Meu filho Anselmo, na 1ª foto. Na 2ª, um dia de festa nas Cordilheiras. Na 3ª foto meus primos Guto, Gujo, Valério, um amigo, Pedro Abascal e meu sobrinho, José Donairo, que também aparece de poncho, na última foto!
A Semana Farroupilha me reporta à alma gaúcha! Seu amor à liberdade, suas convicções, seu espírito guerreiro, sua busca pelo que considera justo.
Os gaúchos, por tradição, se envolvem com as questões políticas de forma apaixonada e se orgulham da sua história e de suas lutas.
Fui criada na campanha. Aprendi a amar aquele lugar, vendo meu pai trabalhar e ter uma atitude respeitosa com a natureza, com o manejo do gado e na forma honesta como sempre administrou e cuidou lá de fora. Então costumo associar o pampa e a imagem do gaúcho ao meu pai e a minha família, já que a maioria também trabalha com pecuária.
Cresci vendo a lida no campo, a geada, o cuidado com os animais, as dificuldades, o pó na estrada esburacada, as crises causadas pela má gestão dos governos e por interesses internacionais e a falsa imagem de que os fazendeiros são latifundiários magnatas do campo, vendida em eventos como a Expoínter e por movimentos favoráveis a reforma agrária.
Os impostos são forma de socialização e redistribuição de renda, mas duvido quem não se sinta aviltado com o tanto que tem de pagar daquilo que ganha com seu suor, até porque estamos absolutamente mal servidos do que seria básico: ensino, saúde e segurança. A Revolução Farroupilha foi desencadeada justamente porque os gaúchos não suportavam mais a taxação em cima dos seus produtos.
Passados tantos anos tudo parece ainda tão sem solução... Com a proximidade das eleições vejo que as pessoas estão se sentindo absolutamente desencantadas e escolhendo o candidato menos ruim. Perdemos a inocência, a ilusão de que as coisas mudariam. Estamos desesperançados, entristecidos e isto me parece injusto demais, num país com tantas possibilidades de dar certo, com tanta gente fazendo seu trabalho de forma honesta e dedicada.
Fico pensando no meu pai e a suas incertezas com relação ao seu trabalho e a tudo o que conquistou. Ele passou a vida inteira na expectativa de que sua casa e sua fonte de trabalho pudessem ser tomadas e, mesmo assim, investindo, empregando, melhorando, apesar do risco.
Difícil trabalhar sem regras claras, sem transparência. Difícil viver num país em que as diferenças sociais cada vez se agravam mais.
Fácil simplificar tudo com visões de esquerda-honesta-e-bem-intencionada e direita-retrógada-e-gananciosa. A experiência tem mostrado que, independentemente de ideologia, somente são capazes de promover o desenvolvimento social governos honestos e povo culto.
Não gosto de rótulos, não sou radical nem tenho dificuldade em analisar os dois ou mais lados de uma questão. Gosto de conviver com quem pensa diferente de mim e acredito que há muitos caminhos válidos, muitas soluções viáveis, embora nenhuma mágica ou imediata!
Nem sei por que desandei a falar em impostos, reforma agrária, eleições e na minha desilusão com os nossos políticos, quando queria falar no 20 de Setembro!
Talvez porque nossa história mais nos envergonhe do que nos orgulhe e porque estamos vivendo tempos de depuração e de mudança.
Acho que sou romântica demais e acredito em valores como humanidade, solidariedade, patriotismo, honestidade... A esperança é a última que morre e não ta morto quem peleia!
# Gaucho Site
# Semana Farroupilha
A Semana Farroupilha me reporta à alma gaúcha! Seu amor à liberdade, suas convicções, seu espírito guerreiro, sua busca pelo que considera justo.
Os gaúchos, por tradição, se envolvem com as questões políticas de forma apaixonada e se orgulham da sua história e de suas lutas.
Fui criada na campanha. Aprendi a amar aquele lugar, vendo meu pai trabalhar e ter uma atitude respeitosa com a natureza, com o manejo do gado e na forma honesta como sempre administrou e cuidou lá de fora. Então costumo associar o pampa e a imagem do gaúcho ao meu pai e a minha família, já que a maioria também trabalha com pecuária.
Cresci vendo a lida no campo, a geada, o cuidado com os animais, as dificuldades, o pó na estrada esburacada, as crises causadas pela má gestão dos governos e por interesses internacionais e a falsa imagem de que os fazendeiros são latifundiários magnatas do campo, vendida em eventos como a Expoínter e por movimentos favoráveis a reforma agrária.
Os impostos são forma de socialização e redistribuição de renda, mas duvido quem não se sinta aviltado com o tanto que tem de pagar daquilo que ganha com seu suor, até porque estamos absolutamente mal servidos do que seria básico: ensino, saúde e segurança. A Revolução Farroupilha foi desencadeada justamente porque os gaúchos não suportavam mais a taxação em cima dos seus produtos.
Passados tantos anos tudo parece ainda tão sem solução... Com a proximidade das eleições vejo que as pessoas estão se sentindo absolutamente desencantadas e escolhendo o candidato menos ruim. Perdemos a inocência, a ilusão de que as coisas mudariam. Estamos desesperançados, entristecidos e isto me parece injusto demais, num país com tantas possibilidades de dar certo, com tanta gente fazendo seu trabalho de forma honesta e dedicada.
Fico pensando no meu pai e a suas incertezas com relação ao seu trabalho e a tudo o que conquistou. Ele passou a vida inteira na expectativa de que sua casa e sua fonte de trabalho pudessem ser tomadas e, mesmo assim, investindo, empregando, melhorando, apesar do risco.
Difícil trabalhar sem regras claras, sem transparência. Difícil viver num país em que as diferenças sociais cada vez se agravam mais.
Fácil simplificar tudo com visões de esquerda-honesta-e-bem-intencionada e direita-retrógada-e-gananciosa. A experiência tem mostrado que, independentemente de ideologia, somente são capazes de promover o desenvolvimento social governos honestos e povo culto.
Não gosto de rótulos, não sou radical nem tenho dificuldade em analisar os dois ou mais lados de uma questão. Gosto de conviver com quem pensa diferente de mim e acredito que há muitos caminhos válidos, muitas soluções viáveis, embora nenhuma mágica ou imediata!
Nem sei por que desandei a falar em impostos, reforma agrária, eleições e na minha desilusão com os nossos políticos, quando queria falar no 20 de Setembro!
Talvez porque nossa história mais nos envergonhe do que nos orgulhe e porque estamos vivendo tempos de depuração e de mudança.
Acho que sou romântica demais e acredito em valores como humanidade, solidariedade, patriotismo, honestidade... A esperança é a última que morre e não ta morto quem peleia!
# Gaucho Site
# Semana Farroupilha
# Os Quero-Queros Nos Dizem (música de Gujo Teixeira e Guto Teixeira - os mesmos da foto, lá em cima!)
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5 comentários:
isso mesmo não tá morto quem peleia!
Porto Alegre é outra na semana farroupilha. aquele acampamento com aquela bandeira enorme do RS reforça meu bairrismo, confesso :)
Ana, lindas fotos, lindo texto.
Eu também estou desiludida com a política.
Mas os gaúchos fizeram história, e esse dia nos lembra seus feitos.
Mudando de assunto, existe alguma música que fale de Lavras?
Ana, teus sentimentos sao super pertinentes!!! Tens razao no que colocas. Muito legal o teu texto, as fotos e teu sentimento de gaucha legitima. Bahhhhh!!!!
Bjs.
Lindas imagens. Ana, já viste POA na semana Farroupilha? As ruas aqui por onde passa o desfile estão todas pintadas com as cores da bandeira do RS. Só nós mesmos. Dá-lhe gauchada.
Graziana
E é tão bom, não é?
A sensação de pertencer a um lugar! De fazer parte, reconhecer os sentimentos, o jeito de ser...
Vânia!
O Gujo tem músicas lindas que falam em Lavras! Aqui tem um resumo: http://www.paginadogaucho.com.br/gujo/obras.htm
Assim que puder, te mando as letras por email!
Thelma!
Obrigada! Sei que tua alma cigana te leva pra outros pagos, mas teus ouvidos levam o som do Minuano! O Pampa vive dentro da gente! Imenso!
Tenho estes sentimentos do sal do churrasco, do amargo do chimarrão, das lonjuras, do frio... Por isso gosto tanto de uma boa conversa ao calor de um fogo no galpão! Na minha vida isto não é folclore: faz parte do que gosto mais de viver e de lembrar!
Lu
Nunca fui a PoA durante a Semana Farroupilha, mas acompanho nos jornais e na TV e gosto de ver todas aquelas manifestações da gauchada! Oigaletê porqueira!
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