20.7.06

Estabilidade


É bom ficar sozinha, andar pela casa, sentir seus cheiros. Olhar as fotos, nos porta-retratos, fechar as cortinas e sentir a luz que chega mais suave. As plantas estão há tanto tempo ali e não perdem o viço, apesar dos poucos cuidados. Elas simplesmente se adaptaram à casa e colhem a luz do sol que só entra nas primeiras horas da tarde. Preguiça. Calma.
Minha casa sempre foi o melhor lugar do mundo, o mais seguro...
Fico pensando que não devemos esperar segurança, ou estabilidade no trabalho, no casamento, nas relações com os filhos, nas amizades, no amor. A única estabilidade que realmente depende de nós e que vale à pena perseguir, é a emocional. Até para que possamos administrar as instabilidades que fazem parte da vida, sem desesperar a cada acontecimento que foge do nosso controle ou da nossa vontade.
Tanto silêncio... até que, na cozinha, a água no fogo pra fazer um mate "chia". Temperatura certa, quebrando o silêncio e me trazendo pra vida. Rotina. Repetição.
Volto a olhar os porta-retratos e tenho a consciência que a minha estabilidade só é possível na medida em que sei que meus filhos estão bem. O resto, tiro de letra.

2 comentários:

Anônimo disse...

Plantas pela casa... estabilidade... segurança... filhos... Ultimamente ando leio um monte de coisas que só sei de ouvir falar.

Dia desses ainda peço orientação à Cynthia e me enfio com a Iara num "buraco" no sertão nordestino!!!

Nada a ver meu comentário, não é?

Pior que não...

Luiz Felipe Botelho disse...

Vi todo o filme do teu post. Saquei bem esses sentimentos todos, especialmente a força que tem o 'cantinho' da gente.
Pode crer, Ana.
Também vejo a estabilidade emocional como coisa básica. Pra tudo. Com ela a gente realmente tira qualquer coisa de letra.

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