12.2.06

Figos, figadas e suas consequências

Cordilheiras. Calor, mormaço. Eu e Carmen entediadas... Era hora da sesta no galpão e dentro de casa... Cedo demais pra tomar banho de arroio. Nada, absolutamente nada pra fazer...
Perambulamos pela volta da casa. Silêncio. Nem as árvores se moviam naquele calor de depois do almoço.
Eis que olhamos uma figueira carregadinha! Idéia! Vamos fazer doce de figo! Ação! Embrenhamos-nos por entre os galhos, ignorando o fato de que os figos ainda estavam verdes. A seiva branquinha escorrendo dos galhos cortados dava certa coceira na pele... Depois de colhermos uma quantidade razoável nos sentamos pra descascar as frutas... Ninguém tinha nos avisado, mas o contato com a casca dos figos afina a pele a ponto de arder... Desajeitadas, nos cortamos os dedos, mas agüentamos firmes, amassando tudo com um garfo! Hora de fazer o fogo no chão e por os figos com açúcar a cozinhar. A Carmen e eu carregamos a lenha, trazida de uma lenheira que não ficava muito perto de onde estávamos... Fogo e fumaça, mão de obra danada, mexendo a figada e uma brasa cai em cima do pé da minha amiga. Ela estava entusiasmada e, apesar da bolha que se formou, não me abandonou naquela árdua tarefa. Demos a nossa figada por pronta, servimos em pratinhos e comemos ainda quente. Delícia!
E pronto: voltamos ao tédio... De novo nada pra fazer!
Decido: doce de figo! Figos inteiros, na calda. E lá vamos animadas, colher mais frutas. Do lado da figueira tinha uma tela, onde ficava o galinheiro. Um galho carregadinho de figos pendia pra o outro lado. Decidi entrar lá pra apanhar aquelas frutas. Só que bati com a cabeça numa casa de camoatins que, enfurecidos, me picaram o corpo todo e se enredaram nos meus cabelos. Saí correndo, derrubei tudo e tirei tampos dos dois joelhos!
Fui socorrida, tiraram os ferrões e cuidaram das minhas feridas... Foi quando comecei a sentir náusea... Aquela figada definitivamente não estava me fazendo bem! Que mal estar!
Saldo da tarde: coceiras nos braços, dedos sangrando, cortes nas mãos, um pé queimado, dois joelhos esfolados, infecção intestinal e um monte de picadas de camoatins!!
Passei muito mal, tive febre e fiquei de cama. E a Carmen, solidária, ficou o tempo todo do meu lado, enquanto ainda comia pequenos pedaços açucarados da figada que sobrou...

3 comentários:

Anônimo disse...

Ana,
Ler alguma coisa sobre figo ou figada nesta época do ano é ficar com água na boca.Estou salivando!!! Faz muito tempo que não como estas delicias mas não esqueço o sabor iniqualável.Ativaste a minha memória.
Falar nisto a Dona Célia me deve uma ambrosia, me prometeu da ultima vez que fui a Lavras lá na Telúrica.Promessa é divida!!!!!!!
Bjos

Ana disse...

Oi, Clarice!
Vou falar pra ela que tu estás esperando a ambrosia... Pra não cair no esquecimento!!
Aliás, vou pedir pra ela praticar agora, quando eu for pra Lavras!
Yessss!

Eurípedes disse...

Vocês são danadinhas
Uns anjinhos...
De rabinho e chifrinho
Né não?
Beijo

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