Vida que fica...

"Quando alguém morre, um pouco de nós morre também. 
Mas muito de quem foi continua vivendo em nós."

24/10/1934 - 05/06/2015

"Quando alguém morre, um pouco de nós morre também. Mas muito de quem foi continua vivendo em nós. Como dar vida, em nossas vidas, para quem se foi antes de nós? Não há nada fixo, nada permanente. Tudo que começa inevitavelmente termina. Surgimos do todo, de inúmeras causas, condições, efeitos. Quando terminamos, voltamos ao todo. Lembre-se, porém, de que esse espaço entre o surgir e o desaparecer também é o todo manifesto."

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Esta foto foi tirada em 2004.

Minha mãe já estava com depressão.

Foram 12 anos de doença e de tristeza.

Que ela esteja bem, agora. Liberta. Em paz.

No dia 05/06/2015 a Lídia escreveu:

"Tive duas avós de nome Célia Maria Bulcão Teixeira.
Uma delas "foi embora" há 12 anos atrás... Foi uma perda lenta e difícil, com muitas tentativas e sentimentos de impotência diante da presença física que já não abrigava mais o espírito leve, engraçado, criativo e afetivo que havia...
O sorriso e a risada que enchiam a casa, viraram lembrança... As viagens com ela e o Didi Teixeira são as minhas melhores memórias da infância. Perdemos para a depressão e para o destino, que castigou levando mais dois filhos seus. Não teve mais jeito.
Hoje, a outra Célia foi embora. O coração dela cansou de lutar.
Ficam as tantas boas recordações e o orgulho de ter tido essas duas avós que habitaram um mesmo corpo: ambas intensas e fortes, tanto na alegria quanto na dor.
À pessoa que mais me inspirou na vida, minha eterna gratidão."

Mais alguns depoimentos: 

Anna Luiza Teixeira Bulcão, em 06/06/2015:

"As risada, as danças da vassoura enquanto ela tocava sua gaita, lá nos verões das Cordilheiras, ou sua vitrola tocada à manivela, nossas correrias pela frente da casa, nas brincadeiras de pega pega e ela e minha mãe brigando por causa da bagunça, das risadas... Tudo isso e mais um pouco vai continuar na minha memória, na saudade. 

Elas com certeza estão lá, sentadas, tomando seu chimarrão e jogando conversa fora. Essa reunião com certeza já juntou mais gente na roda da conversa. - Bom chimarrão pra vocês. Saudades."

Hélio Teixeira, em 06/06/2015: 

"Quem viu a tia Célia nos últimos tempo não tinha como imaginá-la alegre, amável, festiva, barulhenta, solidária, decidida, amiga e muito positiva - o que ela tinha que dizer não ficava para depois!! 

Ontem repeti: onde tia Célia estava era uma "casa cheia", porque a presença dela era muito marcante. Recordo, com muito gratidão, da presença dela junto à minha mãe, quando perdi um irmão na juventude, era uma visita de ânimo diário. 

Lídia, lá no céu quem chegou é a outra tia Célia, aquela que falas que" foi embora" há 12 anos atrás... E tudo já deve ter mudado por lá!!!"

 Leonor Rodrigues, em 08/06/2015:

"Nada que eu possa te dizer (ou não te dizer) será possível de traduzir o que sinto e o quanto sinto, por ti  por todos vocês, por todos nós que conhecíamos e convivemos com ela, antes que todas as temeridades se configurassem sem piedade sobre uma pessoa que viveu com tanta força, sentimento e presença...

Sim, presença, imensa, tão grande quanto a vida... Era uma força viva...(Tão parecida com o pai - seu Tio Osvaldo), tão "Rodrigues", tão mandona nas manias e pensamentos, tão opiniática, com tanto humor vivo e fino... Tão Célia, como só ela soube ser.

Perenemente. Para sempre. Fica sua presença entre todos nós.

Um grande beijo.

Meu carinho, especial, para Tio Donairo."