"Filho nasce duas vezes. Na primeira é a gente que os pari. Na segunda, eles têm que se parir a sós. E esse processo é mil vezes mais doloroso do que o primeiro, porque eles precisam fazer a alma baixar nesse mundo.
Do primeiro parto até o segundo a alma vaga, livre, protegida pelo ventre e pelos ventos.
Quando chega a hora de nascer às avessas, ela começa a se debater. Não quer caber naquele corpo, pertencer àquele lugar, descer naquela circunstância. A alma resiste, se debate. O corpo chora, se contorce. Inúmeros pequenos partos para a parição final. Ela baixa à força, precisa refazer os próprios rituais, descobrir as próprias alternativas, trilhar caminhos e saber que eles são só dela, que muitas vezes não terá abrigo e, em outras, o alimento será escasso. Quando ela desce de vez, descobre que pode voar mesmo enquanto está aterrada, cria maravilhas! Inventa, corre, transforma...pinta e borda!
E é assim que a gente nasce de novo."
Do primeiro parto até o segundo a alma vaga, livre, protegida pelo ventre e pelos ventos.
Quando chega a hora de nascer às avessas, ela começa a se debater. Não quer caber naquele corpo, pertencer àquele lugar, descer naquela circunstância. A alma resiste, se debate. O corpo chora, se contorce. Inúmeros pequenos partos para a parição final. Ela baixa à força, precisa refazer os próprios rituais, descobrir as próprias alternativas, trilhar caminhos e saber que eles são só dela, que muitas vezes não terá abrigo e, em outras, o alimento será escasso. Quando ela desce de vez, descobre que pode voar mesmo enquanto está aterrada, cria maravilhas! Inventa, corre, transforma...pinta e borda!
E é assim que a gente nasce de novo."
*Daqui
Um comentário:
Que texto lindo, Ana!
E como é bom a gente ver os filhos 'nascerem' de novo!
Bjão.
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