9.8.17

À propósito

Por Tamiris da Rossi

"Sempre que o ano termina, é comum vermos as pessoas fazendo promessas e planos para o ano que virá. Como não sou muito dada a certas formalidades, gosto de fazer o ano novo sempre em uma data que tem um significado especial para mim, meu aniversário. É como se com ele eu tivesse um ano novo exclusivo, só meu. Pode soar um pouco egoísta eu sei, mas o coração transborda ao saber que dos 365 (ou 366) dias do ano, eu  (e todos) tenho um dia que é só meu.

Um dia para celebrar a vida, o respirar, o estar aqui e agora, a família, os amigos, as conquistas, um dia para sonhar e fazer planos, soprar a velinha e fazer um pedido.Mas também um  dia para encerrar ciclos, deixar uma parte da estrada para trás e seguir por um caminho novo e desconhecido. Não é que o que tenha sido deixado para trás é ruim, é que apenas não serve mais.

A vida nos ensina isso de uma forma tão natural que, às vezes, não nos damos conta e aí ao invés de calças curtas e sapatos apertados temos olhos que choram e corações despedaçados.

Acredito que se aprendêssemos a renovar nossa vida, como as mães que precisam com frequência renovar o guarda-roupas dos pequenos, ela, talvez, tornaria-se mais leve e sadia.

Há um ditado que diz: se quiser manter arrumada sua vida, mantenha arrumado seu guarda-roupas.

Eu não sei como você faz isso, mas no meu acontece assim:

– Sempre que uma peça entra, duas precisam sair – Sim, a conta é esta mesmo, uma entra, duas saem, e isso é proposital: Deixar um espaço vazio garante que volta e meia a vida possa nos presentear e teremos um espaço para acomodar o presente recebido.

– Quando é inverno as roupas de inverno ficam mais à mostra, quando é verão ficam as de verão. Isso quer dizer que todas as pessoas e coisas (trabalho, bens etc) que temos em nossa vida são importantes e precisamos delas, mas durante um período algumas têm prioridade, depois são outras e assim vai, sendo este um ciclo sem fim.

– Também é preciso, volta e meia, olhar para tudo que há no guarda-roupas e ver que, embora algumas peças que estejam ali sejam lindas e maravilhosas, elas já não combinam mais com você. Talvez porque você tenha ficado mais velho, talvez porque seu corpo mudou, ou talvez porque simplesmente já não encaixa mais. Então esse é o momento de decidir o que fazer com essas peças: Algumas serão carinhosamente retiradas do guarda-roupas e passadas adiante, elas foram boas naquele momento, mas precisam seguir. Outras vão nos deixar em dúvida e vão ficar no cantinho do pensamento. Outras, no entanto, embora já não sirvam e nem tenham nenhuma utilidade jamais irão embora, pois têm imenso valor sentimental (Nesta categoria, lembro com todo amor da roupa que utilizei no dia do meu batismo). O mesmo vale para as pessoas, estudos e trabalho.

– As peças são separadas por cores, tipos e frequência de uso. Tem as de uso diário, as para eventos, e aquelas que estão sempre ali. Da mesma forma são as pessoas em nossas vidas, com algumas convivemos todos os dias, com outras apenas nos fins de semana, outras a gente vê só uma vez por ano, mas nenhuma delas é mais ou menos que a outra, são apenas diferentes.

Bom, eu não sei que dia é seu aniversário, nem como seu guarda-roupas está organizado, mas talvez hoje, seja dia de faxina mental. Dia de reorganizar, de tirar coisas velhas e deixar espaço para o novo em nossos corações, dia de encerrar ciclos, deixa para trás o que ficou para trás e levar adiante só o essencial.

Não precisa esperar uma data específica, hoje é o dia perfeito para recomeçar! Que tal começar pelo seu guarda-roupas?"




"Dia de reorganizar, de tirar coisas velhas e
 deixar espaço para o novo em nossos corações, 
dia de encerrar ciclos, deixar para trás o que ficou para trás e
 levar adiante só o essencial."

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