. Tantas vezes o meu corpo me diz que as coisas precisam mudar...
(E, muitas vezes, prediz futuros saltos e vôos.)
Estou desejando sol, clareza e objetivos.
Há um tempo para tudo. Essa é uma grande verdade.
Meus últimos meses foram de lamber as feridas, pedir colo, me reconhecer triste, surpreendida por tantos acontecimentos, atitudes, desistências, escolhas, sei lá.
Num primeiro momento me senti sem chão. Não entendia nada e nada fazia sentido.
Precisei me adaptar, me acostumar com a idéia de voltar a ser sozinha, me bastar. Claro: senti pena de mim, procurei ajuda, fui fazer terapia.
O tempo foi passando e fui tendo um certo distanciamento daquela situação que estava me fazendo tanto mal.
De longe, vi tudo com mais clareza e não gostei do que vi. Me desencantei, me desiludi, me surpreendi. Constatei o quanto me deixei levar por um sonho idealizado, absolutamente diferente da vida real.
Acordar não foi fácil. Acho que doeu ainda mais.
Mas me libertou.
Soube de coisas que tiveram efeito de eletrochoque. Putz! Não acreditaria em nenhuma delas, se não fossem se confirmando, aos poucos.
Por outro lado, descobri que há um tempo para tudo. Inclusive para curar, cicatrizar, fortalecer.
Nada acontece sem deixar algum aprendizado e não saímos ilesos de uma grande decepção. Mas saímos, isso é certo.
Teve um momento em que senti a necessidade vital de parar de remoer a dor e olhar para fora.
Não sei se isso é instinto de sobrevivência, se é amor próprio, se é capacidade de superação - que nome tem esta vocação para me sentir feliz! E, lá fora, tem sol, tem vida, tem beleza.
Me descubro leve, cheia de sonhos, renovada, inteira. E queria que soubessem disso.