"Sou suscetível a palavras, tons, ao modo como argumentam me abrindo os braços ou fechando o caminho das ternuras. Nasci assim, como pássaro que sente a direção do vento, a sutileza do sopro, a temperatura da brisa.
Então, em caso de amor, que me conduzam com beijos na trilha do corpo em geografia plena, com a carícia que ensina a cada poro a lição da doçura, com a umidade que fertiliza momentos que nos dão movimentos de pétalas.
Porque o amor, ainda que inserido na brevidade de um dia ou na eternidade dos séculos, existe para derreter nossas camadas de orgulho, de raiva e de impaciência, tocando nosso coração com a peculiaridade das coisas feitas para suavizar a crueza do mundo.
O amor é a passagem possível para um estágio de súbita delicadeza, desejos que se conjugam, verbo derramado com a generosidade do alimento farto.
Então, em caso de amor, não corrijam meus possíveis erros com exaltada fala ou com interpretações duras. Antes, reconheçam que aquilo que se vive por amor será, no fim de tudo, a única força capaz de reverter o imponderável encontro com o vazio, iluminando os dias passados com pequenos insigths de felicidade."
(Texto do livro "Todas as Mulheres em Mim", de Celia Musilli)
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