser humano necessita despertar desejo. Quando as pessoas nos olham e não nos diferenciam de uma cadeira, a coisa vai mal.
Isso acontece muito naquela instituição, como é mesmo o nome? Casamento. Os dois seguem se amando, mas já estão há tanto tempo juntos que não faz mais diferença se a mulher embarangou ou se o marido perdeu os dois dentes da frente: "amo você de qualquer jeito, bem". Ama, sem dúvida. Mas não nos enxerga mais. É aí que mora o perigo. Homens e mulheres precisam de um espelho que lhes diga constantemente o quanto são interessantes e atraentes. Se o espelho rachou em casa e não reflete mais nada, das duas uma: ou a gente se entrega ao desleixo, ou vai buscar reflexos de si mesmo em outro alguém.
Conheço garotas muito mais gordas que minha amiga, e menos bonitas e inteligentes do que ela, mas que não sentem vergonha do próprio corpo, seguem no jogo da vida, ganhando mais do que perdendo. São bem amadas por amigos e namorados, portanto a imagem que têm delas mesmas é menos rigorosa. E acabam se tornando belas de verdade."
Autores lavrenses
Reli, há poucos dias, Contos do Sobrado de Blau Souza. Bom demais ler sobre coisas de Lavras, as velhas estâncias... Dá uma saudade!
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"Os contos de Blau Fabrício de Souza recuperam o universo das estâncias sul-rio-grandenses. Sem saudosismo, depõem sobre o trânsito entre a vida simples do campo e a vida atribulada das cidades, recontado na perspectiva das personagens. Os textos falam de expectativas, desejos, sofrimentos e esperanças de pessoas simples, cujos perfis o autor compõe com a força da palavra escrita. Blau Souza assinala, em seus contos, a marca da renovação: ao lê-los, nenhum leitor poderá permanecer indiferente."
18.2.06
Pegadinha
paciência, olhar terno e um sorriso contido.
Mas fumava. E isso destoava completamente de todo o resto!!
Outro dia lembrei de uma história que aconteceu com ela.
- Pois é... Isto é que é a tal da maconha!
Minha avó jogou o cigarro longe! Se afogou! Empalideceu! Teve falta de ar! Tossiu muito até que a cor retornou abundantemente em seu rosto! Foi quando viu que meu tio se matava de rir, enquanto tentava contar do que realmente se tratava!
Daí ela ficou ainda mais vermelha! Provavelmente de raiva e vergonha por ter acreditado e por ter caído naquela brincadeira!
Ah, as mulheres...
E o Veríssimo nem mencionou esfoliação, hidratação, depilação, bronzeamento, banho de lua, malhação, manicure, a procura pelo biquini que favoreça, o filtro solar, a sacola com água, revistas, pente, protetor solar para os cabelos, protetor labial, viseira, esteira, guarda sol, cadeiras, canga, os óculos de sol, a dieta, a camada de ozônio...
Argh! Melhor ficar em casa!
Resta, ainda, uma vontadezinha de ir pra praia?
Saiba-> Zero Hora testou: a cada 48 segundos, um vendedor assedia o veranista sentado à beira de uma praia como Capão da Canoa!!
Eu continuo a procurar a verdadeira maionese!
Tá na minha lista de coisas que não posso deixar de ver em 2006! Yessss!
"A A.S.C.O. (Academia Sbørniana de Copérnico) é uma associação orientada para o estudo, divulgação e ensino do Copérnico, dança folclórica tradicionalmente originária da Sbørnia do Sul.O Copérnico é uma dança que está mexendo com a cabeça das pessoas. Acreditamos que será um grande sucesso nas pistas de dança e clínicas ortopédicas de todo o mundo.
A A.S.C.O. desenvolve também projetos culturais propondo seu uso terapêutico em substituição à Yoga e ao Tai-Chi-Chuan, bem como sua substituição à Valsa das Debutantes."
Eu sei que pode ser que
17.2.06
Sons
Em tempos de gerúndio
"Se Adoniran Barbosa compusesse o "Trem das Onze" hoje, na era do telemarketing de manual, a canção ficaria assim (copyright do meu amigo Affonso Brinho): "
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16.2.06
Carpinejar
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"Arranhar a pele não é cheirar minha roupa. Deitar no sofá não é entrar em minha solidão. Segurar-se na parede não é observar meus quadros. Tomar o meu café não é antecipar a minha boca. Abrir minhas gavetas não é descobrir meus segredos. Ouvir a minha respiração não é tirar o meu ar. Satisfazer meus desejos não é conhecê-los. Segurar minha mão não é explorar meu rosto. Trocar a água da jarra não me deixará vivo. Dividir a mesa não é repartir o prato. Trancar a porta não fecha as saídas. Copiar a minha letra não é repetir meu medo. Amarrar os meus sapatos não me prende aos pés. Gastar o tempo não é preenchê-lo. Anotar na agenda não prova que existimos. Ouvir uma música não é cantá-la. Plantar uma árvore não é florescê-la. Gerar um filho não é cuidá-lo. Abandonar um livro não é lê-lo. Sentir ciúme não controla o amor. Esperar não é se adiantar. Dormir em minha cama ainda não é morar em minha casa."
Em Lavras, o Benedito!
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Muitas atrações como:Show com Moleque Atrevido;Grupo Bastidor com acrobacias, malabares, pirofagia, perna de pau, queijinho.
Ingressos antecipados limitados no local.
15.2.06
A Rádio Galocha
Pra matar a saudade do Analista de Bagé
Certas cidades não conseguem se livrar da reputação injusta que, por alguma razão, possuem. Algumas das pessoas mais sensíveis e menos grossas que eu conheço vêm de Bagé, assim como algumas das menos afetadas são de Pelotas. Mas não adianta. Estas histórias do psicanalista de Bagé são provavelmente apócrifas (como diria o próprio analista de Bagé, história apócrifa é mentira bem-educada), mas, pensando bem, ele não poderia vir de outro lugar.
Pues, diz que o divã no consultório do analista de Bagé é forrado com um pelego. Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão.
- Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho.
- O senhor quer que eu deite logo no divã?
- Bom, se o amigo quiser dançar uma marca, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro.
- Certo, certo. Eu...
- Aceita um mate?
- Um quê? Ah, não. Obrigado.
- Pos desembucha.
- Antes, eu queria saber. O senhor é freudiano?
- Sou e sustento. Mais ortodoxo que reclame de xarope.
- Certo. Bem. Acho que o meu problema é com a minha mãe.
- Outro...
- Outro?
- Complexo de Édipo. Dá mais que pereba em moleque.
- E o senhor acha...
- Eu acho uma pôca vergonha...
- Mas...
- Vai te metê na zona e deixa a velha em paz, tchê!
*
Contam que uma vez um casal pediu para consultar, juntos, o analista de Bagé. Ele, a princípio, não achou muito ortodoxo.
- Quem gosta de aglomeramento é mosca em bicheira...
Mas acabou concordando.
- Se abanquem, se abanquem no más. Mas que parelha buenacha, tchê. Qual é o causo?
- Bem - disse o homem - é que nós tivemos um desentendimento...
- Mas tu também é um bagual. Tu não sabe que em mulher e cavalo novo não se mete a espora?
- Eu não meti a espora. Não é, meu bem?
- Não fala comigo!
- Mas essa aí tá mais nervosa que gato em dia de faxina.
- Ela tem um problema de carência afetiva...
- Eu não sou de muita frescura. Lá de onde eu venho, carência afetiva é falta de homem.
- Nós estamos justamente atravessando uma crise de relacionamento porque ela tem procurado experiências extraconjugais...
- Epa. Opa. Quer dizer que a negra velha é que nem luva de maquinista? Tão folgada que qualquer um bota a mão?
- Nós somos pessoas modernas. Ela está tentando encontrar o verdadeiro eu, entende?
- Ela tá procurando o verdadeiro tu nos outros?
- O verdadeiro eu, não. O verdadeiro eu dela.
- Mas isto ta ficando mais enrolado que lingüiça de venda. Te deita no pelego.
- Eu?
- Ela. Tu espera na salinha.
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. Este é um dos textos preferidos de Verissimo, segundo sua própria seleção.