Foi no dia 8 de maio, mas comemorado no dia 18.
E teve ajuda especial, na hora de apagar a velinha!
Transcrevo, abaixo, texto do Aloísio Severo, advogado lavrense, na página "Protetores do Pampa do EcoLavras Bioma Pampa".
Meu agradecimento pelas palavras generosas!
"Donairo, um saludo guasca
Nos primeiros dias de maio o destino me premiou com alguns afetos que, ainda que eu não o seja, integram e se apresilham na parceria de Chico Valério, patriarca de grande e distinta família lavrense, gabrielense, sepeense, e da região: o meu filho, Balthasar, o meu neto, do ramo de Balthasar Teixeira da Silveira, e meu amigo José Donairo Teixeira, do ramo de Valério Teixeira Neto.
Balthasar e Valério eram irmãos. Meu filho e meu neto já comemoraram, Donairo vai comerar natalício daqui uns dias.
Quero mandar um saludo especial ao Donairo, a quem não vejo faz certo tempo. Mas a natureza tem essa magia, não precisamos ver nossos afetos diariamente porque eles estão arquivados no coração, e não os queremos menos porque estamos longe.
Gaúcho sereno, articulado, orientador, conselheiro, discreto, nasceu dentro de um banco tamanha era a fortuna do seu Valério, mas nunca fez barulho por isso, e gostava muito de vestir as suas bombachas remendadas pelo uso no trabalho. Tradicionalista, essas bombachas, e as outras foram modeladas de bombachas deixadas pelo seu Valério, assim como mandou pendurar nas Cordilheiras, após sua morte, o cepo onde ele sentava e o pega-brasas com que acendia seus palheiros para que ninguém mais os usasse. Lá no galpão também está a Ford F-100 a última que dele ganhou, quieta. Um culto particular de apreço e saudade.
Cumpriu à risca a missão que lhe deu o pai: vais ser o líder dos negócios da estância; e foi. O que recebeu, aumentou. Teve a convicção que o seu destino era continuar montado na garupa do vento – e eu repito Aparício da Silva Rillo – sendo veio, flete, lenço e laço, posteiro, berço, cancha, rancho, razão, destino, estrada, massa, raio e cambão, alvorada e sol poente. Aprofundando nas sesmarias, nos campos em flor, os trilhos abertos pelo pai do pai do seu pai.
Pelo teu aniversário, parabéns, Donairo.
Sem precisar mutilar o Bioma do teu Pampa, nem desonrar as bombachas do teu pai, nem assassinar os cardeais e os joães-de-barro das campinas com a lama pagã dos apátridas, glamourizada por seus puxa-sacos vão rareando os esteios do pago, homens discretos como tu, que, sem renegar seu passado, continuam montados na garupa do vento e fazem o futuro. Vai um saludo guasca."
Aloísio Severo, maio de 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário