20.2.13

Superar a dor


 "É possível acolher a dor do desespero. É possível acolher a dor emocional da perda, da morte, da impotência nossa de cada dia. 

Um fato triste, muito triste, que nos impulsiona a agir. Fatos não são rebobináveis ou editáveis. Não há volta. E, por mais doloroso que possa ser o fato, o acolhimento dele em nossas almas é a única cura possível para esta dor.

Acolher. Acolher o fato e acolher a vida como ela se apresenta. Como ela é. Como ela acontece.

A vastidão de nossa impotência é estarrecedora. A dor de que apesar do trágico – precisamos todos nós – dentro do que nos cabe – seguir vivendo, é o espaço de ação que nos corresponde.

Para que o fato não se transforme em trauma, e em sofrimento, é urgente a coragem de celebrar o tempo compartilhado com aqueles que amamos. A morte impõe a separação física, mas não nos impede de celebrar o tempo vivido."




"A depressão é egoísta, narcisista e nos consome de forma agressiva."




dor doença / dor depressão / dor da perda  / dormência  / desistência 
vejo tudo isso, na minha mãe.
- impotência -
exercício para entender e para não mergulhar na dor que é dela, não minha
sem morrer de culpa / sem morrer de medo 



"É urgente a coragem de celebrar 
o tempo compartilhado com aqueles que amamos."


3 comentários:

ana maria disse...

De dor doença eu entendo, a dor depressão eu trato, mas às vezes, ela insiste em doer. A dor da perda tenho vivido e ela me encara, mas não fujo, ficamos as duas, ali,pra ver quem desiste primeiro. Geralmente é ela, que se dá lugar à aceitação.
A dor é uma estranha que quer ser íntima,mesmo a dor da tua mãe é estranha pra ela, também. Talvez por isto doa em todos, porque ela não deveria estar aí, não faz parte de vocês, apenas chegou, desfez as malas e ficou. O exercício para entendê-la te salva desta hóspede indesejada e te faz mais forte para conviver com tudo isto.
Que doa menos, em todos. Bj

Lúcia Soares disse...

Ana, imagino como deva ser, a dor de vocês, vendo a dor dela. Infelizmente, cada um vive a dor como pode, aceitando-a, ou rejeitando-a.
Meu irmão se foi, mamãe com 87 anos, ele era muito próximo dela, pensamos que sucumbiria. Mas não. Está firem e forte, pouco fala dele, pouco chorou, não se permitiu. Nesse momento, invejo-a. Há dias que a dor é avassaladora, mas Deus a poupou, parece-nos. Enfim, bom para ela.
Jamais deixe de lado sua alegria de viver. Até mesmo por ela.
Beijo!

Rosamaria disse...

Ana, ninguém melhor do que eu para entender a tua dor em relação à Celia. Eu senti esta dor por muitos e muitos anos e quando a mãe se foi não consegui nem chorar, ela estava muito feliz por deixar de sofrer.
É como a Ana Maria disse: não deixa de lado a tua alegria de viver, é assim que ela gostaria que fosse, com certeza.
Bjim

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