30.9.06

Acabou a campanha


Não vou viajar para votar, por várias razões. E, depois que assisti ao debate, ao contrário do que li na maioria dos lugares, perdi um pouco da má impressão que tinha dos candidatos que concorrem com o Lula nestas eleições. Não achei o Alckmin tão inexpressivo, gostei da "revolução doce" proposta pelo Cristóvam e me emocionei, em muitos momentos com a Heloísa Helena. Apesar de saberem, pelas pesquisas, que não tem chance de ganhar, foram lá defender suas posições e não senti inverdade ou demagogia barata em nenhum deles. Não sou nenhuma especialista ou apaixonada pela política, mas vi ali três pessoas que, de diferentes formas, estão pleiteando a presidência do Brasil e que lutam com as armas que tem.

Queríamos que fossem cultos, preparados, carismáticos, apaixonantes, reconhecidos, capazes... Mas não são. E não acho que tenha ninguém assim no cenário político nacional. Por isso estamos desiludidos, desencantados, desesperançados! E aqueles que votam no Lula, pela segunda vez, o fazem em nome de um sonho, por acharem que ele ainda representa a possibilidade que as coisas possam mudar neste país.

Na hora de escolher, o fazemos por instinto, por afinidade, por convicção, pela razão?? Não sei. E acho que a maioria das pessoas também não sabe. E também temos que ter em mente que a maioria dos eleitores do nosso país é absolutamente mal informada e sabe-se lá que critérios usam para escolher seu candidato. Com certeza a manutenção da bolsa família, nos moldes como está sendo pago, deve ser um forte argumento na hora de optarem pelo Lula. A pobreza é tão grande que este é um benefício do qual não querem abrir mão e acho que temos que entender isso, por mais que pareça triste ou absurdo.

Votaria no Cristóvam. Porque gosto da idéia de uma revolução pela educação.
E espero que tenha segundo turno! Não é possível esta unanimidade na hora de reeleger um candidato que não assume os erros do seu governo. No mínimo precisamos deixar claro que não queremos um vale a pena ver de novo! E aí vem aquele argumento de que Alckmin seria uma edição mais do que vista de governos anteriores, então estamos mesmo sem a menor opção! O que sei é que, em governos anteriores, ninguém chegou ao poder com tanta possibilidade de fazer tudo tão diferente e fez tudo tão igual! Ou fez ainda pior, já que vinha com um discurso da moralidade e da mudança!

De qualquer forma, que seja um momento de amadurecimento e que as coisas comecem a mudar! Principalmente na Câmara e no Senado! Que surjam pessoas que nos encantem no cenário político, é o que desejo para estas eleições!

9 comentários:

Zeca La-Rocca disse...

Ana, há esperanças. Não viste as últimas pesquisas?
Estamos na torcida!
E, concordo contigo, a maior mudança tem q acontecer no Congresso.
Ah, quanto à revolução pela educação, lembras o q as "Brizoletas" fizeram pelo ensino/educação no RS?
Penso q hj em dia só os estudantes de arquitetura ainda ouvem falar nelas... ainda hj existem algumas funcionando, acredite.
Infelizmente,tbm não poderei ir ao RS p votar. Mas to fazendo minha campanha virtual por um 2º turno. hehe
abço

Telejornalismo Fabico disse...

*

acho que quanto menos paixão se deposita num voto, mas maduro é o cidadão.
faço política no meu dia-a-dia por necessidade, não por tesão.
avalio, peso, pesquiso, vejo o que será melhor a curto e longo prazo.
e nunca deixo a emoção tomar conta.
porque daí eu ia querer milagres, e eles não exitem.
e é essa racionalidade que me permite ainda votar no PT apesar de tudo o que aconteceu. esse é um partido jovem, por que não teria o direito de errar?
errou e dever pagar por isso. e deve fazer um corte radical na banda podre. mas ainda é um partido, ainda tem um projeto, ainda busca coerência.
acho que as pessoas devem votar em quem gostam e confiam.
mas a paixão deve ficar restrita pras relações pessoais.
política pede razão. 100% dela.


*

Anônimo disse...

Com todo respeito, na vida prática, no mundo real, em todo o planeta, a história já provou que "razão" e "política" são quase excludentes. Ainda assim entendo meta.

Como disse no Indizível, torço, mas não espero.

Telejornalismo Fabico disse...

*

com todo o respeito, as pessoas que usaram a desculpa da emoção, no mundo real e em todo o planeta, são as mesmas que disseram ter sido enfeitiçadas por hitler, mussolini, collor de mello, médice, pinochet ou reagan. depois do desastre feito, elas alegavam que a culpa não era delas. o diabo havia agido naquela situação. elas, como cidadãs, não tinha responsabilidade por botar no poder, legitimar, aceitar e compactuar com o que foi feito. pessoas que abrem mão do sensato pelo sensitivo são assim: tolinhas, ingênuas, irresponsáveis, fofinhas, meigas, verdadeiros poetas do dia-a-dia.
a razão é coisa pra velhos ranzinzas que insistem em viver num mundo real - agora me confundi! -, de forma prática, com os dois pés no chão. gente que faz questão de ser dona do próprio destino, assumindo seus erros e acertos e pagando o preço por isso.
áh, mas a emoção...a emoção...


*

Anônimo disse...

Viu só, Sean? Pelo visto concordamos! Você ratificou o que eu disse dando exemplos, que a história já provou que nos momentos políticos o que impera é a emoção, não a razão.

Agora, dizer que, voto emocionado ou não, o eleitor não é responsável? Falar deste mundinho cor-de-rosa??? Isto é por sua conta!

Foi por isto que disse que entendo *meta*. Ou seja, apesar do que história já provou inúmeras vezes (e você confirmou), entendo que a *meta*, o ideal, o desejado, seja que isto mude e que as pessoas comecem a votar com a razão. Mas como você bem disse: "áh, mas a emoção...a emoção..."

Ana disse...

Zéca
O segundo turno esta aí! Vamos exercitar um pouco mais nossa capacidade crítica, convivência com quem pensa diferente(adoro!)e aproveitar este momento pra repensar nosso país! É um belo aprendizado!

Sean e Léo!
Quando fiquei questionando o que move as pessoas na hora de votar simplesmente esqueci de mencionar a emoção! Ah, a emoção!!
E vocês disseram coisas absolutamente verdadeiras, concordando apesar de parecerem discordar! Ou euzinha entendi tudo errado?
Aliás, vcs defendem seus pontos de vista de forma apaixonada e isto mostra como é difícil ser puramente racional nestas questões!

Telejornalismo Fabico disse...

*

acho que há um equívoco, Leonardo, e não concordamos em absolutamente nada.

primeiro, porque usei e a primeira pessoa no post inicial, ou seja, eu falei da minha experiência. não fui genérico ou leviano pra tornar o que eu sinto ou penso uma regra. ainda assim, com "todo o respeito" você se deu ao direito de saber mais de mim do que eu mesmo, e me tornou uma “impossibilidade”.

segundo, educadamente, tentei trazer a discussão para o "genérico" - já que foi onde você me jogou -, mas mesmo assim você não compreendeu nada do que eu escrevi. falo da necessidade de cada um assumir seus atos, e parar com essa balela de se esconder na desculpa da emoção. e friso em maiúscula: DESCULPA. porque quem têm neurônios, pensa.

Claro que sempre tem quem prefere deixar que os outros façam esse trabalho. Porque pensar é correr riscos, é se posicionar, é cobrar, é ser “chato”. Então, que se denomina “sensível”, pode-se dar ao luxo de ficar me cima do muro, apenas apontando o que os outros fazem.

se você se enquadra nessa categoria, beleza, respeito sua opção.
só não me ponha nela, porque eu uso a razão, como afirmei no primeiro post.

De resto, vamos às urnas!
abraço.


*

Anônimo disse...

pra mim, razão e emoção são indispensáveis. as duas.
a razão eu uso pra saber ponderar, escolher e principalmente entender as pessoas em que estamos acreditando, mesmo que elas não sejam mais que pessoas e que cometam erros e acertos e que tenham planos, assim como todos nós, mortais.
e a emoção fica junto pra, na hora de ler o "fim" eu acredite que este é um novo começo - ou uma continuação das coisas boas, pra que eu não esqueça de me perdoar se um dia eu achar que eu errei, e que mesmo errando, eu não desista de acertar nunca.
eu preciso das duas. e acho que as duas precisam se completar.
beijao tia ana.

Anônimo disse...

Vamos não, Sean! Diferente do que você entendeu ou presume, já passei há muito da necessidade de provar pontos. Se lhe ofendi de alguma forma, minhas desculpas.

Como dizem por aqui, have a good life!

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