De minha mãe, eu sei, herdei a calma,
os pés no chão, a luz dos candelabros.
Mas quem legou as mãos ardendo em brasa?
Quem semeou em mim esta semente,
de outono,
florescendo em dálias?
Era tão certa a casa em que vivíamos,
seu lúcido equador, as costas largas.
Sobre a toalha, o rol de cicatrizes:
à esquerda os garfos, à direita as facas,
um prato ao centro, dentro, o guardanapo.
Bonança horizontal, pompa e decoro.
Onde coloco, mãe, o desconforto, essa vontade de afiar as garras?
Ana Mariano
Nós, mulheres... Sentimentos contraditórios e aprendizado sem fim.
Entre ser doce e complacente, e vencer desafios e ir à luta!
Talvez essa seja nossa sina e nosso destino.
Talvez essa seja nossa sina e nosso destino.
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