31.8.24

Cobranças


"O que vocês sentem quando ouvem essas frases?.
Pressão? Angústia? Ânimo pra fazer alguma coisa diferente?
Depois dos 50 anos, em um momento da vida em que muitas de nós repensam o que fazer nos próximos anos, está super ok não querer fazer mais nada.
Estamos trabalhando há mais de 30 anos e ralando desde a época de vestibular. Criamos nossos filhos (quem teve filhos) e equilibramos os pratinhos, tentando conciliar trabalho e creche em uma época que home office era uma expressão desconhecida.
Lidamos com muitos chefes homens que, muitas vezes, mencionar que o filho estava doente era quase um palavrão.
E se eu cheguei aqui, aos 50+, não querendo fazer mais nada?
Preciso realmente me reinventar?
E se eu quiser fazer só curso de cerâmica, de culinária, curtir os netos, viajar com as amigas?
Se a situação financeira permitir, por que não?
Quando leio uma frase que diz "saia da sua zona de conforto" eu penso:
Que conforto? Alguém aqui já esteve nela?
O que eu mais quero agora é ficar na minha zona de conforto!
Se reinventar aos 50+ é incrível, mas e se eu gosto de onde estou e quero ficar aqui?
E aí vem outra expressão que virou modinha e acho uma chatice: “seja a sua melhor versão “.
Como assim?
Alguém acha que chegamos aqui sem ser a nossa melhor versão?
Mais uma vez: fizemos tudo o que conseguimos com o que nos foi oferecido.
Ralamos insanamente nas nossas carreiras, famílias, relacionamentos. Ok, posso melhorar no quesito saúde, me exercitar mais, etc, etc, etc.
Mas alguém aqui acha que não é sua melhor versão? Que precisamos atingir o inatingível?
O que vocês sentem quando leem essas frases? A “reinvenção” é um peso pra você?
Ler “saia da sua zona de conforto “ é quase uma afronta ou acende uma vontade de sair fazendo alguma coisa?
E “seja sua melhor versão “? Dá vontade de jogar o celular na parede ou funciona como frase motivacional pra alguém?"

Claudia Arruga / @cool50s

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