19.8.08

Sexo todos os dias


É engraçado como é difícil falar sobre sexo! Logo vem a preocupação de estar falando além da conta, expondo a própria intimidade e todas estas coisas... É como se pudéssemos confidenciar as razões mais secretas da nossa alma, os caminhos mais tortuosos da nossa vida, desde que qualquer detalhe da nossa vida sexual não seja revelado. É tabu. É segredo. É proibido tocar no assunto.

A TV, o cinema, os anúncios, as revistas, a internet, transpiram sexo. Banalizam o sexo. Exploram o tema, vendem o prazer.
Ao mesmo tempo, os consultórios estão cheios, porque as pessoas se sentem à margem de tudo isso, não correspondem a todos estes apelos, não vivem o sexo com toda esta intensidade propalada, nem têm todos os orgasmos, os deleites, as experiências...

Mais uma vez abençôo a maturidade, que simplifica a vida, dimensiona as coisas, ensina o que realmente importa. Queria saber aos 20 o que sei agora! Mas... ainda bem que sei agora! Heheheh!

Outro dia estava conversando com uns amigos sobre várias reportagens que saíram nas revistas e na TV, sobre a obrigação de fazer sexo todos os dias. Deu polêmica, claro! Contei que tinha lido, na Revista Elle, uma abordagem bem interessante e prometi postar aqui, para eles lerem!

Então aqui vão os links:
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O livro "365 Noites: Uma História de Intimidade", da americana Charla Muller, conta a experiência dela, ao presentear o marido, no seu aniversário de 40 anos, com 1 ano de sexo diário! Não li o livro, apenas acompanhei, na internet, a sua repercussão, e tirei alguns trechos:

"A proposta não foi feita para se tornar uma maratona ou para batermos algum recorde, mas uma tentativa sincera de aproximação pela intimidade e conexão diária”.

O presente foi uma forma pessoal - bem pessoal - de mostrar ao Brad como eu estava comprometida com nosso casamento”, afirma Charla Muller em um dos trechos do livro, publicado pela editora Berkley Books.

Parece que a intimidade física compulsória criou uma intimidade emocional. “Isso requer uma gentileza e uma capacidade de perdoar diárias, e que as pessoas não sejam ranzinzas ou resmungonas”, diz Charla.

O que fizemos tornou mais fácil que nos abramos a novas idéias, sejamos mais espontâneos”, diz o marido, “de modo que não voltamos aos velhos hábitos de sempre manobrar para conseguir ou evitar sexo”.

A reportagem da Elle é bem interessante, e está na íntegra aqui. Alguns trechos:


"Início de relacionamento é aquela maravilha: basta uma encostadinha e o casal já se empolga, pula para os lençóis, para o sofá ou qualquer outro cantinho disponível para uma farra a dois. Daí a empolgação inicial passa, começa a bater uma certa preguiça e o sexo vai rareando na mesma proporção em que a conta na videolocadora vai subindo. Será que todo relacionamento longo está condenado às transadinhas básicas dominicais e olhe lá? Ou dá para voltar – sem trocar de parceiro, veja bem – a ter aquelas noites animadíssimas? Pelo bem da relação amorosa e da apuração jornalística, a repórter Zoe Nelson aceitou o desafio de transar todos os dias com o namorado, durante um mês inteiro."

"...A primeira noite tinha o fator novidade, a gente estava embarcando numa aventura. Demos tanta risada que eu fiquei desatenta demais. Na segunda, tínhamos bebido muito no jantar e, como o negócio começou a se estender infinitamente, eu me peguei fazendo careta por cima do ombro de S., olhando para o teto, torcendo para que acabasse logo. Na terceira noite, nós dois estávamos exaustos por ter ido dormir tão tarde na véspera, por isso disparamos até a linha de chegada. Na quarta, ele se demorou em todos os lugares certos, demonstrando uma paciência de Jó, mas, mesmo assim, não adiantou nada."

"O sexo regular é como um elástico de conexão que permite que a gente se afaste e volte a se aproximar com mais rapidez. Quando nossos corpos se encontram com freqüência mínima, não há tensão suficiente para voltar a se sentir atraído na direção um do outro. Assim, é preciso reconstruir toda a proximidade e a confiança do zero. Simplificando, sexo é igual a exercício. Fica muito mais difícil quando você passa um tempão sem praticar. Mas, se você tomar a iniciativa, é bem provável que se veja tomada por aquela sensação boa pós-transa, perguntando a si mesma por que diabos não se dedica a isso com mais freqüência.”
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Entendi que o importante é não usar o sexo para outros fins que não o prazer e que, quem se ama, não deve deixar o prazer em segundo plano!

Resumindo, as palavras-chave são: proximidade / conexão / intimidade / dedicação.

9 comentários:

Eurípedes disse...

Terapia do e pelo amor. Sempre volta à tona porque sempre é necessário. Questão de biologia e de psicologia. E você nem precisou ser sutil. Abração.

Ana disse...

Eurípedes
É verdade... É a vontade de entender estes meandres todos que nos faz pensar e repensar sobre o amor. Tão simples, tão complicado!

Rosamaria disse...

Sábia Ana!!!

Eu também queria saber aos 20 o que sei agora! Oh, céus!!!
Bjim.

Renata Miranda disse...

Adorei o post... Qualquer dia eu me solto mais para falar de sexo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Que coisa!

Ana disse...

Rosinha!
Dá tempo de fazer loucuuuuras!
(E diárias, não só nas sextas, néam??)
;)

Ana disse...

Renata
Às vezes cometo minhas (in)confidências!
E fico com vontade de falar mais! heheheh!

Rosamaria disse...

Claro que dá, Ana, mas...quanta sexta perdida, isso eu não me conformo.
Bjim.

Anônimo disse...

tá, tá, tá.... mas o melhor de tudo mesmo foi ler sobre "conta em vídeo-locadora"... tempo do onça... haha

Adriana disse...

Adorei o post, mas como é difícil falar sobre sexo, rsrsrsrsr, tenho que me soltar mais. Beijinho!

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