A sensação de andar em círculos e não chegar a lugar algum é angustiante. Prazos que me dou e não cumpro. Sou complacente comigo mesma e vou adiando. A decisão. A tomada de atitude. A mudança de rumo. Sou movida a pressão. Só resolvo quando estou no limite. No limite de me suportar ou de suportar uma condição que não me serve mais. Sempre espero que as coisas se resolvam por si só. Sempre acredito no final feliz. Sempre acho que tem alguém escrevendo este roteiro e que desempenho meu papel à beira da canastrice. Vários papéis, vários jeitos de atuar. Todos muito pouco satisfatórios, todos deixando a desejar. Ao mesmo tempo, sei que quando me entrego sou capaz. Capaz de fazer da melhor forma. Mas, até me entregar, percorro um árduo caminho. Preciso estar tomada, envolvida, apaixonada. Funciono só com paixão. E ando morrendo de medo de me apaixonar, de me entregar, de me envolver. Ando cheia de cuidados, de temores, de expectativas. Ando cheia de pesares, de dores, de feridas. Ando precisando me entender. Me resolver. Me apaixonar por mim mesma.
.
Círculos / Abstrato de Angel Estevez
Nenhum comentário:
Postar um comentário