1.12.08

Aquaviva

Ro Druhens


"Com as mãos em concha, recolheu a água do que chamam vida.
Intenção seria lavar os olhos, talvez o rosto.
Intenção disfarçada de lavar olhares, talvez, sorrisos.
E a sede daquele gosto antigo de sumo de fruta madura, quase passada.
Na primeira mordida, sentiu fogos iluminando o céu da boca.
E vulcões explodindo na garganta.
Vida de volta às entranhas.
E mais vivo estava, ainda, o desvalido coração.
Afagou-se e afogou-se.
Aguardente.
Água e fogo.
Vida."

5 comentários:

antes que a natureza morra disse...

Que texto lindo !
Esse tipo de sensualidade delicada os pornográficos jamais terão sensibilidade para entender.
Bj

JP

Eurípedes disse...

Ana,

Quando formosa
De lábios e mãos em concha
Carinhosas
Balbuciam, gemem
Tocam, resvalam
Acariciam, abraçam
Tenho percepção
Da vida ser erupção
Retorno à concepção
Gosto gostoso travoso
Cheiro frutado maravilhoso
Som de sorriso malicioso
Que o coração despossuído
Muda o ritmo
E se afoga
Se aquece
E arde
Na lava
No fogo da paixão

Abraço apertadinho

Patrícia disse...

Gostei daqui!
Lindos textos! :)
Beijo!

Anônimo disse...

A sensibilidade da vida em seus mínimos detalhes!


Abraços...

isa disse...

ana,
adorei o texto, adorei tuas colagens.
como sempre, e muitas vezes, os textos que escolhes sintonizam bem com o que estou vivendo.
um beijo para ti, com carinho!

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