Acabei de ler Caio Fernando Abreu, no blog da Isabel e me deparo com este poema, da Hilda Hist.
A vida é tudo. E muito mais.
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Alça de tripa e metal.
Nela despenco:
pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida.
Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua.
Tinta, lavo-te os antebraços,
Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo,
lavo as vigas dos ossos,
minha vida
Tua unha plúmbea,
meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua.
Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica:
arroio, lágrima
Olho d’água, bebida.
A vida é líquida.
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