18.6.11

Novos desejos

Estava lendo "Considerações sobre novos desejos", de Contardo Calligaris (texto completo aqui) e acho que realmente precisamos prestar atenção neles. 
Não ficarmos vivendo do passado, mesmo que as lembranças sejam as melhores possíveis, nem justificando eventuais sensações de tristeza ou incompletude como consequências de dores já vividas: podem simplesmente indicar que estamos ignorando novos sonhos, vontades acabadas de chegar, desejos recém descobertos.
.

"Em muitas dessas vezes, a origem da depressão não é uma perda, nem propriamente uma frustração, mas a aparição de um desejo novo que não foi reconhecido. E os novos desejos, sobretudo quando são silenciados, desvalorizam a vida que estamos vivendo.
Moral da fábula: 1) Não existem vidas definitivamente resolvidas, pois novos desejos surgem sempre; 2) É bom reconhecer os novos desejos, mesmo que deixemos de realizá-los."

Por que negligenciamos os novos desejos?
Simples: por serem novos, eles acarretam a ameaça de uma ruptura no presente: 
afetos e laços que poderiam ser perdidos, 
medo da solidão e 
preguiça dos esforços necessários para reinventar a vida.


Melhor prestar atenção...

3 comentários:

Eurípedes disse...

Quem não pensa, sente, pondera
Tem sempre o arrependimento
Pra recolocar tudo como não deveria ter sido
E realinhar tudo como sendo o início
De nova era

Claudia disse...

Adoro o Callegaris, ele é demais! bela postagem...

Lúcia Soares disse...

"preguiça dos esforços necessários para reinventar a vida."
Sofro desse mal!
beijo!

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