4.3.06

Paulo José

Já que comecei a falar sobre os talentos lavrenses, não posso deixar de citar Paulo José. Ele também estava em Lavras neste Carnaval, o que reafirma minha teoria de que todos os lavrenses voltam pra lá nesta época do ano.




"Para entender a importância de Paulo José para o cinema brasileiro, é só pensar na seguinte situação: imagine que Pelé, no auge de seu talento, pudesse jogar pelo Santos, pelo Corinthians e pelo Flamengo no mesmo campeonato. Hoje com 68 anos, ele foi o ator-chave das obras fundamentais do Cinema Novo de Joaquim Pedro de Andrade ("O Padre e a Moça", "Macunaíma"), das misturas de história de amor e comédia inteligente de Domingos de Oliveira ("Todas as Mulheres do Mundo", "Edu, Coração de Ouro", "A Culpa"), e de um drama intimista de Walter Hugo Khouri ("As Amorosas"), conhecido como o Antonioni brasileiro e considerado um "inimigo estético" pelos cinema-novistas." (Thiago Stivaletti)


Óbvio que não falar aqui da extensa carreira dele. Só quero registrar mais um talento que orgulha tanto os lavrenses.
Em uma entrevista recente (na Isto É Gente), falando sobre como convive com o Parkinson, ele disse algumas coisas que transcrevo aqui:
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"O Parkinson é uma doença degenerativa, progressiva e irreversível – e que te proporciona uma consciência aguda da finitude da vida. O Parkinson me deu a lucidez de que sou perecível."
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"Faço bioenergética e trabalho corporal. Tenho um professor que vem em casa. Fazemos exercícios, nadamos na piscina. É fundamental cuidar do corpo, já que existe uma tendência de paralisia do lado direito nos portadores da doença. Também voltei a tocar piano.
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"Não posso comer carne, ovos, leite e derivados. Não chega a fazer falta, mas, de vez em quando, eu me distraio. Vou para a fazenda... (Fica pensativo.) A última vez que fui para lá, estava em um estado de exuberante felicidade na fazenda da minha infância que eu tanto adoro, entre Lavras do Sul e Bagé, no Rio Grande do Sul. Comia carne de cordeiro todos os dias, de manhã, de tarde e de noite. Fui ficando mais pesado, mais lerdo. Voltei um caco para o Rio. Não podia me mexer. Levei um esporro do neurologista."
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"Não tenho medo de morrer, não estou preocupado com isso. Tenho medo de não viver bem. A progressão do Parkinson é controlada. Tenho muita coisa para fazer, como escrever. O Parkinson não é diferente de qualquer outra situação do ser vivo, não pode ser usado como um trunfo nem como uma desvantagem. Depois que fiz 50 anos comecei a sair da garantia. Portanto, não existe nada de excepcional em ter Parkinson. Quando o médico te diz que você sofre de uma doença degenerativa e irreversível, é natural. Isso não é um privilégio do Parkinson, a condição humana é essa mesma. As pessoas vivem como se fossem eternas. Vivemos uma perda progressiva da vitalidade, da juventude. Em compensação, vamos ganhando sabedoria. Tem gente que bebe demais, eu tenho Parkinson."

2 comentários:

Thelma disse...

Bahhhh, eu nao sabia que o Paulo José é de Lavras!!! Adooooooro ele!
Gostei também de saber que ele faz bioenergética. Yeesssss!!! Lavrinhas é de fundamento!!!!!!!

Anônimo disse...

Quando descobri o teu blog, pelo google, colocando a palavra Bagé e Dimas Costa e ver que és de Lavras do Sul, pensei: certamente tem algo sobre o Paulo José, a quem admiro. E não me enganei. Tive grande prazer de ler mais sobre esse grande ator e elogiável ser humano. Valeu.

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