17.5.10

Terapia da palavra

“... conheço de perto as vantagens terapêuticas do ato de escrever. Sobretudo quando escrevemos para nós mesmos. Você está deprimido, confuso. E escreve: ‘Estou confuso’. Ótimo. Tomou consciência da confusão. Até esse momento, você apenas sofria a confusão, mas ainda não a tinha definido. Ao escrever sobre sentimentos nós os pensamos, ficamos mais em contato com eles. Podemos aceitá-los. Percebê-los melhor, eventualmente associá-los a suas causas, os significados interiores de que eles resultam. Elaborá-los. Às vezes eles se diluem, dando espaço a sentimentos mais profundos, que os primeiros apenas disfarçavam. Uma tristeza inicial dá lugar a uma raiva – ou, surpreendentemente, a uma alegria.”

3 comentários:

James Pizarro disse...

Cansei de escrever dezenas de cadernos na minha adolescência com centenas de crônicas e poemas. E depois fazer fogueira com eles.

Cansei de escrever dezenas de e-mails e depois deletá-los sem o mínimo remorso.

Fiz uso das palavras pra catarse, pra evacuação, pra aborto, pra hemorragia.

E nunca mais me lembrei do que escrevi.
Apenas sei que - com aquelas palavras - exorcizei sentimentos ruins, dores de corno, maldições, frustrações e melancolias.

As palavras são precursoras dos remédios psiquiátricos.

Beijo

James Pizarro

Rosamaria disse...

Eu não sei escrever bonito, mas muito escrevi pra mim mesma. Depois de tempos, ao ler o que tinha escrito num sofrimento de dar dó, tinha que rir de mim mesma, mas na hora em que escrevi exorcisei o diabinho dentro de mim.
Bjim.

Lúcia Soares disse...

Eu também, vezes sem conta, escrevo o que me vai na alma e depois rasgo em pedacinhos. E aí me acalmo.
Escrever é mesmo uma terapia.
Bj

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