"Aprecio os fins de tarde. Quando a vida nos convida a descansar, e quando ela nos oferece um tempo pra reencontrarmos o que e quem amamos. Porque não se vive pra trabalhar. E nem para pagar contas. E nem para pensar no que nos falta fazer. Vivemos para mergulharmos na experiência do viver, para fazermos trocas íntimas importantes, para cuidarmos do sonho e dos desejos, para compartilhar o que somos e o que temos com nossos amores.Nos fins de tarde a vida descansa. O escuro da noite convida ao sono, ao ninho, à finalização de mais um ciclo. Uma vida pode ser um dia. E, na verdade, a vida é cada dia.Hoje, sábado Santo, mergulho nas memórias de infância, nos burburinhos da casa, na reverência sagrada dos meus ancestrais, nos desejos infantis de um ninho e de um ovo de Páscoa. Nunca gostei da parte que dizia que nós matamos Jesus. Eu sempre pensava: matei nada. Os homens mataram e querem colocar a culpa na gente. Ficava triste porque não entendia como podiam querer a morte de um homem muito bom. Mas hoje entendo que essas experiências-arquétipos são vitais pra vida da gente. Os bons continuam sendo injustiçados e haja estrutura pra entender os rumos que a vida humana escolheu tomar.O anoitecer do Sábado Santo trazia promessas de Luz. Acalmava meu coração aflito. Lembrava-me que o final era feliz e que, no domingo, podíamos festejar de novo em família. Como eu amo o desdobrar da vida em volta do fogo. E reverenciar a memória dos que já não voltam mais... e nunca se foram!"
30.3.24
Memórias de Páscoa
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