Nada mais faz falta.
Bem interessante, este texto:
"A convivência é um desafio tão grande para o ser humano que ele inventou várias tecnologias que lhe permitem curtir os maiores prazeres em conjunto de maneira absolutamente só. Existe coisa mais triste do que uma mesa em que cada um fica vidrado em seu celular? Ou uma piscina em que estão todos entretidos com seu próprio mp3?
Fascinados com esses prazeres solitários, nós nos desabituamos ao bom e velho dedo de prosa; nos tornamos incapazes de dividir o que pensamos, o que sentimos, e, sobretudo, de ouvir o que o outro tem a dizer. Estamos sempre de olho no relógio, com a cabeça no futuro e o coração no que poderíamos estar fazendo de diferente. Perdemos a capacidade de entregar uma fração do nosso tempo e por isso, talvez, ele nos falte tanto. O tempo parecia maior antigamente porque as pessoas o compartilhavam e, dividindo, multiplicavam-no.
Isso me veio à cabeça numa discussão que surgiu numa roda de prosa interessante, com pessoas interessantes, num feriadão de chuva igualmente interessante. Há muito tempo não caía numa turma que não se preocupava em julgar a vida alheia, mas em trazer à tona ideias, apenas elas. Houve trocas de livros, aulas despretensiosas, intercâmbio de experiências e muitas risadas, tudo graças ao desesperador e falho sistema de telefonia brasileira, que pode lá ter seu charme. Chove lá fora, mas aqui dentro o sol brilha."
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