25/09/2018. |
Não tenho como não contar o susto que o Ricardo me deu, nesse final de setembro. Tudo começou com uma tempestade, muito vento e chuva intensa, de granizo, que danificou o telhado da cozinha, que temos em anexo, com fogão à lenha. Foi assustador!
Depois do temporal, ficamos dois dias sem energia elétrica, sem telefone e sem internet. Os pais do Ricardo, que tinham vindo passar o aniversário dele aqui, foram embora e nós ficamos na cidade, ainda sem nenhuma comunicação, isolados.
Assim que o sinal de telefone voltou, recebi uma ligação, que a Lídia tinha torcido o tornozelo, rompido ligamentos e articulações e estava de repouso, sem poder trabalhar e levar o Kike para a escola. Fui imediatamente para Pelotas e deixei o Ricardo com a nossa casa bagunçada, telhados furados, tudo molhado... Questão de prioridades!
Só que, no outro dia, o Ricardo me ligou, ofegante, assustado, falando, rapidamente, que tinha "se acidentado", sem entrar em detalhes, apenas pedindo que eu mandasse ajuda! Liguei para nossos amigos, para que fossem no Galpão, e fiquei muito assustada, sem saber o que tinha acontecido!
Mais tarde soube que ele chegou a ir sozinho, dirigindo, para a cidade. No caminho foi socorrido e levado para o hospital. O que houve?? Simplesmente tinha decidido consertar o telhado e acabou caindo, fazendo um corte enorme, na cabeça... Perdeu muito sangue e deu bastante trabalho para a equipe que o atendeu!
O Waguinho me dava notícias e mandava fotos, me tranquilizando: ele já estava bem, com muitos pontos (pelo menos 30!) e ia passar a noite em observação, no hospital. Como a Lídia aguardava diagnóstico e talvez precisasse se operar, fiquei em Pelotas. As horas se arrastaram! Me sentia angustiada, dividida, impotente! Ainda por cima, com o Anselmo viajando para o Canadá, na mesma noite! Esgotei meu estoque de preces e orações...
Nos dias seguintes fiquei viajando, entre Pelotas e Lavras. Os pais do Ricardo vieram e tudo foi se acalmando. A Lídia não precisou ser operada, mas vai ficar dois meses em tratamento e fisioterapia, afastada do trabalho.
O susto passou, mas as cicatrizes deixaram registrados esses momentos de medo e tensão! Num segundo, tudo muda. Não temos garantias de nada, apenas temos que aproveitar, da melhor forma, o que a vida nos presenteia - e, vale dizer, amigos são dos melhores presentes que podemos receber. Obrigada a todos que estiveram próximos e nos ajudaram tanto!
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