Já que comecei a falar sobre os talentos lavrenses, não posso deixar de citar Paulo José. Ele também estava em Lavras neste Carnaval, o que reafirma minha teoria de que todos os lavrenses voltam pra lá nesta época do ano.
"Para entender a importância de Paulo José para o cinema brasileiro, é só pensar na seguinte situação: imagine que Pelé, no auge de seu talento, pudesse jogar pelo Santos, pelo Corinthians e pelo Flamengo no mesmo campeonato. Hoje com 68 anos, ele foi o ator-chave das obras fundamentais do Cinema Novo de Joaquim Pedro de Andrade ("O Padre e a Moça", "Macunaíma"), das misturas de história de amor e comédia inteligente de Domingos de Oliveira ("Todas as Mulheres do Mundo", "Edu, Coração de Ouro", "A Culpa"), e de um drama intimista de Walter Hugo Khouri ("As Amorosas"), conhecido como o Antonioni brasileiro e considerado um "inimigo estético" pelos cinema-novistas." (Thiago Stivaletti)
Óbvio que não falar aqui da extensa carreira dele. Só quero registrar mais um talento que orgulha tanto os lavrenses.
Em uma entrevista recente (na Isto É Gente), falando sobre como convive com o Parkinson, ele disse algumas coisas que transcrevo aqui:
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"O Parkinson é uma doença degenerativa, progressiva e irreversível – e que te proporciona uma consciência aguda da finitude da vida. O Parkinson me deu a lucidez de que sou perecível."
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"Faço bioenergética e trabalho corporal. Tenho um professor que vem em casa. Fazemos exercícios, nadamos na piscina. É fundamental cuidar do corpo, já que existe uma tendência de paralisia do lado direito nos portadores da doença. Também voltei a tocar piano.
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"Não posso comer carne, ovos, leite e derivados. Não chega a fazer falta, mas, de vez em quando, eu me distraio. Vou para a fazenda... (Fica pensativo.) A última vez que fui para lá, estava em um estado de exuberante felicidade na fazenda da minha infância que eu tanto adoro, entre Lavras do Sul e Bagé, no Rio Grande do Sul. Comia carne de cordeiro todos os dias, de manhã, de tarde e de noite. Fui ficando mais pesado, mais lerdo. Voltei um caco para o Rio. Não podia me mexer. Levei um esporro do neurologista."
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"Não tenho medo de morrer, não estou preocupado com isso. Tenho medo de não viver bem. A progressão do Parkinson é controlada. Tenho muita coisa para fazer, como escrever. O Parkinson não é diferente de qualquer outra situação do ser vivo, não pode ser usado como um trunfo nem como uma desvantagem. Depois que fiz 50 anos comecei a sair da garantia. Portanto, não existe nada de excepcional em ter Parkinson. Quando o médico te diz que você sofre de uma doença degenerativa e irreversível, é natural. Isso não é um privilégio do Parkinson, a condição humana é essa mesma. As pessoas vivem como se fossem eternas. Vivemos uma perda progressiva da vitalidade, da juventude. Em compensação, vamos ganhando sabedoria. Tem gente que bebe demais, eu tenho Parkinson."
"Para entender a importância de Paulo José para o cinema brasileiro, é só pensar na seguinte situação: imagine que Pelé, no auge de seu talento, pudesse jogar pelo Santos, pelo Corinthians e pelo Flamengo no mesmo campeonato. Hoje com 68 anos, ele foi o ator-chave das obras fundamentais do Cinema Novo de Joaquim Pedro de Andrade ("O Padre e a Moça", "Macunaíma"), das misturas de história de amor e comédia inteligente de Domingos de Oliveira ("Todas as Mulheres do Mundo", "Edu, Coração de Ouro", "A Culpa"), e de um drama intimista de Walter Hugo Khouri ("As Amorosas"), conhecido como o Antonioni brasileiro e considerado um "inimigo estético" pelos cinema-novistas." (Thiago Stivaletti)
Óbvio que não falar aqui da extensa carreira dele. Só quero registrar mais um talento que orgulha tanto os lavrenses.
Em uma entrevista recente (na Isto É Gente), falando sobre como convive com o Parkinson, ele disse algumas coisas que transcrevo aqui:
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"O Parkinson é uma doença degenerativa, progressiva e irreversível – e que te proporciona uma consciência aguda da finitude da vida. O Parkinson me deu a lucidez de que sou perecível."
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"Faço bioenergética e trabalho corporal. Tenho um professor que vem em casa. Fazemos exercícios, nadamos na piscina. É fundamental cuidar do corpo, já que existe uma tendência de paralisia do lado direito nos portadores da doença. Também voltei a tocar piano.
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"Não posso comer carne, ovos, leite e derivados. Não chega a fazer falta, mas, de vez em quando, eu me distraio. Vou para a fazenda... (Fica pensativo.) A última vez que fui para lá, estava em um estado de exuberante felicidade na fazenda da minha infância que eu tanto adoro, entre Lavras do Sul e Bagé, no Rio Grande do Sul. Comia carne de cordeiro todos os dias, de manhã, de tarde e de noite. Fui ficando mais pesado, mais lerdo. Voltei um caco para o Rio. Não podia me mexer. Levei um esporro do neurologista."
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"Não tenho medo de morrer, não estou preocupado com isso. Tenho medo de não viver bem. A progressão do Parkinson é controlada. Tenho muita coisa para fazer, como escrever. O Parkinson não é diferente de qualquer outra situação do ser vivo, não pode ser usado como um trunfo nem como uma desvantagem. Depois que fiz 50 anos comecei a sair da garantia. Portanto, não existe nada de excepcional em ter Parkinson. Quando o médico te diz que você sofre de uma doença degenerativa e irreversível, é natural. Isso não é um privilégio do Parkinson, a condição humana é essa mesma. As pessoas vivem como se fossem eternas. Vivemos uma perda progressiva da vitalidade, da juventude. Em compensação, vamos ganhando sabedoria. Tem gente que bebe demais, eu tenho Parkinson."
2 comentários:
Bahhhh, eu nao sabia que o Paulo José é de Lavras!!! Adooooooro ele!
Gostei também de saber que ele faz bioenergética. Yeesssss!!! Lavrinhas é de fundamento!!!!!!!
Quando descobri o teu blog, pelo google, colocando a palavra Bagé e Dimas Costa e ver que és de Lavras do Sul, pensei: certamente tem algo sobre o Paulo José, a quem admiro. E não me enganei. Tive grande prazer de ler mais sobre esse grande ator e elogiável ser humano. Valeu.
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