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Quando eu era criança, este corredor não tinha fim e me levava para todos os lugares... A casa parecia tão grande, tantas coisas guardadas, tantas histórias de família... Nas paredes fotos dos bisavós, nas gavetas documentos amarelados, pastas, registros, certidões, cartas. Tantos livros, roupas de antigos bailes, que minha mãe fazia questão de guardar. As coleções do meu pai, algumas louças da vó Julita, copos de cristal, a vitrola que toca discos de uma música só, com um som maravilhoso. Revistas de fotonovelas, filtro d'água de barro, lençóis de linho, toalhas com monogramas, bordados à mão. Um quadrinho na parede, que diz "a vida é como dados, tem seus pontos marcados", a velha despensa, com suas tulhas enormes, as paredes com escariolas, o fogão à lenha, o barulho dos passos, os sons, as risadas, o silêncio. Tudo continua lá.
Nunca mais voltei nas Cordilheiras.
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Quando eu era criança, este corredor não tinha fim e me levava para todos os lugares... A casa parecia tão grande, tantas coisas guardadas, tantas histórias de família... Nas paredes fotos dos bisavós, nas gavetas documentos amarelados, pastas, registros, certidões, cartas. Tantos livros, roupas de antigos bailes, que minha mãe fazia questão de guardar. As coleções do meu pai, algumas louças da vó Julita, copos de cristal, a vitrola que toca discos de uma música só, com um som maravilhoso. Revistas de fotonovelas, filtro d'água de barro, lençóis de linho, toalhas com monogramas, bordados à mão. Um quadrinho na parede, que diz "a vida é como dados, tem seus pontos marcados", a velha despensa, com suas tulhas enormes, as paredes com escariolas, o fogão à lenha, o barulho dos passos, os sons, as risadas, o silêncio. Tudo continua lá.
Nunca mais voltei nas Cordilheiras.
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.Todas estas lembranças, quando vi o mural de Kamille Saabre.
3 comentários:
Interessante como a memória da gente não se restringe ao mental. Lembrar parece algo mais completo, que envolve os sentidos, as emoções. Nesses instantes onde as lembranças parecem mais fortes, parece que a gente se depara não com imagens, mas com flashes da própria vivência revivida, intensa, como uma janela que se abriu rapidamente entre o passado e o presente.
Reconheço essas sensações que descreveste, Ana. Como tudo vem nítido e claro nessas horas. Por isso a gente se emociona. Emoção concentrada. Anos de emoção compactados em um fragmento se segundo.
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