Andei lendo sobre esta nova síndrome, ou novo padrão de comportamento, que faz com que as pessoas sintam que tudo precisa ser renovado, descartado, trocado por modelo mais avançado, o que há de mais recente em tecnologia, design, etc, etc... É o legítimo "correr atrás da máquina"!!
Ufa!! Fica exausta só em pensar!
É a minha antítese. É tudo o que não sou!
Sou muito pouco consumista! Sou o inverso do obsoletismo - sou o conservadorismo personificado!
Minhas coisas duram séculos, parecem indestrutíveis. E quanto mais velhas, mais eu gosto, mais acho confortáveis, familiares, adaptadas à minha vida! Desde calças jeans, botas, casacos que sobrevivem a varios invernos, bolsas - um capítulo à parte -, até móveis, eletrodomésticos, carros e tudo mais que puder lembrar! Só troco quando estão em petição de miséria! Heheheheh! Tudo vira "de estimação"! Até minhas agendas - custo a deixar a velha em casa quando outro ano começa! Se bem que, caderno novo e agenda a ser preenchida, sempre adorei!
Então assisto entre admirada e espantada esta compulsão pelo último modelo, pela urgência em estar atualizado, por ostentar a última moda, o recém lançado celular, o carro do ano, o computador mais equipado, o visual do momento! Até que ponto isto influencia relações, valores e comportamento?
Constato que o obsoletismo material é o que me assusta, já que me encanta a possibilidade de se renovar idéias, reciclar pensamentos, deixar para trás ranços, preconceitos, distorções morais que não cabem mais e que só trazem sofrimento.
É um tênue equilíbrio. Entre ficar no passado, acumular tralha, objetos e ter medo das mudanças e ficar atento ao novo, aprender, se renovar, olhar para frente. E ganhar com tudo isto.
Acabo lembrando da minha mãe, que odeia se sentir "defasada"!! Ela usa esta expressão dos jeitos mais improváveis e sempre arranca gargalhadas de quem escuta!
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Obsoletismo Programado ou Obsolescência Planejada - Estratégia usada pela indústria, embora de forma velada, que vive lançando no mercado variações de um produto a fim de gerar novas compras. Faz parte do contexto econômico atual sermos estimulados a consumir com uma frequência cada vez maior
4 comentários:
Ana, não posso deixar de recomendar um livro: "Uma introdução à história do design" de Rafael Cardoso Denis. Ed Edgard Blücher ltda. em alguns capitulos ele fala sobre a obsolescência programada e as justificativas da industria, como geração de empregos, inclusão de camadas da sociedade pelo consumos de "usados", por exemplo. É muito interessante o assunto e a leitura muito deliciosa deste livro... bjos
Ana,
Eu sou uma consumista assumida!Acho que as coisas tem que terem seu "prazo de validade", isso inclui roupas, utensilios,móveis!Adoro renovar,trocar, mudar.Não sou nem um pouco apegada a coisas materiais.Deixou de ser útil, jogo fora!Não consigo juntar coisas!E esse é o grande pé de guerra com meu marido,quando ele procura alguma coisa que faz muito tempo que ele não usa,me pergunta onde está ,respondo joguei fora!Ele vai a loucura!Se está guardado é porque não tem utilidade!
Bjos
Este comentário da Clarice foi ótimo! As vezes passo pela mesma coisa com a Iara. Por que será que as esposas não consideram uma outra opção (além a de "se está guardado é porque não tem uso") e pensam que se nos demos ao trabalho de guardar é porque sabemos da grande possibilidade/necessidade de utilização futura? Mas não, esta mulherada não tem jeito... ;)
A obsolescência programada está mais arraigada em todos nós do que se imagina. Ninguém quer assistir Toy Story 1 (nem criança, nem adulto) se já tem o Ice Age 2, *mesmo que nunca tenham visto o Toy Story antes!
Eu, para certas coisas (poucas), sou como a Clarice, gosto de consumir. Na maioria dos casos, o prazer mistura-se à necessidade (por exemplo, capacidade computacional). Mas ao mesmo tempo, como lhe disse certa vez em um de nossos chats, posses acabam por nos possuir e isto eu não permito!
Beijo,
Leonardo.
Também não permito que posses me possuam!Sou consumista de carteira, assumo! Mas consumo dentro de limites e da razão!Juntar coisas que estão guardadas porque algum dia possam ser útil, nem pensar!!!!Jogo fora sem nem um arrependimento e se um dia precisar, saio e compro outro!
Vou te contar um fato talvez entenda melhor:
Uma vez mandei pintar um quadro meu por uma artista chilena,gastei uma nota! O tal quadro ficou muito tempo na parede, me enchi dele! Outro dia fiquei imaginando a cena de quando eu me fosse que problema eu estaria deixando para meus filhos! Imagina só: quem fica com o quadro da mãe? Tu queres? Não ,acho que não tenho lugar para ele... e por ai fui viajando no desenrolar da questão.Já pensou que situação constrangedora eu estaria colocando eles? Não pensei 2 vezes, rasguei o tal quadro ! Solucionado o problema por antecipação!Acho que o prazo de validade dele já tinha se esgotado.
Abraço
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