13.5.20

Reflexões sobre envelhecer

"A sociedade tem um enorme medo de envelhecer. A velhice passou a ser um problema biomédico, algo a ser evitado a todo custo - e, quem sabe um dia, extinto pela medicina. Anne Karpf nos encoraja a uma mudança de narrativa. Nossa percepção sobre a idade é histórica e culturalmente definida. Usando como fonte diversos estudos de caso, a autora tenta quebrar o paradigma negativo e sugere que o passar dos anos pode ser enriquecedor e trazer imenso crescimento. Se reconhecemos essa passagem como parte inevitável da condição humana, o grande desafio de envelhecer passa a ser simplesmente o desafio de viver.
Em Como envelhecer aprendemos que ficar velho não tem a ver com a forma física, mas com estar determinado a viver plenamente em qualquer idade ou fase da vida."
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"O que separa jovens e velhos? Quando um título de livro começa com a palavra "como", sinto um misto de curiosidade e desconfiança. Mas o título deste já vem com a crítica. O bom e velho mercado das fórmulas nos venderia um "Como não envelhecer" ou "Como envelhecer sem que ninguém perceba", e esta definitivamente não é a temática de "Como envelhecer". A proposta da autora, a socióloga Anne Karpf, é desafiar a ideia de que a única boa forma de envelhecer é não envelhecer.

A leitura traz uma reflexão interessante: a capacidade de se surpreender, de ser curioso e dedicado, não é uma prerrogativa das pessoas jovens. E pode, sim, se intensificar conforme ficamos mais velhos. A idade apura o que temos de melhor.

"A idade não é uma retroescavadeira que passa por cima da gente de repente", observou a @ninalemos. Sim, envelhecer é um processo contínuo, que começa desde que nascemos. Não existe um limiar que separa velhos e jovens, como costumamos imaginar. Com que idade a gente "cruza o Cabo da Boa Esperança"? Não dormimos jovens e acordamos velhos, assim como um réveillon não faz tudo mudar de uma hora pra outra. As coisas mudam, a gente muda. Aos poucos. Mas o envelhecimento não nos transforma em outra pessoa. Pelo contrário: acentua a nossa essência."

Outras reflexões:

 ✔ "Só não podemos correr o risco de glamurizar demais o envelhecimento. Até por defesa mesmo e proteção. Por que ele não é fácil , mesmo que aconteça com todos. É um processo difícil, cheio de perdas (necessárias ou não), de ressignificações diárias, um desafio de busca, de resistência e de encontro com quem somos na essência e com aquilo que a vida fez conosco. Quando penso numa palavra mágica para o envelhecer é "liberdade". Ampla (se as condições físicas e de saúde permitem , claro), por dentro, por fora e ao redor. Só a liberdade para pensar, ser e agir tornam o envelhecimento libertação!" @anacristina_tds

  "Tenho 48 anos. Envelhecer para mim tem sido olhar no espelho e perceber as mudanças com maturidade e naturalidade. Tem sido uma fase de buscar mais elegância e sofisticação na aparência , e mais sabedoria e discernimento nas palavras. A jovialidade tem sua beleza intrínseca, mas a maturidade tem uma beleza conquistada. Não troco quem sou por quem era na imaturidade, mas desejaria viver a maturidade com a jovialidade de outrora." @jac.papa

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