Sobre perdas

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Sei o que me encanta, o que me move, as minhas razões. Sei o que não quero mais, na minha vida e tudo o que me faz mal. Sou capaz de dizer não, de me recusar, de viver do jeito que acredito.

Mas tenho minhas marcas, minhas dores, coisas mal resolvidas, sentimentos que me invadem e que não consigo dominar. Na medida do possível, faço minhas escolhas. Só tenho uma coisa que não consigo mudar: a minha dificuldade em aceitar perdas, afastamentos, rupturas. De tantas pessoas que foram (e ainda são) importantes para mim. Meu lado racional entende a partida. Minha maturidade faz com que eu reaja com um mínimo de bom senso. Mas tem uma criança, dentro de mim, que assiste tudo com espanto e fica indefinidamente esperando por um final feliz.