Clarice Lispector |
(...) "Tempo houve em que se esperavam meses por uma carta, dias por uma visita, horas por um trem. Em que se esperava o Natal ou o aniversário para se ganhar presente - o que não quer dizer que não seja bom e surpreendente ganhar um presente quando menos se espera. Mas houve, sim, um tempo em que a necessidade ou o desejo das coisas precedia a sua aquisição. Tempo houve em que cada fruta tinha sua estação, e elas amadureciam no pé. Tempo houve em que tudo tinha seu próprio tempo. E esperar era tão natural quanto haver sol e mar. Tempo houve em que se esperava.
Não me interprete mal, não estou propondo uma volta ao passado. Nem pensar. Nem há como. Proponho apenas redimensionar o tempo. Reaprender do que é feita a paciência. Reaprender a arte da espera. Da mansidão. Sim, porque há uma certa brandura em esperar. Em ser paciente. Em manter a calma. A pressa nunca nos leva a lugar algum. Só nos leva a sermos apressados. Esperar é dispensar a pressa, entreter pensamento, contemplar o entorno e a vida. Esperar é simplesmente deixar que o momento presente seja."
Cris M. Zanferrari
Leia o texto na íntegra, aqui.
3 comentários:
Que coisa mais linda! A paciência tem sido minha parceira. Beijo
Que coisa mais linda! A paciência tem sido minha parceira. Beijo
São "tempos" difíceis, Ana!
Mas tu estás sabendo enfrentar e tirar lições...
Grande beijo!
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