16.2.06

Carpinejar

Leitura obrigatória. Simplesmente adoro.

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"Arranhar a pele não é cheirar minha roupa. Deitar no sofá não é entrar em minha solidão. Segurar-se na parede não é observar meus quadros. Tomar o meu café não é antecipar a minha boca. Abrir minhas gavetas não é descobrir meus segredos. Ouvir a minha respiração não é tirar o meu ar. Satisfazer meus desejos não é conhecê-los. Segurar minha mão não é explorar meu rosto. Trocar a água da jarra não me deixará vivo. Dividir a mesa não é repartir o prato. Trancar a porta não fecha as saídas. Copiar a minha letra não é repetir meu medo. Amarrar os meus sapatos não me prende aos pés. Gastar o tempo não é preenchê-lo. Anotar na agenda não prova que existimos. Ouvir uma música não é cantá-la. Plantar uma árvore não é florescê-la. Gerar um filho não é cuidá-lo. Abandonar um livro não é lê-lo. Sentir ciúme não controla o amor. Esperar não é se adiantar. Dormir em minha cama ainda não é morar em minha casa."
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Um comentário:

Eurípedes disse...

Ana

Ele é perfeito
Ao descrever
Direto e direito
Como se conselheiro fosse
Como se fosse mentor

Não interessa a uma mulher um homem que saiba tudo sobre ela, um homem que saiba tudo sobre o amor, um homem que saiba tudo sobre os prazeres proibidos do corpo. Uma mulher não se interessa por um homem que não tenha uma dose de insegurança, um quê de fascínio infantil, uma ponta de orgulho bobo, uma forquilha de medo entre os joelhos.

Abraço de calouro

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