"Desde que me entendo por gente lembro dos meus pais com o chimarrão na mão. Não era só sobre a bebida. Era sobre estar ali, juntos, abrindo o dia ou encerrando uma conversa. Era sobre escutar. Sobre chegar perto. Sobre sentir casa.Com o tempo a vida muda. A gente vai embora, atravessa cidades, atravessa fases, muda tudo. Mas as tradições de família têm um jeito bonito de permanecer. Elas ficam guardadas na memória do corpo, no gesto que a gente repete sem pensar. E quando eu preparo um chimarrão hoje, mesmo vivendo longe, eu sinto que eu volto um pouco para aquele lugar onde tudo começou.As tradições carregam história. Carregam afeto. São um fio que liga quem fomos a quem somos agora. Podem parecer simples, mas são elas que sustentam a sensação de pertencimento quando o mundo fica grande demais. Quando eu sinto saudade, quando bate aquela vontade de estar perto, eu faço o mate. E naquela primeira golada já reconheço a minha casa. A minha família. A minha origem.É por isso que eu acredito no poder das tradições. Não porque elas nos prendem, mas porque elas nos lembram que temos um chão onde pisar. Uma história para contar. E um lar que acompanha a gente, mesmo quando estamos em qualquer canto do mundo."
Patrícia Beck Zylbersztajn

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