"O Rio Grande do Sul contabiliza a quarta safra consecutiva com perdas nas atividades agropecuárias. De 2019 a 2022, foi a estiagem que causou prejuízos; já no ciclo 2023/24, o excesso de chuvas impactou negativamente a colheita. Segundo a Emater-RS, a perda média na soja do estado é de 2 milhões de toneladas, com algumas regiões ainda com mais de 50% da área plantada sem colheita. Na Metade Sul, cerca de 10% da área foi abandonada devido às condições péssimas dos grãos."
Em Lavras do Sul tivemos a sorte de não ter inundações, mas o prejuízo foi enorme - todos fomos atingidos, em maior ou menor grau.
Nesse blog sempre falo das coisas que me preocupam, em tudo o que observo, o que acontece a meu redor, o que me sensibiliza...
Então compartilho o depoimento de meu grande amigo, Alfredo, plantador de soja, que está vivendo um momento extremamente difícil, procurando soluções, pensando em alternativas. (Esse depoimento foi compartilhado no grupo de whatsapp do Sindicato Rural de Lavras do Sul.)
"Planejamento? Pois estou aqui tomando meu mate, à beira do fogo, e pensando nele.Safra 2023/2024 foi a que mais planejei, inclusive em cima das previsões pluviométricas.Foram 500t de calcário, 300kg de adubo - do melhor que já usei, 4.24.24 com enxofre, sementes com 98% de germinação e igual vigor, tratamento de sementes a capricho, combate aos inços no inverno e depois, na dessecação, com pré-emergente para o caruru nas áreas mais atingidas, sementes resistentes ao 2.4. D, 3 aplicações de fungicidas intercalados com inseticidas e capina. Enfim, foi o ano em que investi bastante, prevendo uma colheita melhor. Inclusive custeei 70% da lavoura com recursos próprios.Algo faltou, pois o soja precoce já deu a metade do esperado. Os outros estavam produzindo na média da região, 48 sacas por hectare, até termos 11 dias de chuvas consecutivas, fora as demais.Quando recomecei, a maioria da lavoura tinha debulhado. Produzindo na mesma lavoura, de 48 passei a colher 18 por hectare. Apesar de não ter soja avariada, a umidade ia nas alturas, também em função da fila de 3 dias na Cotrisul.Resultado disto tudo, um enorme prejuízo. Colhi 21 sacos por hectare de média. Perdi meu investimento e fiquei devendo à cooperativa, coisa que jamais tinha me acontecido, e, pior, fiquei sem caixa.Agora vamos voltar ao "planejamento". Estou aqui pensando como planejar a próxima planta sem dinheiro, já que o que investi não retornou.Qual a solução?Vender algum patrimônio dos tantos que já vendi, enterrar mais meio milhão e ficar olhando para o céu, buscar crédito - já sem tê-lo, ou vender tudo e recomeçar em outro tipo de negócio?Enfim, escrevi para reflexão.Tenham um bom domingo!Ah, e planejar, nem sempre sai como se planejou..."
3 comentários:
Nem tudo são rosas,elas tem espinhos,mas o perfume, há o perfume supera os arranhões...
Bjos querida amiga.
O anônimo,sou eu, Alfredo.kkk
Verdade, Alfredo!
Temos que valorizar os ganhos e superar as perdas!
Estou na torcida por novos caminhos, com resultados compensadores!
Que tudo dê certo, daqui pra frente!
Sucesso!
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