Andy Warhol e suas coleções

Sempre gostei de colecionar coisas. Quando era criança juntava pedrinhas, conchinhas, criava álbuns com recortes de revistas, anotava poesias, escrevia diários, guardava, armazenava, arquivava, me certificava de que tinha o registro de tudo o que era importante (?!). Isso se prolongou a minha vida inteira. Guardei todos os desenhos dos meus filhos, devidamente encadernados, toda a minha correspondência, fotografias em álbuns, agendas, notas, livros, discos, documentos... Enfim, muitas coisas, todas arquivadas e guardadas com uma certa organização. Pra quê?? Não sei, mas cada vez que penso em me desfazer acabo guardando tudo de novo!
Então adorei quando li o seguinte no blog Tudo Pode Acontecer:

"Andy Warhol gostava de colecionar coisas. Embaixo de sua mesa de trabalho, na Factory, sempre tinha uma caixa grande, dessas que os correios usam, onde ele ia jogando tudo o que lhe passava pelas mãos e que não tinham utilidade imediata. Cartas, recortes de jornal, as suas famosas polaroids, cartões comerciais, cassetes com música, pinturas, fitas de vídeo, gibis, desenhos inacabados, tudo ia parar na caixa. Sua memorabilia. Quando a caixa ficava cheia, Warhol lacrava e escrevia um número na parte de cima. Fez isso durante mais de 20 anos, de 1953 a 1977. Ao todo foram 600 caixas, a que ele chamou de Cápsulas do Tempo. Algumas cobrem um período de uma semana, outras guardam o conteúdo de 10 anos.

A existência dessas caixas era desconhecida até a morte do artista, em 87. Hoje estão no Museu Andy Warhol, no estado americano de Pittsburgh e vão sendo abertas mensalmente pelos curadores de sua obra. O conteúdo da caixa de numero 21 já está disponibilizado na Internet. Qualquer um pode explorar os 50 objetos que fazem parte dessa caixa e das anteriores, simplesmente clicando nas figuras. Tem imagens e sons. É fascinante."