Um belo dia nos percebemos meninas. E somos educadas para ter modos de menina. E o tempo vai passando e viramos adolescentes, com todo o peso que isso possa ter: padrão de beleza, de magreza, de visual, somados às dúvidas e questões que sempre surgem nesta fase. Fase em que aprendemos a ser amigas, a ter amigas, a viver em bando, a conviver, depender, curtir, trocar... E, enfim, nos apaixonamos. E viramos namoradas. Querendo conquistar, seduzir, encantar... E a vida segue seu curso. Vamos nos transformando em estudantes, trabalhadoras, cidadãs, consumidoras, contribuintes, eleitoras, fatias do mercado... E nos casamos. Viramos parceiras. Viramos amantes. Viramos donas de casa. E viramos mães. E nos dividimos. Nos multiplicamos. Somos arrumadeiras, passadeiras, vamos às compras, cuidamos do jardim, limpamos a casa, tentamos entender de psicologia infantil, de economia doméstica, de questões sociais, medicina alternativa, horóscopo chinês, queremos nos manter atualizadas, interessantes, magras, atraentes, queremos ter senso de humor, e ter bom senso, e ter senso prático e não sonhar demais. Queremos nos enquadrar e não deixar de sonhar e amadurecer e manter o equilíbrio e manter as contas pagas e viajar e reformar a casa e pintar o cabelo e acertar a cor e a fazer ginástica e olhar vitrines e não esquecer do pré-câncer e do exame de mama e não esquecer dos aniversários e manter a casa organizada e ter tpm sem agredir ninguém e ter depressão sem ninguém notar e assistir novela e ler o jornal e olhar pro céu e olhar pro mar e ler poesias e fazer amor e não desistir e olhar no espelho o tempo passar a vida passar e só então entender que só o que queremos é ser exatamente assim: únicas, imperfeitas, plenas, imprevisíveis, livres, assumidas, capazes de cultivar amigos, de viver o amor e acarinhar os filhos e tocar a vida e ser simplesmente uma mulher feliz!
8.3.06
8 de março
Um belo dia nos percebemos meninas. E somos educadas para ter modos de menina. E o tempo vai passando e viramos adolescentes, com todo o peso que isso possa ter: padrão de beleza, de magreza, de visual, somados às dúvidas e questões que sempre surgem nesta fase. Fase em que aprendemos a ser amigas, a ter amigas, a viver em bando, a conviver, depender, curtir, trocar... E, enfim, nos apaixonamos. E viramos namoradas. Querendo conquistar, seduzir, encantar... E a vida segue seu curso. Vamos nos transformando em estudantes, trabalhadoras, cidadãs, consumidoras, contribuintes, eleitoras, fatias do mercado... E nos casamos. Viramos parceiras. Viramos amantes. Viramos donas de casa. E viramos mães. E nos dividimos. Nos multiplicamos. Somos arrumadeiras, passadeiras, vamos às compras, cuidamos do jardim, limpamos a casa, tentamos entender de psicologia infantil, de economia doméstica, de questões sociais, medicina alternativa, horóscopo chinês, queremos nos manter atualizadas, interessantes, magras, atraentes, queremos ter senso de humor, e ter bom senso, e ter senso prático e não sonhar demais. Queremos nos enquadrar e não deixar de sonhar e amadurecer e manter o equilíbrio e manter as contas pagas e viajar e reformar a casa e pintar o cabelo e acertar a cor e a fazer ginástica e olhar vitrines e não esquecer do pré-câncer e do exame de mama e não esquecer dos aniversários e manter a casa organizada e ter tpm sem agredir ninguém e ter depressão sem ninguém notar e assistir novela e ler o jornal e olhar pro céu e olhar pro mar e ler poesias e fazer amor e não desistir e olhar no espelho o tempo passar a vida passar e só então entender que só o que queremos é ser exatamente assim: únicas, imperfeitas, plenas, imprevisíveis, livres, assumidas, capazes de cultivar amigos, de viver o amor e acarinhar os filhos e tocar a vida e ser simplesmente uma mulher feliz!
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