31.5.06

Numerologia

Clique na imagem e descubra seus números e o que eles tem a dizer.
Os meus:
Número de Ambição : 8
Número de Personalidade : 9
Número de Expressão: 8
Número de Destino: 4
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"Dotado tanto de inteligência quanto de atividade criadora, uma grande gama de atividades esta a sua espera. Sendo o 9 um número de vibração universal, provavelmente haverá muitas viagens em sua vida, ou pelo menos, muitas oportunidades de comunicação. Essencialmente uma pessoa impressionável, generosa e protetora, por isso, deve tomar cuidado para não se dar muito a pessoa errada. Quanto mais amplas forem as suas ideias, mais feliz você será. Você poderá se tornar famoso nos campos artístico e profissional.
A sua ambição é .... Ter amor e afeição, apesar de sua vibração terrena e material. Organizar e controlar.
Você é...Impulsiva, otimista, generosa, intuitiva e criadora. Tem forte personalidade, independente e segura, boa para liderar.
Segundo seu número de Expressão.... Utilizando seu olho clínico para perceber o valor real das coisas. Deverá ser capaz de atuar de forma autoritária, perspicaz e preparada para trabalhar duro até atingir seus objetivos."

Greve

No Diário Popular, de hoje:
"Cefet-RS entra em greve amanhã
Em assembléia realizada na tarde de ontem professores e servidores do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet/RS) decidiram entrar em greve a partir de amanhã, dia 1º de junho. Assim os 4,2 mil alunos da instituição voltam a ficar sem aulas exatamente 177 dias depois de encerrada a última greve que durou 101 dias, entre agosto e novembro do ano passado. Aproximadamente 200 dos 472 professores e servidores do Cefet-RS participaram da assembléia de ontem. A decisão foi tomada por ampla maioria.O coordenador de ação do Sindicato Nacional dos Servidores em Educação Federal (Sinasefe) em Pelotas, Francisco Brongar, explicou que a decisão pela greve está diretamente atrelada ao não-posicionamento do governo federal com relação à publicação do decreto de lei que trata da implementação da segunda etapa da carreira para os técnicos-administrativos. "Outros pontos do acordo do ano passado avançaram, mas sobre este não houve qualquer sinalização do governo então não temos outra alternativa senão a greve", justificou."
Não sei se é porque vejo o outro lado da questão, já que meu filho estuda no Cefet e já perdeu um ano nesta brincadeira, mas fico pensando se não está havendo uma banalização da greve. E os professores, tão massacrados pelos seus baixos salários, estão começando a ser vistos como os vilões desta história em que todos saem perdendo.

30.5.06


b
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u
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Eu e o espelho

Fotos tiradas pela Kika


Acordo devagar. Me arrasto até o banheiro, me olho no espelho. Encarar outro dia que começa, minha cara, minha idade, minhas rugas. Enfrentar a real/idade, cronológica, sem lógica, sem sentido. Constatar que a cara que vejo no espelho não é a cara que eu sinto que tenho. Tenho outra, por dentro, cheia de idéias e de liberdades, cheia de manhas e de voltas no corpo! Cheia de dengos e de vontades. Por dentro sou leve, sou livre, desbocada, destemida. Por dentro não me acanho, não me escondo, não me cubro. Ah, do jeito como me vejo, não tenho bloqueios, nem medos, nem perco tempo com bobagens. Me aceito, me entendo, me permito, me libero. Penso coisas que até Deus duvida! Por dentro fico meio de pileque, acho graça de tudo, me espreguiço, me insinuo. Sou desassossegada, sou atirada, sou mulher fatal, faço caras e bocas. Por dentro sou bicho, sou fêmea, sou cheiro de capim. Sou instinto. Sou sangue e suor. Por dentro ardo. Por dentro desejo. Suspiro. Volto a me olhar no espelho, banho tomado, dentes escovados e sorriso colgate e me contenho pra não rir alto! E vou para a cozinha, água no fogo, café, chuva batendo na janela em mais um dia que começa.

Lua



Na última lua cheia, o céu, na frente da minha casa, ficou colorido. O por de sol, a lua e as nuvens em tons de rosa e lilás me encantaram.
Só que, mais do que esta linda composição, acabei fotografando postes, fios, a rua, a calçada e a casa dos meus vizinhos! Heheheh!
Só estou colocando esta foto aqui porque o Felipe me disse o seguinte:
"Lua é sempre fotogênica. As vezes as molduras ajudam a criar uma leitura diferente da natureza, como se os significados de cada coisa dialogassem e, juntos, oferecessem um novo significado a partir daquele encontro."
Então, aí está a minha desajeitada tentativa de fotografar a lua! Com boa vontade dá pra se imaginar a calma daquele final de tarde. Aliás, a rua onde moro é assim, absolutamente sossegada! E, as casa, quase todas iguais, muito simples, com seus pequenos jardins e gramados na frente.
E o Felipe tem razão: a lua é mesmo fotogênica!

Chico


Bem interessante esta entrevista do Chico para a Trip. Entre outras coisas, ele diz o seguinte:

"Você é a favor da legalização de alguma droga?
Sou. E cada vez mais. No Brasil, nos países pobres principalmente, a quantidade de vítimas que o tráfico de drogas faz é muito maior que a de vítimas das próprias drogas. No Brasil, no Rio de Janeiro, moleques de nove, dez anos já estão cheirando cocaína, porque manejam, vendem cocaína. Envolve às vezes uma quantidade muito grande de crianças, adolescentes, acaba com a vida dessa gente, morre gente pra burro. Fora a violência toda que o próprio tráfico vai desencadeando. É claro que você não pode pensar em liberar abertamente o consumo de drogas se não tiver um interesse internacional. Senão, cria-se um problema. Você pode ir a Amsterdã e fumar sua bagana e tal, mas não pode sair de lá com o negócio. Se produzissem legalmente cigarros de maconha, se fossem vendidos nas tabacarias, no Brasil, como aliás digo numa música, não vejo que o dano... quer dizer, haveria, claro, um problema de saúde pública, como com o cigarro, como com as drogas farmacêuticas, o consumo de álcool."

Concordo. Também acho que o tráfico (e todas as suas implicações) é mais nocivo do que o uso de drogas. Mas, se lembrarmos que os Estados Unidos pensam diferente, vamos concluir que é muito pouco provável que o uso de drogas seja descriminalizado no Brasil.

28.5.06

Li hoje, pelaí

Estava pensando que o noticiário seria bem melhor apenas com notícias como estas, que andei lendo, hoje! Algumas fúteis, outras inúteis, mas sem nada de violência, políticos corruptos, acidentes...
O ser humano é capaz de tanta criatividade e bom humor, há tanta coisa interessante pra se fazer e pensar! Então, fiz uma breve coletânea (nos sites do Terra, Uol, Ibest e ClicRBS) de como poderia ser o noticiário! Heheheh!

MODELOS PELUDAS- "Anúncio de lâmina de barbear traz modelos "peludas"! Um movimento feminino fictício contra homens que não fazem a barba foi criado para a nova campanha publicitária da Gillette. Uma página na Internet divulga o grupo, batizado de NoScruf, sigla que em português quer dizer "organização nacional de combate a rostos peludos".


PÃO FRANCÊS VENDIDO POR PESO - "O Inmetro vai elaborar o texto da Portaria que irá determinar como critério único a comercialização do pão francês por peso. "




GAROTO BOMBRIL - "O "Garoto Bombril" volta ao ar nas próximas semanas, depois de um período de afastamento que se iniciou em agosto de 2004. O anúncio deve ser feito na próxima semana pela Bombril e pela W/Brasil. "






NAMÍBIA - "Nasce a filha de Angelina Jolie e Brad Pitt - A atriz, embaixadora de boa vontade das Nações Unidas, queria que a menina nascesse na África como símbolo de seu afeto pelo continente. "






PROTESTO - "Defensores dos animais se despem em frente à Catedral de St. Paul, em Londres, e chegam às páginas de jornais do mundo todo. A organização não-governamental PETA ("Gente pelo tratamento ético dos animais", em português) orquestrou uma manifestação de pelados para provar seu argumento. Um time de 70 pessoas (poloneses, espanhóis, australianos e de outras partes do globo) tirou toda a roupa para "se despir pelos ursos".


MULTA - "Câmara da cidade de São Paulo aprova projeto que proíbe o ato de fumar ao volante. O motorista que for pego fumando terá que pagar uma multa de R$ 85,13. Isso é o que prevê o projeto de lei (PL) 393/05, do vereador Atílio Francisco, aprovado ontem na Câmara Municipal. De acordo com o projeto, fica proibido a qualquer cidadão, dentro do Município de São Paulo, fumar cigarro, cigarrilha, charuto e cachimbo quando estiver dirigindo."


VISITA - "Michael Jackson visitou neste domingo um abrigo para crianças em Tóquio, onde disse "amo vocês" em japonês para um grupo de 140 fãs. O cantor pop de 47 anos, que no sábado apareceu en público pela primeira vez após ser inocentado em um caso de abuso sexual, foi saudado pelo grupo de fãs ao chegar ao local. "


CABELO LARANJA - "A Justiça do Rio Grande do Sul condenou um salão de beleza a indenizar em R$ 710 uma cliente que ficou com o cabelo laranja. A mulher procurou o salão para fazer o procedimento conhecido como luzes, que produziria mechas mais claras nos cabelos. No processo, a cliente alegou ter passado por constrangimentos, sentindo-se humilhada e envergonhada."




COPA DO MUNDO - " O jogador tem que ir na bola como quem vai num prato de comida, dizia João saldanha. A seleção brasileira vai à Copa empanturrada, rica e entediada, falando em “dar espetáculo”. Está pronta para a derrota."(Guilherme Fiuza)

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"Você já cuidou de um Tamagotchi?
Não, isso é coisa de criança, você provavelmente nem sabe como funciona um Tamagotchi, não é mesmo? E, de mais a mais, já está passando (ou já passou) de moda. Pois bem, vamos às informações básicas: os Tamagotchi são bichinhos virtuais lançados no Japão no final de 1996, que venderam 14 milhões de unidades em apenas seis meses no mercado doméstico e em seguida se espalharam pelo mundo, como a febre transitória dos bambolês e dos cubos mágicos em décadas passadas. A graça do brinquedinho é que o dono tem que cuidar dele como se fosse um animal de estimação - apertando alguns botõezinhos para alimentá-lo, banhá-lo, brincar com ele, dar broncas, colocá-lo para dormir. O maior desafio é descobrir as necessidades do Tamagotchi e dar-lhe o que ele precisa na hora certa. Se tratar bem do brinquedo, você ganha pontos e ele vive mais tempo. Se der pouca atenção ao bichinho, sua pontuação será baixa e a saúde dele ficará fraca, podendo levá-lo à morte prematura.
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Pois é. Agora inventaram um bebê eletrônico que simula necessidades de recém-nascido:
"Já pensou em cuidar de um bebê que dorme, chora, se alimenta, faz xixi e ainda por cima tem um chip acoplado nas costas que emite um relatório destes cuidados? Isto já existe. Os alunos do Senai de São Paulo desenvolveram o projeto de um bebê eletrônico, que simula as necessidades reais de um bebê, desenvolvido para adolescentes e gestantes, com o intuito de mostrar a responsabilidade que é cuidar de uma criança.
A iniciativa visa, principalmente, a prevenção da gravidez na adolescência. Dados do IBGE comprovam que a cada ano, nascem 700 mil crianças de mães entre 10 e 19 anos, números que chamaram a atenção e incentivaram o desenvolvimento do projeto. O objetivo é que adolescentes possam passar 24 horas cuidando do bebê e sintam na pele como é enfrentar o desafio de ser mãe. Quando um cabo é conectado ao sensor instalado nas costas do bebê, automaticamente um relatório dos cuidados dados a criança aparece na tela do computador. Nele, é possível saber se o recém-nascido passou fome, chorou ou ficou sem dormir. Assim, a adolescente pode ficar atenta da próxima vez que cuidar do bebê para que não cometa os mesmos erros.

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Nele, é possível saber se o recém-nascido passou fome, chorou ou ficou sem dormir. Assim, a adolescente pode ficar atenta da próxima vez que cuidar do bebê para que não cometa os mesmos erros.O bebê eletrônico não dá descanso para quem toma conta dele. A programação feita pelos alunos permite, por exemplo, que ele chore durante meia hora até receber os cuidados necessários. O próximo passo do projeto é integrar o bebê nas escolas. Adolescentes entre 10 e 19 anos receberão um material didático e poderão levar o recém-nascido para casa, para experimentar como é ser mãe, pelo menos por um dia. Além dos cuidados com as necessidades básicas da criança, um sensor de maus-tratos e de temperatura será acoplado ao bebê em um projeto futuro, para que os cuidados se tornem ainda mais próximos do real."

26.5.06

Associação... de imagens!

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Algumas pessoas têm associação de idéias.
Eu tenho "associação de imagens"!
A ilustração é do André, do blog DreSouzax , que fala o seguinte:
"eu gosto da simplicidade q o vetor proporciona aos traços... o lance de simplificar ao máximo os traços sem contudo perder a expressividade do desenho... "

Pois é... Vi o Dude nesta ilustração! Tocando violão, de terno... Até a parede, no fundo, acho que é a mesma! :)

25.5.06

Um ano, hoje, sem o Pigue

Lembrar dele me faz bem à alma...
Falando das situações em que enfrentou dores, tristezas e grandes desolações, Samarone disse:

"Em todas elas, me veio uma força misteriosa,
um impulso para a alma, uma reação tranqüila, apaziguada.
No limiar, nasce a sensação de que a vida suporta bem mais do que imagino."




Ficou uma grande saudade, lembranças de dias felizes e um amor imenso...
Irmãos são um presente que a vida dá...
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A Kika pergunta, no seu blog:
"Quanto tempo será que demora
A saudade pra passar? "
Ele sempre falava, quando queria brincar com uma coisa que não tinha jeito:
"A tendência é piorar"!
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Hoje meus pais completam 52 anos de casados!
Não tem como não lembrar a célebre frase:
"Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença..."
Que vivam muitas alegrias, com muita saúde é que desejo, aos dois!
Ah, as datas...

O tempo



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Hora de acordar. O sonho no sono. Os olhos fechados. O pesadelo. As datas, os dias sem fazer nada, a urgência de fazer tudo. O despertador. A dor. O tempo perdido. As horas em salas de espera, em filas no banco, o saldo no banco. Vermelho. As prestações. Os prazos. Os pré-datados. Os pré-natais. Nove meses de gestação. Amamentação. As noites em claro ninando filho com cólica. Os horários marcados e esquecidos. Os atrasos. Os vencimentos. A irritação. A hora da novela. Do café. A hora de ir buscar o pão. Os minutos a mais no chuveiro enquanto a água quente escorre no corpo. Os minutos a mais na cama, na preguiça de levantar de manhã. O tempo que passou. As lembranças com datas difusas. A idade dos avós. A velhice dos porta-retratos ovais pendurados na parede. A fruta comida verde, no pé, sem tempo de amadurecer. O negrinho na panela comido quente, sem calma de esfriar. O tempo certo da água no fogo pra fazer o chimarrão. A época dos dias cinzentos, das geadas, do Minuano que faz barulho na janela. Que dia é hoje? Idade pra entrar no cinema, pra votar, pra tirar carteira de motorista. Festa de 15 anos. Álbum de fotos amareladas dos 15 anos. Cabelo dos anos 70. Músicas dos anos 80. Rita Lee e mania de você de tanto a gente se beijar. O tempo que voava nas férias de verão. Folhinha na parede da casa da minha avó. A maioridade. A felicidade. Feriados. Dias santificados. Banho de rio, cesta de lanches e mutucas. Cheiro de bronzeador misturado com cheiro de mato e barulho da cachoeira. Limo verde na pedra, avenca brotando da terra, sombra e luz brincando na água. Hora do almoço. Sempre lá fora. Sempre na mesa enorme lá de fora. Corredor comprido, barulho de pisadas no chão. O armário de livros. Hora da séstea e de ler escondido. Tensão. O relógio lá de fora sempre toca um badalo para cada hora. Meia noite, hora de fantasmas, cabeça tapada. Doze vezes o relógio avisa. Fantasmas. Misturados com as leituras proibidas. Tanto mistério. Tanto medo e a imaginação não pára e o coração dispara. Pão de minuto. Revista semanal, Cólica mensal. Tempo passando. Os aniversários, com guaraná. Volta cedo, não demora! Horário de verão. O Tempo e o Vento. Clarissa. Cheiro da casa da minha avó. Coisas guardadas tempo demais. Coisas adiadas tempo demais. Relógio biológico. Tempo perdido. Temporal. Lacuna. E o tempo não pára. E agora? Pressa, urgência, aflição. Tem que ser agora. Abre os olhos. Acorda, menina! Há vida lá fora!
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24.5.06

Presentes...


Recebi esta foto dos pinhões, do Zéca, depois de uma divertida troca de scraps, no Orkut.

"Coloquei no fogo, agora, uma panela com pinhões que comprei na estrada, novinhos, enormes... Hummm!! Sinta-se convidada!!"

E esta poesia da Cida, que a recebeu de sua amiga Carol.
Segundo a Carol esta é "uma versão poética", da Cecília Meireles, sobre o Período Sabático:

"Não faças de ti um sonho a realizar. Vai..."

Período Sabático

"Faça uma conta rápida. Provavelmente, você deve ter entrado na escola aos 5 ou 6 anos de idade, um pouco mais, um pouco menos. Foi então que começou a corrida maluca dos números.
Durante cerca de 11 anos, esteve imerso em muitas aulas, um aprendizado sem fim – afinal, não havia escolha. Depois, veio o cursinho, o vestibular, a faculdade. Pelo menos mais cinco anos de aulas. Em seguida, o estágio e finalmente o emprego, a profissão. Em outros casos, filhos e família. Ou tudo ao mesmo tempo. 
E assim muitos anos se passaram, sua rotina se estabeleceu e consolidou a vida que você leva hoje. 
Quantas vezes já bateu aquela sensação de estar anos e anos correndo sem saber exatamente para onde está indo? Parece que não deu tempo de esvaziar a mente – pelo contrário, ela só vem enchendo, enchendo, enchendo. Tem horas que parece quase transbordar. 
É por isso que há momentos em que é preciso parar as máquinas. Afastar-se da rotina é um bom jeito de ver, de fato, o que está acontecendo em nossas vidas. 
Esse tempo pode ser aproveitado para tocar antigos projetos pessoais ou até descobrir novos rumos – até porque muitas vezes eles nem estão tão claros assim. Se for o caso, você pode voltar e deixar tudo do jeitinho que estava – o que importa é que seu olhar dali por diante terá mudado. 
Trocando em miúdos, isso quer dizer parar mesmo de trabalhar, estudar, cuidar da casa, das crianças. Enfim, interromper temporariamente a atividade principal. Não se trata de férias, é uma parada mesmo.Coisa de mais de um mês – podem ser meses ou anos, isso é você quem decide, dependendo do que pretende fazer com esse tempo. 
Existe até um nome para isso: período sabático. O termo, ainda pouco conhecido, vem da palavra hebraica shabat e marca o dia de descanso semanal dos judeus.
Hoje, o conceito foi ampliado e significa dar uma parada em busca de qualidade de vida, mudança de hábitos e realização pessoal. " (Revista Vida Simples, jan/2006)
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Houve um momento na minha vida que eu sentia estar no limite. Nada mais fazia sentido, não encontrava mais prazer em nada. Fazia tudo por obrigação, desde levantar de manhã, tomar banho, sair para trabalhar, voltar para casa... As coisas do dia-a-dia, que adorava fazer, como cuidar da casa, mudar móveis de lugar, cuidar das plantas, pareciam inúteis e desnecessárias. Nos finais de semana, as horas se arrastavam. Não me sentia deprimida, não era isso. Só não me via levando a mesma vida nos próximos anos.

Quando completei quarenta anos tive a certeza que estava tudo errado e que eu precisava mudar. Não sabia o quê fazer, nem por onde começar, mas a vontade estava clara. Desde então, algumas coisas precipitaram minhas decisões. O banco que eu trabalhava foi vendido e o novo empregador cortou meu salário em 1/3, me transferiu para uma agência de difícil acesso e mudou minha função. Gota d'água: parei de trabalhar.

Logo em seguida minha mãe adoeceu gravemente e fiquei um ano inteiro envolvida com ela. Houve momentos de grande angústia e medo. Fiquei algumas semanas direto no hospital, cuidando dela como se cuida de uma criança. De ter que dar banho, levar ao banheiro, dar comida na boca e pegar no colo - literalmente.
No final do dia meu corpo doía, estava exausta.
Enquanto ela não conseguia dormir, nem com medicação pesada, eu também não podia, porque ela me chamava o tempo todo. E ela não me reconhecia, me chamava pelo nome de uma tia, irmã do meu pai, ou me chamava de "mamãe".

Aos poucos, começou a melhorar, veio para minha casa e continuei com todos os cuidados. Na medida em que ela voltava a ter consciência de quem era, entender onde estava, me reconhecer e a todos na minha casa, ela se percebia numa depressão profunda. Não me deixava sair de perto dela e pedia ajuda, sem parar. E se queixava, sem parar. Reclamava, sem parar. Falava, sem parar.
Achei que não iria aguentar. Perdia a paciência, sentia culpa, cansaço, desespero.

Neste momento, algumas pessoas, como anjos, estiveram muito próximas e me ajudaram a entender e suportar o que estava acontecendo.

Alguns meses depois ela foi para Lavras. O Pigue e o pai acharam que eu precisava de um tempo para descansar e eu fui passar uns dias em Florianópolis, com o Waguinho. (Contei sobre esta temporada alguns posts atrás.) Foi bom viajar, sair um pouco.
A calma foi voltando. Fiquei alguns dias sozinha, no apartamento de amigos do Waguinho, na beira da Lagoa. Ainda estava frio e eu passava horas lá, num pequeno deck de madeira, olhando para a água e respirando.

Na volta, constatei que minha mãe havia piorado. Em seguida ela voltou para o hospital, por intoxicação devido a excesso de medicação, que ela andou tomando, sem ninguém saber.
Desta vez ficou no hospital sem a minha companhia. Eu tinha voltado a trabalhar, num escritório de planos corporativos de telefones celulares. Tinha sido convidada por um antigo cliente do banco e estava começando a me adaptar quando tudo deu para trás e o lugar em que eu estava trabalhando fechou, por desavenças entre os donos do escritório.
Depois de 50 dias internada, minha mãe passou novo período em minha casa. Novamente o Pigue veio buscá-la e ela parecia, finalmente, que iria ficar bem.Ela, então, foi para as Cordilheiras, com meu irmão. Foram os últimos dias que passou com ele.

Não consigo falar sobre isto. Amanhã completa um ano que meu irmão morreu e não consigo falar sobre isto. Tanta tristeza parece que não vai ser suportável. Tantas perguntas, tanta dor, tanta falta do Pigue...

O Guga, sempre ficou na retaguarda, nestas situações de doença em que precisássemos sair de Lavras. Ele não nos acompanhava pelas suas dificuldades em viajar, sair de lá. Então, às vezes, eu sentia como se ele ficasse excluído, à parte, sozinho na sua espera pelo retorno da mãe, ou esperando notícias.

Era o Pigue quem fazia a ponte. Ele conseguia ser o ponto de convergência de todos nós. Era otimista, alegre, cheio de planos! Achava tudo fácil de resolver, descobria a solução, se dispunha a ajudar. Era disponível, amoroso, engraçado. Conseguia descontrair qualquer ambiente, aliviar qualquer tensão, rir até das coisas tristes.
O senso de humor e as situações que eu vivia com ele, eram muito nossos! E do Guga, também. Tínhamos um humor parecido, nós os três. Sempre gostamos de rir muito, falar muita bobagem e discutir sob qualquer pretexto. Às vezes brigávamos, de verdade, mas depois tudo passava.

Ainda não sei se entendi esta perda. Acho que ainda vai doer muito e que vou sentir muita falta dele, pelo resto da minha vida. Mas, de alguma forma, o Pigue ainda nos aproxima. E tem o Di e o Pedro. E tem a vida que nos impulsiona para frente, apesar de tudo.

No meio de tudo isto, no final do ano passado eu me separei, depois de 23 anos de casamento (somados a de 10 de namoro, com algumas interrupções!). Eu estava precisando me entender, me sentir, me bastar.
Estava com o Antonio desde meus 13 anos de idade e precisava me sentir "individual" e não, o tempo todo, um casal.
Me sentir uma pessoa. Uma mulher. Única. Independente. Livre.
Foi difícil, doloroso, mas necessário.
Muitas pessoas não entendem porque nos separamos, se continuamos nos querendo tão bem. Foi justamente por isso. Porque nos queremos bem e entendemos as razões de um e de outro. Mas, admito, também tenho tido dificuldades em me sentir uma mulher "separada" e tudo que isto possa significar. Na verdade a sensação de estar "livre" é muito mais íntima, pessoal e intransferível do que no estado civil. Isto é detalhe.

Comecei a falar em Período Sabático porque é assim que estou me vendo, nesse momento. Dando uma parada, revendo a minha vida. Fazendo um balanço destes últimos anos, vejo que assimilei muitas perdas, muitas tristezas, muitas dores.
Deixei para trás muitas ilusões românticas e me sinto, pela primeira vez, livre.
Não me sinto triste, não tenho medos, não tenho solidão, não tenho nem grandes dúvidas e nem nada objetivamente decidido.
Tenho experimentado uma grande paz e reecontrado prazer e alegria nas pequenas coisas. Desde acordar de manhã, tomar banho, cuidar das plantas e sentar aqui no computador e contar minhas coisas - ou falar sobre qualquer coisa, sem o menor critério!

Quando pirei - e parei -, nem conhecia este nome SABÁTICO! Foi uma coisa instintiva, mesmo, caótica, sem objetivo nenhum, sem ter conciência do que estava se passando e permeada de culpa e de certeza de estar abandonando o barco e fazendo tudo errado.

Claro que só posso me permitir a esta pausa, porque sou privilegiada. Tenho o Donairão que me apoia e me "paitrocina". Recebo este apoio com toda a minha gratidão, porque sei da generosidade dele e porque, neste momento, preciso deste apoio. E ele sabe disso.
E, como sempre, não me questiona, não me cobra e não me dá prazos - e está lá, tocando a vida, amparando a família inteira, trabalhando como nunca, sendo forte, dando exemplo de força e de superação. Minha mãe ainda está se tratando.
Meu irmão, Guga, tem se desdobrado, junto com meu pai. Ele está bem, vivendo um momento de grandes mudanças, de crescimento pessoal e de conquistas - merecidas, e isso me deixa extremamente feliz.
Meus filhos têm mantido o equilíbrio, no meio deste turbilhão que, com certeza, mudou a vida deles. A perda do tio, a doença da vó, a tristeza do vô, pais separados, eu não estar trabalhando, tudo também os afeta, mas eles tem sabido lidar com todos estes acontecimentos.

Se há exposição da minha vida, aqui no blog? Acho que não, porque tudo o que falei aqui todos que me conhecem já sabem. E quem me conhece sabe, também, que não sou muito dada à confidências nem costumo me queixar ou desabafar com ninguém.
Em geral, me resolvo bem sozinha. Mas me conforta demais saber que tenho amigos generosos, que têm estado perto de mim em todos estes momentos, simplesmente sem precisar dizer nada. Há momentos em que falar significa lavar a alma.
Há momentos em que ser entendida, sem ter que explicar nada, é uma dádiva.
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"Diferentemente das férias, o período sabático é motivado por uma necessidade de renovação, não de descanso puro e simples. 
Ele requer um sonho, o projeto de uma nova experimentação. O fundamental é sair da rotina para rever os rumos e conseguir uma mudança interior, uma virada na vida. 
Fora o aspecto financeiro, a decisão de tirar um sabático ainda depende de muita ousadia. É preciso desprender-se e encarar todos os estranhamentos que a atitude pode causar. 
No livro A Essencial Arte de Parar, o psicoterapeuta americano David Kundtz diz que só fazendo essas paradas, mesmo que curtas, podemos ficar totalmente despertos e recordar quem somos. Kundtz diz que parar por um determinado tempo – não importa quanto – ajuda a entrar em contato com você mesmo: descobrir quem você é e o que quer da vida de verdade. E
sse tempo individual ajuda a seguir na direção desejada na hora em que é preciso tomar uma decisão ou executar uma tarefa. 
Sem esse período de reflexão, acabamos sendo levados pelo turbilhão dos acontecimentos." (Revista Vida Simples, jan/2006)

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Eu e meu pai, numa tarde de inverno, nas Cordilheiras.

23.5.06

Márcio

Ele tem o dom de me comover, de me deixar emocionada, assim, do nada... Não sei se porque foi o primeiro namorado da Kika e eu queria tanto que fosse alguém como ele, com sensibilidade pra entender aquela pessoinha que eu amo tanto... Não sei se é seu olhar, se são as coisas que ele escreve...
O que sei é que gosto muito dele, que hoje é seu aniversário e que lhe desejo toda a felicidade do mundo!

Classe Média

Adorei esta música, que ouvi no AO CUBO³:
(Mas o link para a música tirei daqui.)





CLASSE MÉDIA
Max Gonzaga e Banda Marginal
"Sou classe média.
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média,compro roupa e gasolina no cartão
Odeio "coletivos" e vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos,
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote CVC tri-anual
Mas eu "tô nem aí"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "tô nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda"
(...continua)
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Se demorar a buferizar, vale salvar e ouvir todinha! Clique aqui!
A música é uma delícia...
Só não sei até quando poderemos ficar "nem aí"!!

Mais cartões





Hoje, com textos de Caio Fernando Abreu, Lucia Aizim... e meus!! :)

O frio pede...

22.5.06

Frioooo!

Foto e efeitos da Kika

No Diário Popular, hoje: "A madrugada de ontem foi a mais fria do ano, quando os termômetros registraram 3,9ºC entre 2h e 4h. Depois de dias quentes, o pelotense despediu-se do veranico de maio com chuva na sexta-feira à noite. Na madrugada de sábado as temperaturas despencaram - inclusive chegou a gear em algumas regiões do estado. E o frio não deve dar trégua. Após a passagem da frente fria sobre o estado uma nebulosidade residual ainda persiste e permitirá a entrada de uma nova massa de ar seco e frio que provocará geada em diversas localidades da Metade Sul. A mínima hoje deve ficar entre 3ºC e 8ºC graus e a máxima entre 13ºC e 15ºC. Amanhã o céu estará parcialmente nublado, há chance de geadas na região do Pampa Gaúcho e a temperatura segue em declínio durante a madrugada. "

Florianópolis

Há alguns dias instalei o Picasa no meu computador. Acabei encontrando fotos que não via há séculos e que estavam perdidas em vários - e desorganizados arquivos!!
Entre elas, as que tirei em Florianópolis há dois anos:


Estas fotos foram tiradas quando acompanhei a criação de uma campanha eleitoral para prefeitura de Florianópolis. Isso aconteceu dentro da TV-i, do Waguinho e da Laine. Foi uma experiência extremamente interessante, porque era uma equipe experiente e que trabalhava intensamente, alternando horas de entusiasmo, animação, com stress, cansaço e tudo o que envolve uma campanha política, com o que pode representar de sonho e idealismo e com o que é apenas mera vaidade e interesse pessoal. Pude ver os bastidores de um grande espetáculo, assistindo a grandes profissionais desenvolverem um trabalho extremamente interessante.


Depois fui acompanhar uma das produtoras da TV-i na escolha de locações para a novela Como uma Onda e acabei fazendo as fotografias. Raramente me senti tão feliz, fazendo um trabalho! Conheci e fotografei várias indústrias de pescado em Itajaí, com todo o seu processo, desde a chegada da pesca até o produto final. Tudo acontece num ritmo frenético, parte feita por operários, parte é mecanizada. Não tinha a menor ideia do porte destas indústrias e de como elas funcionam. Saí da teoria, da campanha política, para dentro de indústrias, acompanhando o trabalho de milhares de pessoas, na grande maioria se sentindo frustrada justamente, com os rumos da política.



Momento tietagem: o Waguinho tem vários trabalhos e projetos com o Marcos Palmeira e pude presenciar como eles ficam felizes juntos! Fiquei encantada com ele, que é extremamente simples e querido. Conheci o restaurante da Aninha, especializado em massas, que tem uma vista deslumbrante da Lagoa da Conceição, à noite. A decoração do restaurante é um capítulo à parte, mas fiquei de bobeira e acabei não fotografando.


Além das indústrias de pescado , fotografei vários lugares da ilha. Tive a impressão de estar chegando pela primeira vez lá, visitando lugares que nunca imaginei.
Conheci a criação de ostras, aldeias de pescadores e alguns lugares onde me senti a milhares de quilômetros de qualquer lugar habitado.
Floripa ainda é um paraíso!


Aniversário do Renato

.


Ele se define assim:
"Parceiro prás horas de mate, cerveja, lágrimas e insônia e outras cositas más...."
Quero lhe desejar muitas felicidades e muita inspiração, porque a vida com música e poesia é muito melhor!

21.5.06

Kika

Ela tem escrito algumas coisas... Que são a cara dela...
.

Ahã

.
Algumas idéias
Quando saem do lugar
Até parecem
Que não vão mais voltar
...

19.5.06

satoleP

Apesar de morar em Pelotas, acabo falando mais em Lavras, cidade onde nasci.
Vim morar aqui em 1982 e ainda não conheço tudo o que gostaria. É uma cidade linda, que conserva, nas suas ruas e na sua arquitetura, traços da riqueza e opulência da época das charqueadas, quando arquitetos europeus desenhavam os detalhes que ainda hoje encantam no seu casario.
Hoje vou mostrar os lugares por onde costumo andar:


Como em Pelotas não tem shoping, o calçadão ainda é o seu centro comercial. Adoro transitar por aqui! À tardinha o barulho dos passarinhos é a marca registrada do passeio.


Esta é a Catedral. Morei, durante 14 anos, a meia quadra daqui. Era meu cartão postal diário, onde trazia meus filhos para passear e tomar sol!
O interior é lindo, com pinturas do Aldo Locatelli.


Este é o prédio onde havia o Grande Hotel. Me hospedei nele várias vezes, com meus pais, quando vínhamos há Pelotas, há muuuuuitos anos atrás.


Teatro Guarani. Hoje é usado para formaturas, basicamente. Assisti aqui vários shows. Entre eles, com o Caetano Veloso e com o Roberto Carlos (Para acompanhar a minha mãe, mas acabei adorando!!).


Teatro Sete de Abril. Foi construído em 1831 e é lindo demais. Quando meus filhos eram pequenos, assistíamos todas as peças infantis que entravam em cartaz! Saudades!
A minha peça inesquecível? Fragmentos de um Discurso Amoroso, com o Antônio Fagundes. Meu recorde? Tangos e Tragédias! Assisti tantas vezes que perdi a conta!


CEFET, onde o Dude estuda.


Este prédio era do Banco Pelotense. Hoje funciona o meu banco. Até me sinto uma cliente especial! Heheheh!!


A Fonte das Nereidas - um chafariz importado da França por volta de 1873 fica exatamente no centro da Praça Coronel Pedro Osório, coração da cidade de Pelotas.

"A GLÓRIA PERDIDA DO ENTORNO DA PRAÇA: O cheiro de história no ar vem dos velhos casarões ... As esquinas romanticamente iluminadas por lamparinas à óleo testemunharam de tudo - tempos mais remotos como o da existência de um poço na praça, servindo de bebedouro para os escravos tomarem água - tempos "modernos" como na década de 80 do século 19, já com a presença das residências de luxo, habitadas por charqueadores e políticos de famílias tradicionais." (Projeto Monumenta)


O Mercado Público é um passeio obrigatório. É o lugar onde a cidade inteira vem comprar peixe fresquinho e fica próximo à Praça Coronel Pedro Osório . Tem uma construção singular que exibe torre do relógio fazendo alusão à Torre Eiffel.
Os pelotenses sonham em vê-lo transformado num local com docerias, cafés, livrarias, galerias, parrilladas, floriculturas...


Eu trabalhava naquele prédio envidraçado, bem à esquerda... Acho que ele destoa do centro histórico...

Links:
Fotos daqui: UFRGS
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